No dia 1° de maio de 1886, as trabalhadoras e trabalhadores de Chicago (EUA) que organizavam-se através do Sindicalismo Revolucionário iniciaram uma Greve Geral com grandes ações e manifestações nas ruas, e fruto de muita luta e organização, ergueram barricadas contra a exploração, reivindicando a defesa de melhores condições de trabalho e das 8 horas diárias de trabalho/lazer/descanso. A Greve Geral foi a semente para o crescimento de vários levantes populares em diversos territórios do mundo. A insurreição da classe trabalhadora foi duramente reprimida pelo Estado aliado aos patrões, com os oito camaradas Louis Lingg, Oscar Neebe, Adolph Fisher, August Spies, Albert Parsons, Michael Schwab, George Engel e Samuel Fielden, operários anarquistas, perseguidos, presos e mortos. Foram condenados à morte e assassinados pelas mãos do Estado em novembro de 1887, com a exceção do companheiro Neebe que foi condenado a 15 anos de prisão.
Sabemos que a luta da classe trabalhadora é internacional, e o Brasil foi um dos exemplos dos países para onde a semente de revolta popular germinou, na Greve Geral de 1917, que iniciou com 400 operárias e operários, a maioria mulheres, e logo agregou milhares de trabalhadoras e trabalhadores para lutar contra a exploração do trabalho, com jornadas extensas de 16 horas, e organizando-se em defesa lutando da jornada de 8 horas, pela garantia de emprego e aumento dos salários. Conquistando por meio da organização e da luta a proibição do trabalho infantil e pautando elementos que em breve estariam na CLT. É importante ressaltar que as primeiras greves gerais no Brasil foram construídas por levantes de trabalhadores negros escravizados, a exemplo da greve negra de 1857 na Bahia.
Enfrentamos hoje grandes projetos de exploração e genocídio do povo, como a aprovação da Lei da Terceirização (Lei n. 13.429, de 31 de março de 2017), a reforma trabalhista com a flexibilização das leis trabalhistas pautada como ajustes fiscais pelo governo de Dilma e aprovada como reforma trabalhista pelo governo Temer (PT-MDB), um projeto de maior precarização das condições de trabalho que prioriza a grande mentira de um “acordo” entre patrão e trabalhador(a), indo contra todos os direitos conquistados por meio da luta. A mentira da reforma trabalhista é desmascarada com o grande número de desempregados que atinge mais de 12,7 milhões de pessoas (dados do IBGE). E por fim, a reforma da previdência, que vai contra o direito do povo à aposentadoria, o aumento da idade mínima aumenta a superexploração dos/das trabalhadores e trabalhadoras, sendo as mulheres as mais prejudicadas, pois a maior parte das vezes possuem tripla jornada de trabalho.
Em Dourados, a RECC/FOB-MS esteve presente no bairro Canaã IV no 1º de maio, com a recém criada FAE (Frente Autônoma Estudantil), organização de estudantes da UFGD que surge agregando militantes independentes com perspectiva de luta frente ao falido parlamentarismo estudantil. Construímos o 1° de maio junto a associação de trabalhadoras domésticas, através de um círculo de conversa, articulação e propaganda, onde as trabalhadoras denunciaram a precarização do trabalho e o grande problema causado pela informalidade. A sete anos atrás foi conquistada com muita a luta a PEC das Domésticas, com a aprovação da Lei Complementar 150/2015, pautando a jornada de 8h por dia e conquistando o direito à hora extra. Ainda assim, 70% das trabalhadoras encontram-se em condições marcada pela informalidade. Em conjunto com a organização das companheiras, foi aprovada na reunião a participação das organizações estudantis e da FOB em evento a ser realizado dia 5 de maio, onde iremos debater junto a centenas de trabalhadoras a reforma da previdência, relembrando o 1º de maio e comemorando o dia das mães com a comunidade. Com isso, se abre uma frente de trabalho comunitária, onde o povo apresenta a construção de novos caminhos para a luta classista e combativa em nossa região. A FOB defende a construção do Sindicato Autônomo das Trabalhadoras Domésticas, que estão atualmente se organizando pela defesa de suas reivindicações.
Bem sabemos que todos os direitos conquistados pelo povo foi por meio da luta combativa. E a luta dos Mártires de Chicago por 8 horas de trabalho há 200 anos atrás, continua sendo a pauta das trabalhadoras domésticas no Brasil. Quem se beneficia com as reformas não é o povo, são os grandes empresários, patrões e bancos. Para o povo há um caminho, barrar as reformas e combater todos os privilégios daqueles que roubam e exploram as/os trabalhadoras e trabalhadores, e a organização desde a base pela construção da Greve Geral. Só a luta muda a vida, só através da luta organizada criaremos uma nova sociedade, sem opressão e sem exploração.
VIVA O 1° DE MAIO, DIA DE LUTA DA CLASSE TRABALHADORA!
VIVA OS MÁRTIRES DE CHICAGO!
ABAIXO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA. LUTA COMBATIVA EM DEFESA DA APOSENTADORIA!
CONSTRUIR O PODER POPULAR!
OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
GREVE GERAL JÁ!
AVANTE O SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO!