por Oposição de Resistência Classista DF e Entorno (filiada ao FOB)
NOSSA VITÓRIA SERÁ DO TAMANHO DA NOSSA LUTA!
*Boletim da Oposição Resistência Classista (ORC)
Contato: oposicao_educacao_dfe@ig.com.br / Filiada ao FOB
Não podemos ter ilusões com parlamentares de nenhum partido. A votação do IPREV foi uma demonstração de que os acordos de gabinete, entre quatro paredes, nos reservam a pior derrota, a derrota sem luta. Temos que confiar e investir nossas forças na mobilização e luta da nossa categoria, dos estudantes e do povo trabalhador, nossos verdadeiros aliados.
Hoje, as burocracias sindicais apenas querem se perpetuar em seus cargos e conchavos, trazem com isso um grande sentimento de desmoralização e impotência para a classe trabalhadora. A prática pelega nos leva a crer que nossa função é mendigar e implorar nossos direitos. Chega de “chororô”! Precisamos de uma nova prática de luta pela educação e pelos nossos direitos que mobilize a categoria e todo a classe trabalhadora de forma combativa, fechando ruas, ocupando órgãos públicos, fazendo piquetes, ou seja, construindo o nosso poder contra o poder dos opressores. Essa é a única forma de resistir agora e construir o PODER POPULAR para conquistar todas as nossas justas reivindicações!
Propomos:
- Unificar trabalhadores da educação, saúde, bancários, estudantes e todo o povo;
- Um dia de manifestações de rua simultâneas em todas as regionais e bairros;
- Organizar os piquetes e ocupar as ruas!
DISCUTIR REPOSIÇÃO É DISCUTIR OS RUMOS DA GREVE
A greve na educação sempre vem acompanhada com o receio dos rumos da reposição. Temos muitos companheiros de escola que ficam receosos em fazer greve por conta do cansaço posterior ocasionado pela reposição, chegamos a tal ponto de desgaste que a reposição da forma que tem sido feita vira uma forte desculpa para que muitos companheiros não venham a aderir ao nosso movimento. Neste sentido, consideramos fundamental refletir desde o início da greve formas alternativas de reposição.
Atualmente a reposição é feita, na maioria dos casos, aos sábados quando muitos alunos não vão, e onde os professores já estão exaustos da longa jornada da semana. Da forma que tem sido feita, a reposição se torna uma punição, pois em muitos casos resulta no aumento do tempo de trabalho semanal do trabalhador gerando fadiga e desestímulo dos alunos.
O modelo de reposição de aulas adotado na SEDF, não permite a flexibilização do calendário, bem como naturaliza a reposição aos sábados (vide circular da SEDF sobre a reposição da greve de 2012). Esse modelo de reposição adotado no DF não é o único possível! As universidades públicas estaduais e federais, as privadas, a educação básica e técnica federal, etc. praticam a reposição de dias parados com a alteração do calendário letivo. Muitas vezes essa reposição significa a desvinculação do calendário escolar do calendário civil, ou seja, o ano letivo de 2015, por exemplo, depois de uma greve longa, pode terminar no início de 2016. Isso garante a reposição das aulas no mesmo quadro de horário e na mesma quantidade de horas trabalhadas por semana para todos os profissionais da educação. Além disso, a alteração do calendário garante a reposição efetiva dos dias letivos e valoriza o nosso trabalho, já que sempre afirmamos a importância do tempo em sala com os alunos para o efetivo avanço na atividade de educador. TEMOS QUE PARAR DE PRECARIZAR A EDUCAÇÃO PÚBLICA COM REPOSIÇÕES DE FACHADA!
Se partirmos do pressuposto que vamos construir em assembleia um novo calendário escolar, que deve ser aceito pelo SEDF como parte da reivindicação dos trabalhadores, aumentamos a adesão à greve! Afinal, se um novo calendário é decidido, toda a categoria deve seguir o novo calendário letivo, não fazendo sentido furar greve.
CONSTRUIR A GREVE GERAL PELA BASE!
Uma greve geral não significa um conjunto de greves simultâneas de várias categorias diferentes. A greve geral destaca-se pela união dos interesses da classe trabalhadora como um todo e não pela união pontual de algumas reivindicações corporativistas de certas categorias e sindicatos. Nesse sentido, somente é possível a construção da greve geral por meio da formação de bases conscientes da sua identidade enquanto classe. Nesse momento, o que tem ocorrido são várias greves simultâneas, encabeçadas por sindicatos sem diálogo com suas bases e com o povo em geral. Os sindicatos têm mostrado suas estruturas verticais e autoritárias. Assim, deturpam o conceito de greve geral, para que os trabalhadores permaneçam desmobilizados nas bases.Uma autêntica greve geral significa a paralisar a economia. Significa que a vitória de um deve ser de todos e nenhuma categoria deve negociar em separado e sair da greve sozinha, abandonando as demais.
A unificação das greves não pode ser feita entre meia dúzia de burocratas sindicais. Nós trabalhadores da educação, saúde, urbanitários, terceirizados, bancários, reunimos milhares de trabalhadores do setor público e privado. Para garantir que as greves sejam fortes e vitoriosas é necessário mais do que assembleias corporativas e informes das diretorias pelegas. Para construir a união das greves pela base, de baixo para cima, nós propomos:
- Fortalecer as Assembleias Regionais como espaços de permanentes de organização da luta!
- Construir Assembleias Regionais da Greve Geral com todas as categorias em greve, do setor público e privado!
- Formar Comissões Sindicais de Base em cada escola, reunindo professores, servidores e terceirizados!
FUNDO DE GREVE É PRA LUTAR!
Na luta sindical, é frequente a judicialização da greve. Quando julgada ilegal, começa o corte de ponto (se já não houver começado antes!). E quando há desconto no pagamento, somos pressionados a terminar a greve antes da hora. Os Fundos de Greve, historicamente, foram criados para manter o sustento do trabalhador durante o período de paralisação. Veja-se o exemplo dos metalúrgicos do ABC paulista em 78/79, que distribuíam alimentos aos grevistas. Vamos retomar esta tradição! É preciso usar o Fundo de Greve para lutar. Claro que o Sindicato precisa se impor e exigir que não haja corte. Mas não podemos ficar reféns da justiça burguesa e do patrão, e nem passando fome.
O estatuto do Sinpro de 2010 diz:
“Art. 127 – Fica criado, a partir da entrada em vigor do presente Estatuto, fundo de greve constituído por 10% (dez por cento) da arrecadação mensal do SINPRO. PARÁGRAFO ÚNICO – Compete à Assembleia Geral deliberar a respeito da aplicação e à Diretoria Colegiada a administração do Fundo de Greve.”
Propomos à Assembleia que:
- O Fundo de Greve seja destinado, prioritariamente, a cobrir cortes salariais durante greves e paralisações;
- A diretoria do SINPRO divulgue, o mais rapidamente possível, o montante do Fundo;
- Que os dias descontados sejam repostos pelo Fundo de Greve, proporcionalmente ao seu montante e ao salário inicial da carreira
Boletim da ORC-DF. Acesse a versão em pdf aqui.