Aprovada e divulgada ainda em dezembro, durante o recesso de fim de ano, a portaria de lotação (1169/2015) da SEDUC-CE vem gerando revolta dos professores do estado. Os professores dos CEJA’s iniciaram a mobilização lutando contra a portaria. Realizaram uma manifestação na SEDUC ainda no final de dezembro e organizaram uma plenária dos CEJA’s com participação de professores das escolas seriadas.
Esta primeira plenária definiu um calendário de mobilização para a semana seguinte (04/01 a 08/01) na SEDUC para pressionar pela extinção da portaria.
As mobilizações chegaram a contar com 300 professores (substitutos e efetivos) para pressionar governo e APEOC nas negociações em pleno recesso escolar. As negociações seguiram a cartilha da SEDUC, uma reunião com a burocracia sindical, outra com os CEJA’s, outra com os gestores de escolas, e outra com a base dos professores. No dia 08 os professores arrancaram alguns acordos do governo, que maquiou a portaria para contar com a aprovação da APEOC. Mesmo com esses “pinduricalhos” a base se rebelou.
Na segunda feira, os professores e gestores das escolas indígenas do Ceará realizaram uma ocupação na SEDUC para lutar contra a portaria de lotação e outras demandas específicas. Negociaram e conquistaram modificações na portaria saindo apenas a noite da ocupação.
A Revolta da base
Hoje, se realizou uma plenária organizativa da categoria com mais de 500 professores em Fortaleza, e outras tantas em cidades do interior como Juazeiro, Russas e Crato. A pauta da portaria lutando contra a portaria, contra o reajuste zero, e em defesa dos espaços pedagógicos como Laboratório de Ciências, Laboratório de Informática e outros.
Essa nova plenária da base tirou mobilizações para o dia 21 e 28/01. Ao final, os professores votaram uma manifestação que foi do local da plenária à APEOC, expressar a indignação com os acordos fechados entre a direção da APEOC e o governo.
A APEOC não só fechou as portas para a categoria, como pediu voz no carro de som para defender o governo e atacar professores/gestores que participaram de reuniões com o governo, afirmando que estes aceitavam tudo que era imposto pela SEDUC sem contestar. Prontamente uma gestora escolar desmentiu a burocracia e defendeu os professores da base que participaram da reunião com o governo. Exigiu-se que a APEOC lutasse contra a portaria. É claro que o sindicato governista vai defender o governo Camilo/PT pois são seus lacaios.
O governo e os burocratas sindicais esquecem que existe uma força maior, uma força que vem do povo, que vem da união, organização e luta. Nesta primeira quinzena de 2016 os professores da rede estadual seguem nos ensinando essa força, da luta e da resistência classista que tem o caminho da greve geral como método de luta.
Veja mais fotos do dia de luta da educação do estado do Ceará: