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O governo de Rollemberg/PSB vinha ignorando a greve dos professores desde que se iniciou. A mídia se manteve igualmente calada. Porém, no sábado (25/3) durante o aniversário da Ceilândia o quadro mudou: os professores ocuparam o desfile proclamando palavras de ordem contra o governador que estava presente no evento. Nesse mesmo dia, o governador constrangido pelo ato e demonstrando sua infantilidade política, entrou com uma ação para decretar a justa greve como ilegal! Ou seja, de um dia para o outro a greve passou de inexistente, para ilegal [sic].
A PEQUENA POLÍTICA DO SINPRO/CUT E AS TAREFAS DA LUTA
Ao contrário da linha dada pelo Sinpro/CUT o objetivo do nosso movimento não é negociar com o Governador, mas sim conquistar a isonomia salarial prevista na meta 17 e barrar a reforma da previdência. A diretoria do Sinpro (que é majoritária no comando de greve) insiste em inverter a ordem das coisas: a negociação não é um fim em si mesmo, só se negocia com o governo se ele tiver propostas, e só se arranca propostas com mobilização de massas.
Além disso, o Sinpro/CUT acredita que devemos ceder à chantagem do governo e da mídia e desocupar as ruas “para melhorar a negociação”. Ora! Mas não foi ocupando as ruas e na greve que pressionamos o governo? Por um acaso acreditamos que teremos conquistas fazendo o jogo do governo? Seguindo essa lógica da ideologia burguesa, o Sinpro incorreu em um erro brutal, pois desmarcou um ato em Taguatinga aprovado pela assembleia geral, modificando através de uma reunião do comando de greve, a decisão soberana da categoria. Além de um erro estatutário, pois mais uma vez atropela nossa instância máxima de deliberação, é também um erro tático gravíssimo! Ao aceitarmos a regra do governo e recuarmos da rua, nos desmobilizamos. Temos que entender que não ganharemos essa guerra jogando nas regras do inimigo!!
O Rollemberg disse que não negociaria com os professores caso não desocupassem o eixo monumental, entretanto nós sabemos que ele apenas nos recebeu por causa disso. Já que o governo se incomodou com a ocupação de rua, então essa é a tática correta! Por outro lado, a tática do “morde e assopra” proposta pelo Sinpro já nos levou a derrota em 2015, afinal, quem não lembra que após a repressão policial no eixão o Sinpro, ao invés de potencializar uma greve de massas e a radicalização, encaminhou o recuo, a vitimização e o “respeito” pela mesa de negociação?
Portanto, as tarefas da categoria são: 1) Um calendário consistente de radicalização (com manifestações nas ruas, fechamento de estradas, ocupação de órgãos do governo); 2) Diálogo com a comunidade escolar e envolvimento desta nos atos e protestos; 3) Combater o centralismo, a covardia o legalismo do Sinpro que ainda podem colocar em risco nosso movimento e nos levar a cometer os mesmo erros de 2015; 4) A nossa estratégia não pode ser desgastar a imagem do Rollemberg ou Temer para apoiar outros candidatos em 2018, a nossa greve deve ser para garantir os direitos do povo, com independência frente as disputas eleitoreiras; 5) Construir Comitês de Mobilização em cada regional com os professores independentes e dispostos a fortalecer a mobilização nas bases antes e depois da greve; 6) Utilização do fundo de greve do sindicato para combater o corte de ponto; 7) Recomposição do calendário (sem reposição aos sábados), tal como é nas universidades, como ponto a ser negociado com o governo.
CHEGA DE MESAS DE ENROLAÇÃO!
O governo tenta a todo momento desmobilizar e enfraquecer a categoria, ora com ameaça de corte de ponto, decretando a greve ilegal e, por fim marcando inúmeras mesas de enrolação que não chegam a nenhuma proposta cabível. Cansam fisicamente e psicologicamente os professores que em vez de estarem construindo sua greve e se fortalecendo nos atos de ruas e piquetes de escola, ficam depositando esperança em mesas que seguem sem grandes propostas.
A GREVE CONTINUA, ATÉ A VITÓRIA!
Não podemos desanimar, nem adiar nossa luta. Em outros momentos a categoria também passou por greve duríssimas, de até 75 dias, e se manteve forte e unida. Só com essa força conseguiremos conquistar nossas pautas. É hora de enrijecer com o governo para que ele compreenda nossa força.
A greve é a arma que nós trabalhadores dispomos de enfrentamento com os governos. Vamos agarrar nossas reivindicações e lutar pelos nossos objetivos. A hora é agora! Se deixarmos esse momento escapar, talvez tenhamos que trabalhar mais 15, 20 anos ganhando um salário cada vez menor!