Em Dourados, o dia 30 de Maio de paralisação nacional em defesa da educação pública e popular anunciou a revolta estudantil junto com a luta combativa de trabalhadores e trabalhadoras da educação e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e dos estudantes indígenas, erguendo barricadas com pneus em chamas e bloqueando a rodovia Guaicurus que dá acesso às universidades e às cidades da região de Dourados. A fumaça negra quase provocou o fechamento do aeroporto de Dourados e podia ser vista a quilômetros de distância. A RECC-FOB, juntamente com a FAE (Frente Autônoma Estudantil) e a UE-AP (União Estudantil Alvorada do Povo) demarcaram a linha combativa, atendendo às deliberações assemblearias para a ação em conjunto com os demais estudantes e organizações presentes.
1. A luta da SESAI: A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) é composta por médicos(as), dentistas, enfermeiros(as) e agentes de saúde, atendendo a uma população de 765.600 pessoas em 5.614 aldeias no país. No estado do Mato Grosso do Sul, 90 mil pessoas são atendidas pela SESAI, que é compreendida como um modelo de atendimento à saúde específico para as necessidades dos povos originários. Por não ser interesse do Estado manter os povos originários vivos, a SESAI existe porque foi conquistada: através de muita luta pelo direito e respeito à medicina tradicional como fonte e fundamento da saúde. A Secretaria Especial e o direito à saúde dos povos indígenas vêm sendo atacada pelo projeto de precarização do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que também já foi secretário de Saúde de Campo Grande-MS e responde a um inquérito sobre a implementação de um sistema de prontuário eletrônico que favoreceu o Consórcio Telemídia & Technology Ltda. e a empresa portuguesa Alert Serviços em troca de seus interesses na campanha da farsa eleitoral de 2010. O inquérito tem investigado fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois.
O atual ministro faz parte da bancada ruralista da Frente Parlamentar Agropecuária e junto com a ministra da Agricultura Tereza Cristina (DEM-MS) integra o projeto genocida, de envenenamento da terra, dos povos do campo e da cidade, de precarização da saúde e exploração do trabalho. Neste contexto, trabalhadoras e trabalhadores da Secretaria Especial de Saúde Indígena de todo o país estão há meses sem receber.
2. Construção da Greve Geral: Além da precarização da saúde e dos cortes na educação pública, na última semana o Ministro da Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub, fomentou a censura contra os que lutam com seu projeto fascista da “Escola Sem Partido”, perseguindo educadoras e educadores que defendem uma educação para o povo e construída pelo povo. O povo respondeu com a revolta nos diferentes lugares do Brasil. Em Dourados, a união de forças entre estudantes, trabalhadoras/trabalhadores da educação e da SESAI reivindicaram nas barricadas da rodovia a construção da Greve Geral pelos direitos dos povos do campo e da cidade, e alçaram bandeiras e vozes contra a municipalização da saúde indígena e fortaleceram a solidariedade na luta. Houve uma tentativa de atropelamento, por parte de uma camionete preta, que avançou sobre a ciclovia jogando o carro por cima dos estudantes e trabalhadores.
Para a semana do dia 14, há grande possibilidade de demissão de 80 funcionários da UFGD, entre professores, técnicos e terceirizados, sendo que estes últimos serão os primeiros afetados, em especial os e as trabalhadores(as) da limpeza. Com assembleia geral marcada para o início da semana, os estudantes e trabalhadores(as) novamente irão se levantar em defesa da saúde indígena e da educação pública a serviço do povo.
CONTRA TODOS OS ATAQUES AOS DIREITOS DO POVO, CONSTRUIR A GREVE GERAL!
IR AO COMBATE SEM TEMER. OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!