Por OPOSIÇÃO CLASSISTA, COMBATIVA E INDEPENDENTE AO DCE UFRRJ (OCCI/RECC-FOB)
Assaltos, estupros, assassinatos, são retratos da violência que assola diariamente a população brasileira. Frutos de um sistema sócioeconômico desigual, injusto e opressor, a violência nada mais é que a materialização das práticas de exclusão social que a maioria da população está submetida. A política de segurança pública atual não é capaz de resolver tais problemas.
A violência no entorno do Campus de Nova Iguaçu, como os recorrentes assaltos, não está dissociada da violência que assola o restante da população. A política de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas da cidade do Rio de Janeiro, implementadas pelo governo Dilma-Pezão (PT-PMDB), aumentou consideravelmente os índices de violência na Baixada Fluminense, assim como em todo o Estado do Rio de Janeiro. Ainda assim, a militarização das favelas com a presença do Exército e da Polícia Militar não acabou com a violência das regiões ocupadas, pelo contrário, além da permanência do tráfico de drogas, vários assassinatos e violações dos direitos humanos ocorrem quase que diariamente pelas forças de repressão do Estado.
Cláudias, Amarildos, DGs, Elisabetes e Eduardos são assassinados todos os dias nas favelas e na Baixada. A fracassada política de segurança pública faz da população pobre e negra suas principais vítimas. A polícia não age a fim de proteger trabalhadoras e trabalhadores, mas sim de proteger os grandes políticos e empresários, e seus patrimônios. Nossa Universidade está localizada entre duas Delegacias de Polícia, e nem por isso há a inibição de ocorrência de assaltos.
Repudiamos a presença da Polícia Militar dentro da Universidade e no entorno, pois a mesma não traz segurança para a população. Pelo contrário, há aumento dos índices de criminalidade e repressão a trabalhadores e movimentos sociais. Como exemplo temos a USP, onde os números de roubos e assaltos aumentaram 55% com a presença da PM dentro do Campus. No dia 15 de abril desse ano, em uma manifestação contra a Terceirização dentro do campus da UFRJ no Fundão realizadas por trabalhadores e estudantes, um funcionário da universidade foi detido pela Polícia Militar, pois estavam “obstruindo o trânsito”. A presença da Polícia não diminuirá os índices de criminalidade na região. Temos como exemplo a última gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) ligados ao PT-PMDB que junto a Direção do Instituto Multidisciplinar solicitou auxílio junto ao 20º batalhão da PM para o policiamento na região, e que a PM entrava no IM para intimidar estudantes, enquanto assaltos ocorrem do lado de fora.
Não podemos isolar a Universidade dos problemas sociais que ocorrem com toda a sociedade. A ocupação dos espaços públicos é fundamental para a diminuição dos assaltos e da violência, com a urbanização e iluminação pública da região. Ressaltamos que o Passe Livre e o transporte fornecido pela UFRRJ são fundamentais para a diminuição dos assaltos, pois a maioria ocorre no trajeto IM x Centro (Rodoviária/Estação) com alunos que não têm condições de arcar com os custos da tarifa de transporte até o Centro de Nova Iguaçu e são obrigados a caminharem até esses pontos. A construção do Comitê de Autodefesa das Mulheres no IM se faz necessário à medida que cria mecanismos de defesa pessoal contra possível estupro, agressões e até assaltos.
PELO FIM DA POLÍCIA NAS ESCOLAS E NAS UNIVERSIDADES!
PELO FIM DA PM E DAS UPPs!
PELA CONSTRUÇÃO DOS COMITÊS DE AUTODEFESA DAS MULHERES!
PELA ILUMINAÇÃO PÚBLICA E URBANIZAÇÃO!
PELO PASSE LIVRE GERAL E IRRESTRITO!
PELO TRANSPORTE PÚBLICO FORNECIDO PELA UFRRJ!