Por Aliança Classista Sindical (ACS) afiliada ao Fórum de Oposição pela Base
Abril, o mês da mentira, começou com uma verdade que já estava anunciada: a aprovação, no Congresso Nacional, do PL 4330, do ex-deputado pelo PMDB e empresário Sandro Mabel, projeto que avança a precarização das relações de trabalho ao ampliar a terceirização, inclusive para as chamadas atividades fins. Oportunamente, as Centrais Sindicais CUT, CTB, NCST, INTERSINDICAL e CSP-CONLUTAS decidiram convocar para o dia 15 de abril um chamado de Greve Geral, apropriando-se do termo, que até então buscaram ignorar ou desvalorizar.
PARECE PIADA, MAS NÃO É
A paralisação convocada pelas Centrais soa extremamente oportunista, pois as mesmas jamais buscaram de fato construir a Greve Geral. A CUT, CTB e NCST negociam no congresso nacional a regulamentação da terceirização existente por meio do projeto do deputado federal Vicentinho (PT-SP). Não há nenhum tipo de construção por parte destas centrais nas bases das categorias que mobilize as bases para uma greve geral. De forma unilateral, sem diálogo com os trabalhadores, convocaram uma paralisação e estamparam a palavra de ordem da Greve Geral, apenas para fingirem a combatividade que nunca tiveram.
É necessário lembrar que a Greve Geral é uma bandeira histórica, levantada pelos setores combativos, e ganhou força durante o levante popular de junho de 2013. A partir disto, inúmeras oportunidades surgiram para a unificação das lutas dos trabalhadores. Durante o ano de 2014, marcado pelas mobilizações contra e realização da Copa do Mundo, tivemos um quadro de diversas categorias em greve no mesmo momento no Rio de Janeiro e no Brasil. Das centrais que dizem representar os interesses dos trabalhadores não ouvimos nenhum movimento para construção de qualquer atividade unificada. Inclusive votaram contra todas as propostas de unificação nas assembleias das categorias. No congresso do ANDES-SN, filiado a CSP-CONLUTAS, as correntes sindicais foram contra a proposta de construção de comitês de mobilização formado por local de trabalho e de construção de uma greve unificada da educação de todo o país.
Esta empreitada oportunista das Centrais governistas só terá como resultado o fracasso, já que não houve nenhuma mobilização séria com a classe. Desde de junho de 2013 as correntes sindicais e partidos políticos têm preferido a defesa da burocracia sindical do que a construção de movimento de base, classista e independente. Paralisações anteriores, convocadas por estas mesmas centrais, já se mostraram ineficazes diante da pouca adesão da classe trabalhadora, que não se vê ali representada. Esta é a maneira de NÃO construir a Greve Geral.
CONSTRUIR A VERDADEIRA GREVE GERAL PELA BASE!
A construção da Greve Geral verdadeira deve dialogar com a classe trabalhadora, que aponta diversas greves e paralisações no país desde 2013. Sua pauta prioritária devem ser as reivindicações coletivas gerais unificadoras (como saúde e educação), e não as reivindicações corporativistas. Ou de resistência a perda de direitos para uma parcela da classe trabalhadora brasileira, lembrando que quase 50% está no mercado informal. Como seria agora na luta contra a terceirização. Essas lutam devem se somar a luta contra a criminalização, por apoio incondicional aos presos políticos e contra o Estado policial, disponibilizando apoio jurídico e político para campanhas de libertação e defesa dos direitos de expressão e organização. O Plano de lutas deve ser classista, ou seja, lutar por aumento geral dos salários e não por aumentos apenas em categorias específicas e por terra. Além disso, é preciso trazer os trabalhadores para o centro da organização e mobilização. Por isso propomos comitês por local de trabalho, independente das direções sindicais, como forma de organização e mobilização dos trabalhadores. Isto sim é construir de fato a GREVE GERAL, e não este chamado oportunista do dia 15 de abril que sequer dialogou com a classe trabalhadora.
ABAIXO A TERCEIRIZAÇÃO!
CONSTRUIR OS COMITÊS DE MOBILIZAÇÃO POR LOCAL DE TRABALHO!