8 de março: dia da mulher trabalhadora.

8 de março: dia da mulher trabalhadora.

Todos os anos muito se fala do “dia da mulher”, de forma genérica, quando o dia 8 de março
se aproxima. Pouco se fala que se trata de um dia que marcou, mundialmente, a luta das
mulheres trabalhadoras.

Muito antes do termo “feminismo” existir, as mulheres do povo estiveram em lutas e
confrontos. Na Rússia de 1917 as mulheres proletárias e camponesas estiveram a frente da
revolução de fevereiro, que culminou a queda do czarismo. Na URSS foi onde a questão da
mulher mais avançou nos direitos básicos, como por exemplo, o direito ao divórcio
e a noção de que o cuidado com a casa e os filhos deveriam ser coletivizados, considerados
uma responsabilidade da sociedade e não somente da mulher, de forma privada.

No Brasil desde a época da colonização temos registro de mulheres negras e indígenas
escravizadas, que lideraram grandes rebeliões anticoloniais, a exemplo de Dandara dos
Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, esquecida pela historiografia branca e
eurocêntrica.

Temos muitos exemplos de participação ativa de mulheres trabalhadoras na luta pelo
socialismo no mundo. No Brasil não é diferente, a exemplo de Maria Lacerda de Moura e Olga Benário, que até o fim morreu em nome do que acreditava. Ou as mães que protestaram contra o regime ditatorial brasileiro que ceifou a vida de seus filhos, dando início ao movimento pela anistia.

Hoje no Brasil temos um alto índice de feminicídios, basta ligarmos a televisão para vermos
inúmeros casos. Somado a isso, a discriminação no mercado de trabalho, principalmente em
relação a mulheres negras e pobres, a falta de creches públicas, o assédio no ambiente de
trabalho, a pedofilia que assola desde a primeira infância, entre outros problemas provindos de uma
estrutura patriarcal e colonial. O que, nós mulheres do povo, temos a comemorar nesse dia?
Absolutamente nada. Usar um short curto ou usar um batom vermelho não altera nossa
posição em sociedade. Não queremos homenagens. Continuamos sendo mortas em razão de
nosso gênero. A “liberdade sexual” que o feminismo liberal prega, não existe nessa sociedade
capitalista.

A verdadeira transformação virá da nossa luta pelo socialismo, pois a luta das mulheres é a
luta do povo e a luta do povo é a luta da mulher. Companheiras, devemos nos lançar
ativamente na vida política, em todos os espaços possíveis e até impossíveis. Somos a faísca de
uma nova sociedade, nos tempos anteriores e hoje principalmente.


Viva as lutadoras do povo!

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