FOB – 10 de março de 2023
Recentemente, o Governo Lula-Alckimin anunciou o “aumento” do salário-mínimo 18 R$ (dezoito reais). Enquanto grande parte das organizações ditas de “esquerda” comemoram a “vitória” triunfal da democracia burguesa sobre o fascismo, passa quase despercebido a manutenção do regime de arrocho salarial.
Dezoito reais de aumento não é aumento do salário-mínimo!
Uma cesta básica na cidade de São Paulo, por exemplo, segundo dados do PROCON/SP de 2022, custa R$ 1.249,49, enquanto o salário-mínimo bate R$ 1230,00 com o falso aumento concedido pelo novo governo.
Os trabalhadores e as trabalhadoras mal conseguem suprir suas necessidades vitais de alimentação, o que dirá transporte, moradia, saúde, educação e lazer. Os mais afetados são sempre a classe trabalhadora negra e as trabalhadoras mulheres.
125 milhões de pessoas estão sob insegurança alimentar. 1 milhão de crianças desnutridas. 9,5 milhões desempregadas e 4,3 milhões desalentadas.
A fome assola as massas no Brasil, um dos maiores produtores de alimento do MUNDO.
Segundo dados do DIEESE, o salário-mínimo, para suprir todas as necessidades básicas, deveria ser de R$ 6.641,58. Logo, estamos muito longe de receber o MÍNIMO que merecemos enquanto classe trabalhadora, que vive do trabalho e não de privilégios de exploração e morcegagem, como os grandes empresários, patrões, banqueiros, latifundiários e políticos.
Se os governos burgueses e reacionários de Michel Temer e Bolsonaro promoveram uma política de ataques brutais aos direitos do povo trabalhador e impuseram o regime de arrocho, o que o governo Lula-Alckimin está fazendo é MANTÊ-LO!
A nossa classe não assiste paralisada esses ataques, mas está reagindo: em 2022, mil e sessenta e sete greves eclodiram no Brasil, isso é 48% maior do que 2021. A ascensão das greves se deu num momento de intensa desmobilização e despolitização promovidas pelas grandes centrais sindicais, devido às campanhas da farsa eleitoral.
O proletariado luta, e a luta do proletariado, principalmente os precarizados e informais, vindos dos bairros, vilas, periferias e favelas deve guiar a linha do sindicalismo revolucionário, por meio de táticas combativas e anti-colaboracionistas.
É preciso derrubar as direções sindicais pelegas, eleitoreiras e reacionárias, por meio de oposições de base classistas e combativas. Mas não só: também apoiar e construir sindicatos de base, por meio dos SIGAs (Sindicatos Gerais Autônomos), especialmente entre as categorias que foram excluídas da sindicalização oficial.
Lutar por melhores condições de trabalho, aumento real do salário-mínimo e redução da jornada de trabalho de 8 horas para 6 horas são bandeiras que devem ser levantadas imediatamente. Não esperemos pelos colaboracionistas, lutemos nós com nossas forças e toda nossa energia, por meio de greves que atropelem as burocracias sindicais, ocupações dos espaços de trabalho, manifestações, barricadas e manifestações combativas.
RECONSTRUIR O SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO!
CONSTRUIR A GREVE GERAL, ORGANIZAR A REBELIÃO
SALÁRIO-MÍNIMO REAL JÁ!
.