Apresentação da FOB em Recife

A conjuntura internacional e, em especial, a nacional nos aponta o aumento da crise econômico-político e o aprofundamento das desigualdades sociais e repressão ao povo, já podemos sentir os efeitos nas retiradas de direitos básicos (cortes na educação e aumento do gás e das passagens de ônibus). Estamos presenciando a favelização aumentar, repressão aumentar sobre universidades e os professores, o desmonte dos direitos trabalhistas e do sagrado direito à aposentadoria. Sabemos que estes direitos não foram dados por nenhum governo, ao contrário foram arrancados com muita luta. O povo está pagando caro pela crise criada pelos ricos.

Boa parte da culpa de não avançarmos na retomada dos direitos e na aquisição de novos se deve ao fato de os movimentos sociais, sindicais e estudantis em geral (CUT, CTB, UNE, UBES) não cumprirem sua função na luta com trabalhadores e estudantes, somente se apresentando como ponte para partidos que disputam cargos no Estado Burguês via eleições. Impedindo a radicalização das lutas, e nos levando a derrotas históricas e a um desânimo e descrença frequentes. Mas, sabemos que um outro mundo é possível e cabe a nós construí-lo.

Pernambuco e Recife em particular (assim como todo o Brasil) tem uma forte herança escravocrata e açucareira, sendo considerada uma das capitais mais desiguais do país, o que demonstra um elevado nível de precarização da vida dos trabalhadores/as e oprimidos. A informalidade duplicou no último período com o fechamento de dezenas de postos de trabalho, o custo de vida é um dos maiores do nordeste, a miserabilidade massiva é visível nas palafitas. Na educação temos escolas com estruturas ultrapassadas, falta de equipamentos e professores com salários defasados, assim como nas universidades temos cortes de bolsas, falta de vagas, falta de creche e de moradia estudantil. Na saúde hospitais sucateados e filas quilométricas para marcar exames e ser atentido. No setor industrial e de construção civil temos salários rebaixados e aumento da sobrecarga de trabalho.

            Porém também se tem em Pernambuco e em recife um povo de resistência, que luta por seus direitos e por sua cultura. Tivemos nos últimos anos:

  • As lutas contra a copa do mundo que demonstrou o caráter elitista do evento e que não trouxe os benefícios que prometeu, enricando empreiteiras e empresários e, na contramão causando remoções para os pobres e repressão policial nas periferias.
  • Ocupações combativas de dezenas de escolas por estudantes contra a pec federal que limitava os gastos públicos.
  • A vibrante ocupação de resistência do Cais Estelita (com repercussão nacional e internacional) que unificou pautas artísticas e populares, e promoveu manifestações e eventos culturais massivos amedrontando a prefeitura e suas sujas parcerias com as mega empreiteiras.
  • A ocupação autônoma da reitoria da UFPE a favor da real democracia universitária através da paridade na votação pra reitor e em defesa das pautas estudantis (rompendo com o imobilismo e peleguismo da UNE).
  • A criação de frentes independentes e autônomas que demonstraram um caminho alternativo de luta diante o peleguismo e entreguismo da Cut e outras centrais sindicais e entidades estudantis.

Resgatar este histórico demonstra que o povo pernambucano não é passivo e que já se abre um novo caminho de organização, revoltas e vitórias. Chegou a hora de organizarmos a revolta através de organizações autônomas dos trabalhadores onde poderemos resistir e, barrar as reformas atuais e futuras e conquistar direitos.

Por isso, nós, trabalhadores/as, estudantes e desempregados/as da FOB anunciamos que a rebelião popular só aumentará e para tal é fundamental canalizarmos nossas forças: trabalhadores/as, estudantes, desalentados, favelados, desempregados/as, lutadores/as do povo para a ruptura com os modelos associativos, sindicais e estudantis vigentes. Assim, convidamos todo povo pernambucano a construir a ruptura com o corporativismo, com as burocracias, com o peleguismo e imobilismo. Vamos debater construir coletivamente e de baixo para cima um instrumento de luta e resistência da classe trabalhadora para neste momento de acirramento na luta entre as classes.

ABAIXO A MILITARIZAÇÃO E AS REFORMA DA

PREVIDÊNCIA DO GOVERNO BOLSONARO/MOURÃO!

CONSTRUIR UMA FEDERAÇÃO AUTÔNOMA DOS TRABALHADORES! Fora UNE e CUT pelegas! 

É BARRICADA, GREVE GERAL, AÇÃO DIREITA QUE DERRUBA O CAPITAL!
CONSTRUIR A GREVE GERAL INSURRECIONAL!

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