Basta de violência contra as mulheres, lutaremos até o fim pelos nossos direitos!

Por Sindicato de Vários Ramos – Rio de Janeiro

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O 8 de março é nosso dia de luta. De afirmar as lutas que todas as mulheres no seu cotidiano. De gritar bem alto: suportaremos mais nenhuma violência, opressão e exploração. Nem todos conhecem a história do 8 de março, dia internacional das mulheres. Esta data faz referência à revolta das mulheres operárias na Rússia de 1917. Elas fizeram uma greve massiva contra o governo de Kerensky que oprimia o povo trabalhador. 90 mil trabalhadoras têxteis de Petrogrado foram para a rua com faixas pedindo ‘Pão para os nossos filhos’ e ‘Retorno dos nossos Maridos das Trincheiras’, trincheiras da I Guerra Mundial, deflagrada por homens engravatados em salas chiques, mas combatida por homens e mulheres do povo.

Também temos um longo histórico de lutas e resistências no Brasil. Desde Dandara de
Palmares, mulher negra guerreira que junto com outras mulheres lutaram contra a
escravidão e contra o racismo, nós sempre tivemos presença nas lutas contra a exploração, nas greves operárias, até os dias de hoje. A força e a coragem destas mulheres não foram em vão.

Nós, mulheres trabalhadoras, sabemos bem o que enfrentamos todos os dias: Estamos sujeitas a condições ruins de trabalho e salários mais baixos. Vejam, nós mulheres recebemos salários, que em média, são inferiores comparados aos salários médios dos homens. Nós ocupamos os postos de trabalho mais desvalorizados. A nossa jornada de trabalho é maior do que a média de trabalho doshomens. Isso não é justo!!! Temos uma tripla jornada de trabalho. Saímos para trabalhar e ganhamos pouco. Ainda somos cobradas para “dar conta” sozinhas dos cuidados com a casa, os filhos e os familiares mais velhos. Geramos e cuidamos dos futuros e futuras trabalhadoras, mas isso não é considerado trabalho! Quem lucra mais com isso? Os empresários. Eles ganham duplamente, em cima do nosso trabalho direto e do nosso trabalho doméstico, se aproveitam dessa nossa condição para exercer sobre nós uma exploração ainda maior.

Seremos as mais atingidas com a retirada de Direitos Trabalhistas. O governo Bolsonaro
quer aumentar o nosso tempo de contribuição e de trabalho para aposentaria sob o
argumento de que temos “privilégios”! As mulheres em geral vão trabalhar mais 7 anos (dois anos a mais para atingir a nova idade mínima, 62 anos, e cinco anos a mais detempo mínimo de contribuição, 20 anos) antes de conseguir esse direito. As trabalhadoras do campo mais 5 anos. Enquanto, as professoras mais 10 anos. Isso é injusto! Já ganhamos menos e trabalhamos fora em condições piores.

Tudo que envolve o trabalho doméstico ainda é assumido em sua imensa maioria pelas mulheres. Com a reforma esse cenário se torna ainda pior. Não somos e nunca somos privilegiadas. Precisamos barrar a reforma da previdência. Nós seremos as mais atingidas. São nossos direitos conquistados com muita luta e devemos defendê-los!

PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES! EXIGIMOS JUSTIÇA!!
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Sofremos e pagamos com as nossas vidas por causa do Machismo. Somos tratadas como inferiores aos homens. Não temos os mesmos direitos. Muitos homens ainda se julgam nossos donos. A violência deles tira a vida de tantas mulheres. Infelizmente, são os homens mais próximos que mais praticam a violência contra nós. São os nossos maridos, namorados ou companheiros, pais, padrastos, familiares, parentes, vizinhos e amigos. Eles que mais atentam contra as nossas vidas e nossos corpos (violência sexual). O Brasil é o quinto país do mundo que mais têm casos de violência contra as mulheres. Só no ano passado foram registrados 15.925 mil assassinatos contra mulheres motivados pelo desprezo ao sexo feminino (feminicídios), segundo o “Mapa da Violência Contra a Mulher”.
Os casos de assédio sexual nas ruas, principalmente no caminho de casa para o estudo ou de casa para o trabalho, e nos locais de estudo e trabalho também se multiplicam. Ou seja, nossa realidade é de extrema violência. Mas a violência contra as mulheres também
é praticada por esses Governos Autoritários, Corruptos e Assassinos. De 2007 até o início de 2018, 44 crianças e adolescentes (de 0 a 14 anos) se tornaram vítimas fatais de balas no Rio, sendo que 29 delas morreram entre 2015 e 2018. As mães trabalhadoras moradoras das áreas mais pobres são as que mais sofrem com a violência. Principalmente, com a violência policial. Essas mães sofrem uma dor enorme e irreparável com os assassinatos dos seus filhos. Também por tudo isso assassinaram a
vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, e seu motorista Anderson. Não podemos jamais esquecer essas mortes! Já tem um ano desse assassinato e nada foi feito. Os assassinos continuam impunes. Manteremos viva a nossa indignação contra esse brutal assassinato por motivação política. Mulher guerreira que lutou contra as injustiças. Denunciou as ações das milícias e a violência policial contra o povo morador das periferias e favelas. Tomemos como exemplo a sua luta e a importância de nos organizarmos para lutar contra qualquer violência e humilhação contra as mulheres.
GREVE GERAL CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!
VIVA A LUTA DAS MULHERES TRABALHADORAS!
ANDERSON GOMES, PRESENTE!
MARIELLE FRANCO, PRESENTE!

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