Por seção popular do Sindicato Geral Autônomo de Santa Catarina
Neste dia 15 de janeiro Adriano Lima Gregório dos Santos (Naninho), mais uma vítima inocente da genocida Polícia Militar catarinense, completaria seus 13 anos de idade. Porém, esse dia não passou em branco. Manifestantes queimaram pneus e bloquearam, por cerca de uma hora, a rodovia SC-401 sentido centro, na altura da Costeira do Pirajubaé, para pedir justiça pela morte do adolescente.
O dia chuvoso não impediu o ato de acontecer. E aos gritos de “cena forjada não dá mais para aguentar, por isso que a Costeira jamais vai se calar!” e “Naninho, Naninho vive em nós, por isso não vão calar a nossa voz!” os manifestantes não só pediam por justiça, como denunciavam a conduta criminosa da PM, pois se não bastasse assassinar Naninho, a Polícia ainda forjou a cena do crime ao implantar uma arma para alegar auto de resistência (ação em legítima defesa), além de implantar o terror na comunidade após manifestações de moradores e apoiadores que protestavam por justiça e em defesa da verdade.
Muito mais do que pedir por justiça, o ato acabou sendo uma resposta para a mídia burguesa, governo e a parcela conservadora, elitista e racista da capital catarinense que reproduziu o velho discurso de que as duas manifestações anteriores eram coisa de vândalos e a mando de traficantes. Dois meses após o covarde assassinato de Naninho, familiares e amigos continuam na luta pedindo por justiça, pois têm certeza da inocência do seu ente querido perdido.
O ato mostra toda a disposição para a luta que possuem os setores mais marginalizados da sociedade catarinense, pois mesmo com o Covid e com ameaças de retaliação por parte da polícia, foram ao combate por justiça. A pandemia mostrou a limitação da esquerda em geral que hoje possui a influência reduzida nos setores médios e uma burocracia sindical. Atos de setores marginalizados como esse se tornam cada vez mais expressivos no momento em que as organizações oficiais da classe trabalhadora se encontram paralisadas, por isso, é necessário avançar o diálogo organizativo junto a essas parcelas da sociedade, não por fetiche, mas por necessidade de construção revolucionária.
AVANTE A RESISTÊNCIA CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA E PERIFÉRICA!
TODA SOLIDARIEDADE AOS PARENTES E AMIGOS DAS VÍTIMAS!
CONSTRUIR E FORTALECER A LUTA AUTÔNOMA NA PERIFERIA E NAS FAVELAS!