Nota do Núcleo Estudantil do Sindicato Geral Autônomo (SIGA-DF) sobre as Eleições do DCE Honestino Guimarães UnB.
16 de outubro de 2019.
Diante a drástica situação da UnB forças políticas da direita (aliança liberal) e da esquerda (PT, Psol, PCdoB, PCB, PPL, Psb, PCR) dizem que se eleitos nos salvarão do buraco em que a universidade não para de cair.
Situação trágica e cômica.
Será que os cortes orçamentários e de bolsas, assim como o projeto Futura-se, um dos maiores ataques a universidade federal pública, serão barrados por uma gestão de esquerda no DCE? São forças políticas que possuem uma série de divergências internas que dificilmente serão resolvidas no seio de uma gestão de DCE, como ocorreu na gestão Todas as Vozes.
Muitos dos partidos políticos e organizações que compõe a chapa com nome de meme ajudam na criminalização de movimentos combativos dentro e fora da universidade, e muitas vezes se utilizam de espaços do movimento estudantil como “trampolim eleitoral”.
O que vemos é, novamente, uma tentativa desesperada de barrar o avanço da direita e do liberalismo dentro da universidade sem um diálogo real com a base e com esforços concentrados apenas em momentos de eleição.
Já os playboy da aliança propõem um financiamento privado jurando que um dia a UnB estará como Harvad (onde o ensino é pago e os estudantes ficam eternamente endividados), mantendo o discurso da “chapa do papel higiênico e bebedouros”. Não será uma política de doação de verbas e bebedouros por empresas privadas que ira resolver os problemas da universidade pública! Dizem não concordar com as políticas mirabolantes do governo atual não por estarem do lado do povo, mas por defender interesses próprios e da burguesia!
O projeto do MEC, na prática, é tornar o “Fatura-se” uma política de Estado e assim reestruturar todo o funcionamento da universidade afim de:
- coibir a organização e as ações políticas de estudantes indígenas, negros e pobres;
- dar de bandeja a estrutura pública pra iniciativa privada tocar o projeto mais lucrativo que conseguirem;
- atacar o conhecimento científico que cada vez mais se aproximava aos interesses do povo;
- aplicar uma política de censura a eventos que vão contra os interesses dos grades empresários e da “moral” do “cidadão de bem”.
Os urubus de gravata estão dispostos a tudo para impor suas vontades: chantagem, espionagem, censura, estelionato.
Esperando atingir a todos da universidade, principalmente a todas camaradas sinceras e dispostas que nunca fugiram a luta: Nós, estudantes do SIGA, apontamos que o único rumo possível de enfrentamento é um levante estudantil em massa. Uma greve geral insurrecional por tempo indeterminado, com ocupação e atos de rua. Acreditamos em uma política oposta a limitada ação de uma gestão institucional que o DCE costuma promover.
Construímos a política classista, combativa, independente de partidos, com fé na ação direta e na luta popular. Sabemos do compromisso histórico de derrubar a divisão de classe. Fazemos disto nossa motivação pra sermos os primeiros a entrarem em combate e os últimos a sair.
Nem a Chapa 1 nem chapa 2 nos ajudará na mobilização e organização das estudantes. Somente uma federação estudantil autônoma irá cumprir a missão de construir uma universidade popular.
Chegou a hora de construirmos comitês autônomos de luta e mobilização que levantem assembleias em cada curso, divulgando a luta em cada sala de aula. A curto prazo, devemos ter compromisso com a construção de uma greve geral na UnB. Só assim resistiremos aos ataques do Governo Civil-Militar.
Boicote estas eleições.
Não vote, se organize e lute.
Filie-se ao SIGA, venha construir uma Federação estudantil combativa!