PELO FIM DO MASSACRE DO POVO GUARANI-KAIOWA PELO GOVERNO DILMA/PT
O Governo Dilma/PT tem como centro de sua política o projeto neodesenvolvimentista, marcado por megaprojetos (PAC), pela expansão da fronteira agrícola, a extração de minério de ferro e exploração de recursos energéticos.
O proletariado marginal das favelas e os povos tradicionais no campo são os mais atacados pela política do governo Dilma. Se no primeiro mandato Dilma paralisou as demarcações de terras indígenas, no segundo empossou a chefe das ruralistas, Kátia Abreu (PMDB), para assinalar sua posição anti-indigenista frente ao agronegócio.
O congelamento das demarcações de terra expressa de maneira evidente o favorecimento da bancada ruralista em detrimento dos direitos dos mais de 240 povos indígenas que vivem no Brasil: segundo relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entre os três primeiros anos do mandato Dilma foram demarcadas apenas 11 terras indígenas, em média 3,6 por ano – o menor índice em comparação com seus antecessores.
Na contramão da paralisia na demarcação de terras, os índices de assassinato de indígenas crescem exponencialmente – 616 homicídios entre 2003 e 2013, uma média de 56 por ano. Em 2014, contabilizaram-se 138 assassinatos. Em junho desse ano, um grande efetivo da Força Nacional foi enviado para expulsar e massacrar indígenas da etnia Guarani-Kaiowá que promoviam um processo de retomada de terras na região de Antônio João (MS).
Este contexto de extrema violência contra os povos indígenas é resultado direto da lógica do progresso e do desenvolvimento, que regem a política econômica brasileira, priorizando os produtos do agronegócio para exportação em detrimento da alimentação do povo; milhares de hectares de terra destinados aos assassinos latifundiários, e para os Guarani-Kaiowá, só resta a miséria, a morte e a resistência cotidiana por um novo mundo. É por este motivo que os indígenas se auto-organizam, e realizam as retomadas, para reaver as Tekoha.
O quadro alarmante de desnutrição infantil, inúmeros casos de suicídio, plantações destruídas pelo agronegócio, moradias improvisadas de lona à beira de estradas e agressões e assassinatos pelas mãos de fazendeiros é hoje cenário comum no Mato Grosso do Sul. Somam mais mortes ao genocídio secular que, desde a colonização, massacra os povos indígenas, usurpando suas terras e retirando seus direitos básicos. Entre 2003 e 2014, foram mais de 450 mortes por assassinato apenas no MS, envolvendo os conflitos por terra entre Indígenas e latifundiários.
A crítica da esquerda reformista (PSOL, PSTU, PCB) se dirige unicamente ao aumento da taxa de juros dos bancos e a política de cortes na educação e saúde e Joaquim Levy. A crítica ao setor rentista do governo é correta, porém mascara a complacência com a política neodesenvolvimentista do governo de massacre dos povos tradicionais porque, na prática, o reformismo brasileiro também apoia, em maior ou menor medida, os programas neodesenvolvimentistas.
A solidariedade material da cidade é fundamental para manutenção da luta no campo, mas essa não deve se dar apenas com apoio nas redes sociais, pois deve se expressar efetivamente na unidade política entre campo e cidade, através da construção de oposições do tipo sindicalista revolucionária para articular a luta por terra e liberdade conduzida através da ação direta de massas, das greves urbanas e rurais e das retomadas e ocupações de terra.
ABAIXO A PEC/215!
PELA IMEDIATA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDIGENAS!
PELA UNIDADE DO PROLETARIADO NO CAMPO E NA CIDADE!
Versão para impressão dos três modelos de cartaz da Campanha: AQUI.