Por Sindicato Geral Autônomo do Rio de Janeiro – SIGA-RJ
Segundo denúncias da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e do Centro Brasileiro de Solidariedade ao Povos (CEBRASPO), o acampamento Tiago dos Santos, localizado nas fazendas NorBrasil e Arco-íris, em União Bandeirantes, Porto Velho/RO, com cerca de 600 famílias, mais de 2.400 pessoas, em sua maioria idosos, mulheres e crianças, foi atacado, no dia 10 de outubro, por uma tropa de aproximadamente 300 Policiais Militares, que utilizou de violência, atacando as famílias com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha.
As famílias camponesas foram submetidas a tortura física e psicológica, sofreram ameaças de morte e foram sitiadas no local, com a PM impedindo a entrada de alimentos e água. A cozinha coletiva e os barracos foram totalmente destruídos. Os camponeses também denunciam o desaparecimento de várias pessoas.
Após a morte, no dia 3 de outubro, de dois policiais militares, José Figueiredo Sobrinho e Márcio Rodrigues da Silva, no distrito de Nova Mutum Paraná, a quilômetros de distância do acampamento, as ameaças às famílias camponesas se intensificaram. As autoridades governamentais e a mídia burguesa começaram uma campanha mentirosa com o objetivo de criminalizar a LCP .
O governador de Rondônia, Coronel Marcos Paulo/PSL, determinou o aumento do contingente do aparato repressivo na região de União Bandeirantes. O presidente Bolsonaro (sem partido) reforçou a campanha de ódio aos camponeses nas suas redes sociais. O vice-líder do governo no Congresso, o senador Marcos Rogério (DEM), solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o envio para Rondônia de tropas da Força Nacional e ainda defendeu a determinação de uma GLO (Garantia de Lei e Ordem) pelo presidente Bolsonaro, isto é, a autorização para a intervenção das Forças Armadas na região.
Todas essas ações têm o objetivo de defender o poder dos latifundiários no campo brasileiro, no caso específico, defender o latifúndio do grileiro Antônio Martins (Galo Velho), dono da empresa Leme Empreendimentos Ltda que reivindica a propriedade da área ocupada. Mas a terra pertence a quem nela trabalha!
Morte ao latifúndio!
Viva a luta camponesa!
Não a criminalização da LCP!