1)O levante popular de junho de 2013 mostrou todo o potencial dos trabalhadores.Deixou mais claro que vivemos numa ditadura mascarada de democracia. Colocaram em xeque os partidos e até o sindicalismo no Brasil que tem servido aos partidos, patrões e governos.
2) Sem o controle dos partidos, patrões e da burocracia sindical o levante se espalhou por todo país. Seu auge foi no dia 20 de junho com manifestações em todo o país. No Rio de Janeiro quase dois milhões de trabalhadores saíram as ruas lutando por mais educação, saúde e transporte público de qualidade.
3) Os governos de todos os partidos só responderam com mais violência e repressão. Como já fazem nas periferias e favelas com sistemáticos assassinatos. Principalmente de jovens negros. A massa resistiu, mostrou sua disposição para o enfrentamente e seus mecanismos de autodefesa contra a violência polícial. Nesse contexto que a juventude passou no final de junho a utilizar a tática black bloc para se defender.
4) A mobilização das ruas deixou mais claro que não temos democracia. O sistema que temos favorece os patrões, juízes e políticos. A desigualdade é mantida. A violência polícial e a falta de sistemas de saúde, educação e transporte público e gratuito de qualidade foram as principais críticas que permaneceram de junho.
5) Nesse contexto é que aumenta a crítica a polícia. O grito da favela ecoou e rompeu o silêncio imposto pelo Estado. A denúncia de assassinatos, da UPP e de desaparecimento ganhou o mundo. Gritos de ordem surgiram nas ruas: “A Verdade é Dura / A UPP também é ditadura”, “Não Acabou/ Tem que Acabar/ Eu quero fim da Policia Militar” e “PM Assassina/ Chega de Chacina”. A denúnica do desaparecimento do pedreiro Amarildo e do assassinato da auxiliar de Limpeza Claudia Ferreira mostraram ainda mais a violência polícial. Na última semana vieram a tona o caso de dois adolescentes sequestrados pela policia e levados para o alto do Sumaré, zona norte do Rio de Janeiro, que terminou na execução de Mateus Alves, de 14 anos, o outro estudante conseguiu sobreviver.
6) A traição dos partidos já começou em junho, nas manifestações do dia 27 e 30 de junho, quando passaram a dividir o ato e criminalizar os movimentos que utilizavam a autodefesa ensinada pelas massas no levante do dia 20.
7) A burocracia sindical ficou paralisada em junho. Sem conseguir dirigir o movimento e com medo das mobilizações nas ruas, TODA a burocracia sindical (CUT, CTB, UGT, NCST, INTERSINDICAL, CSP-Conlutas, Força Sindical, CGT) se unificou para organizar um ato no dia 11 de julho contra o clamor das ruas pela Greve Geral.
8) O ato do dia 11 de julho de 2013 foi um fracasso. Além de mobilizar muito menos do que em junho, foi organizado de forma que as centrais tivessem controle absoluto dos manifestantes. Para isso contrataram seguranças particulares, os chamados batepaus, para agredir aqueles que descordavam da prática política burocrática, a favor dos governos e dos patrões contra os trabalhadores. Militantes foram agredidos pelas centrais enquanto se defendiam do ataque da polícia militar.
9) Passou então a campanha de criminalização das lutas, da juventude combativa, da tática black bloc.No Rio de Janeiro isso foi desfeito com a unificação da tática black bloc com a greve dos professores, a revelia da direção sindical (PT, PSOL, PSTU), que pressionado pela sua base tiveram que recuar diante da crimininalização.
10) O inicio de 2014 foi intensamente marcado pela experiência de 2013. Primeiro tivemos a greve dos rodoviários de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A greve aconteceu contra a direção do sindicato. Contava com a mobilização da base e uma oposição organizada pela CUT-PT. Essa oposição conteve a luta, na medida em que aceitou o acordo imposto pelo governo e pela justiça. De positivo foi a experiência de auto-organização da base e a unidade com o Bloco de Lutas, que conseguiu reduzir o preço da passagem em 2013.
10)Os trabalhadores da construção do COMPERJ se rebelaram e fizeram greve independente do sindicato (CUT) que era contra a mobilização. Enfrentaram a Petrobras, as empresas terceirizadas, o sindicato, a polícia e os capangas. Não se intimidaram. Ficaram mais de um mês em greve lutanto por melhores condições de trabalho e vida. Houve no entanto uma desmobilização devido a intervenção do Sindicato.
11). A greve dos garis no carnaval organizada pela base foi o principal exemplo para a classe trabalhadora brasileira. Inspirada nas mobilizações dos professores, os garis tomaram coragem e passaram a ser organizar independente dos sindicatos controlados por burocratas ligados aos goverrnos, centrais e partidos. Uma comissão de greve é formada e começa a pressionar o sindicato (UGT). Com a recusa do sindicato (UGT) de ir à luta, uma assembleia independente define pelo inicio da greve durante o carnaval. A organização de base dos trabalhadores, apostando na ação direta durante o carnaval foi fundamental para a vitória. O rompimento com o sindicato oficial foi essencial para a vitória dos garis.
12) Isso assustou a burocracia sindical e os partidos que a controlam. Não demorou para que as centrais sindicais e os partidos agissem para impedir a unificação da luta, principalmente durante a Copa do Mundo. O que já haviam feito na greve dos operários do Comperj e dos Rodoviários de Porto Alegre. Isso porque os gastos com a Copa da FIFA e a repressão para garantir o evento foram fortes motivos de crítica. Surgindo nas ruas o grito “Não Vai Ter Copa”. Por isso, a possibilidade de greve durante o mundial foi visto como fundamental pela base para conquistar suas reivindicações.
13) Outras greves e mobilizações, como dos rodoviários e metroviários, de SP e do RJ, surgiram e foram desmobilizada pelos grupos ligados a partidos eleitoreiros e centrais sindicais. Onde os trabalhadores se associaram a alguma burocracia sindical a greve não ganhou força e foi derrotada. Os servidores federais da cultura tem que lutar contra o judiciário, o governo e o sindicato (SINTRASEF-CONDSEF) filiado a CUT. Por isso organizaram um Comando de Greve independente do sindicato. Os partidos vinculados ao governo impediram e sabotaram as greves. E contaram com apoio de uma suposta oposição, como PSTU e PSOL.
14) Partidos que atuam no movimento social como o PT sabotaram e impediram a unificação das lutas. Controlando a burocracia sindical e atuando no movimento sindical de modo a evitar a união pela base entre os trabalhadores através de mobilizações e greves. Por sua vez os governos, Municipais, Estaduais e Federal, passaram a acionar a justiça e atacar o direito de greve com a colaboração dos juízes. Como acontece na greve dos professores do Estado e do Munícipio, dos Servidores Feradais da Cultura, dos Metroviários e Rodoviários. Aos trabalhadores o governo manda tiro, porrada e bomba.
15) Os trabalhadorem devem boicotar o sistema eleitoral dos patrões e dos partidos eleitorais. Confiar apenas em si mesmo, se organizar por local de trabalho e moradia pela base. Combater os sindicatos burocratizados, a favor dos patrões e governos, se organizar autonomamente e construir a Greve Geral pela Base para conquistar melhores condições de vida e de trabalho.
LUTAR NÃO É CRIME! TODA SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES PERSEGUIDOS PELOS PATRÕES,GOVERNOS E JUSTIÇA!
A SALVAÇÃO ESTÁ EM NÓS PRÓPRIOS!