NÃO ESQUECER E NÃO PERDOAR O MASSACRE DE GUAPOY
POR GT TERRA E LIBERDADE – FOB
O GT Terra e Liberdade da Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias (FOB) convida as organizações, nacionais e internacionais, e militantes de todo os povos e países a uma campanha de justiça para os nossos companheiros e companheiras Guarani e Kaiowa, em específico para nossos camaradas do Tekoha Guapoy Mirin Tujury, na cidade de Amambai, estado do Mato Grosso do Sul, território dominado pelo estado brasileiro. Na madrugada do dia 24 de junho de 2022 a Polícia Militar e paramilitar atacou a retomada, ferindo 29 e executando uma pessoa com três tiros de fuzil. 5 companheiros se encontram em risco de prisão, já sob custódia após liberação do hospital onde tratavam dos ferimentos decorrentes do massacre.
Em comunicado, a A Assembleia Geral do Povo Kaiowá e Guarani – ATY GUASU, cobra dos Governantes que “justiça seja feita, que medidas sejam tomadas, que esse genocídios para com os Povos Originários acabem, que o direito a vida seja respeitado, que a demarcação seja realizada e o diálogo e respeito entre os povos”. A comunidade indígena encontra-se revoltada com os acontecimentos e mais uma vez, espera por justiça”
O neocolonialismo do Estado Brasileiro e suas classes dominantes tem atacado os diversos povos indígenas. O roubo de seus territórios e a destruição do seu modo viver está integrada a dinâmica da exploração local, mas também a onda global de colonização sob o regime de acumulação. Tudo isso integradas ao sistema mundial capitalista que aprofundamento das relações de dominação e exploração sobre os povos e a natureza.
No Brasil a situação tem se intensificado na medida que o agronegócio e a mineração tem avançado pelo território nacional e ganhado cada vez mais força nos últimos 30 anos nos seguidos governos nacionais.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT): “Em 2021, a violência contra a pessoa foi brutal. Somente nos estados da Amazônia legal foram 28 assassinatos, 80% do total. A violência nesta região reflete não só a ferocidade da grilagem e do latifúndio, como também o emparelhamento protetor do Estado brasileiro ao setor ruralista. A atuação da “pistolagem sob encomenda” e das “agromilícias”, bem como de agentes públicos, ocasionaram 35 assassinatos por conflitos no campo, no Brasil, em 2021. Desse total, 33 pessoas eram homens e duas eram mulheres.”
A configuração de violência acontece não porque falta Estado, mas sim porque o Estado está do lado do agronegócio e da mineração, além da conivência, quando não, organizando o próprio grupos paramilitares.
Solicitamos aos camaradas e organizações de outros países que realizem ações, de preferências nas sedes das embaixadas brasileira, conclamando por justiça, pela autodeterminação dos povos e boicote aos produtos de origem da agropecuárias e do agronegocio brasileiro!
Os povos querem ter seus territórios e sua autonomia para viver.
Exoneração e prisão do Secretário de Segurança Pública Antônio Carlos Videira e do governador do estado do MS, Reinaldo Azambuja;
Punição aos Policiais Militares que mataram Vitor e feriram dezenas de pessoas,
Direito ao Enterro Digno de Vitor Fernandes no território ancestral.
Por Terra e Liberdade!!!