Comitê de Solidariedade ao Povo Curdo – FOB
Nos últimos dias as forças militares turcas, comandadas pelo Presidente Erdogan (do partido AKP Neoliberal e Islâmico Conservador) atacou o vilarejo curdo de Afrin, na Síria. Mais de 70 aviões do exército turco bombardearam aldeias e povos.
Localizado no norte da Síria, onde as guerrilhas curdas defenderam os territórios do DAESH e ao mesmo tempo garantir a autodeterminação dos povos que ali residem. Tempo no meio da luta de resistência a guerra entre as potências imperialistas, Rússia e EUA, e os interesses Turcos, Israelenses e Sauditas que não vem com bons olhos o projeto político confederalista democrático que ganha força no norte da Síria e entre o povo curdo, principalmente na Síria.
Temos então uma profunda revolução na região com coletivização da terra, poder político por meio de um sistema de autogoverno com base em assembleias locais com respeito as questões etnicas, combate ao patriarcado e estimulo de participação das mulheres, fim da poligamia, criação de autodefesas controlado pelas assembleias locais e implementação de cooperativas e projetos produtivos autogeridos.
Nesse sentido tem se desenvolvido um socialismo sem estado por meio do que se chama Confederalismo Democrático defendido pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Essa federação de comunidades convive diferentes etnias e religiões como curdos, árabes, turcomanos, yezidíes, sunitas, sciíes, cristãos, etc. Hoje em dia mais de três milhões de pessoas vivem num sistema democrática em mais ou menos 4.000 assembleias locais.
Desde do início da guerra o povo curdo tem sofrido com o regime de Assad por um lado e o Exército Livre Sírio, pró EUA, por outro, com grupos paramilitares salafistas (islamismo sunita conservador), o exército turco e com o estado islâmico. As unidades de proteção do povo (YPG) e as unidades de proteção das mulheres (YPJ) foram responsáveis por duas grandes vitórias contra o DAESH: a liberação da cidade de Kobane, em janeiro de 2015, e a liberação da cidade de Raqqa, em outubro de 2017. Se por um lado isso fortaleceu a posição revolucionária, por outro lado as forças reacionárias não ficaram nem um pouco satisfeitas com o avanço dessa posição na região
Desde que assumiu o poder na Turquia, Erdogan e seu partido tem ampliado seu poder com uma política econômica neoliberal e aumentando o conservadorismo através de posições religiosas. Grupos políticos e militantes, principalmente os curdos, tem sofrido uma perseguição sistemática, seja reformistas ou revolucionários. O avanço das forças curdas na Síria gerou insatisfação do governo turco, que faz o jogo do DAESH na região. Não por acaso o governo turco bombardeou o território livre e autônomo de Afrin, no norte da Síria, que tem construído o confederalismo democrático como forma de combater o PKK, PYD e a revolução em curso na região. Para isso tem agido não somente com forças regulares, mas por meio de financiamento de grupos mercenários.
A Turquia, membro da OTAN, tem contato com a cumplicidade do sistema interestatal capitalista, levando dezenas de aviões além de suas fronteiras para atacar com população civil e os diversos grupos que tenham um projeto político antagônico ao defendido por Ancara e pela comunidade internacional.
A Federação de Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil (FOB) repudia a guerra de extermínio promovido pelo Estado Turco com a cumplicidade tanto de EUA e Rússia, como da ONU que ataca o povo curdo e seu anseio de liberdade. Nos solidarizamos com todo o povo curdo e suas organizações de Afrin.
A luta dos povos do Curdistão é nossa luta!
Afrin não está só!! Toda solidariedade ao povo! Fora militares e paramilitares!
A Revolução Social é internacional!
Temos sim que mostrar nosso apoio às forças revolucionárias que lutam por liberdade, igualdade. Sem submissão as autoridades que não pensam no povo. Sendo que o povo é toda a base de uma nação.