MS | Campanha de arrecadação em defesa do povo Guarani e Kaiowá, da autonomia alimentar e da recuperação de sementes crioulas

MS | Campanha de arrecadação em defesa do povo Guarani e Kaiowá, da autonomia alimentar e da recuperação de sementes crioulas

14 de Junho: TERRA E LIBERDADE! Em memória dos que se foram, pela saúde e autonomia dos que ficaram

No dia 14 de junho de 2016 ocorreu o Massacre de Caarapó, quando Clodiodi de Souza – agente de saúde Guarani e Kaiowá de 26 anos – foi assassinado brutalmente por latifundiários e ruralistas após a retomada de Toro Paso, que faz parte da Terra Indígena Dourados Amambaipegua I. Na ocasião, mais de 10 pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança de 12 anos de idade. Antes do ataque, os fazendeiros se esconderam na COAMO e organizaram a ação armada via whatsapp, com envolvimento de policiais e seguranças privados. Atualmente, apenas o pai de Clodiodi se encontra preso, acusado de crimes que não cometeu e condenado a 18 anos de cárcere, apesar de ser idoso e portador de doenças crônicas e degenerativas. Os 5 fazendeiros responsáveis pela articulação do massacre seguem livres. Ainda, em 2020, Jesus de Souza – irmão de Clodiodi – morreu de Covid-19, como resultado de uma saúde agravada pela bala que até então carregava alojada em seu abdômen, disparada pelos mesmos assassinos de seu irmão.

O dia 14 de junho também é um dia de resistência coletiva, pela qual Leonardo foi criminalizado. É um dia de resistência pois foi quando coletivamente os Guarani e Kaiowá da Tey’i Kue e de outras retomadas da região enfrentaram o covarde ataque dos fazendeiros e avançaram para mais 4 retomadas de seus tekoha, como se referem ao território ancestral. A Campanha “TERRA E LIBERDADE” se soma aos 4 anos consecutivos de eventos de memória e luta realizados em Kunumi Poty Verá em homenagem a Clodiodi e em defesa do tekoha. Ao longo de 2020, desde o início da pandemia, a FOB realizou campanhas de arrecadação por meio da campanha “Só o povo salva o povo!”, resultando em ampla distribuição de sementes e produção de alimentos para comunidade

Hoje, com o avanço do agronegócio encastelado no Estado brasileiro e nas instituições indigenistas – a exemplo de uma FUNAI e SESAI militarizadas por coronéis e delegados bolsonaristas/ruralistas –, o governo Bolsonaro pressiona para liberar o agronegócio em terras indígenas, principalmente por meio da monocultura de soja e outros grãos, assim como pecuária, mineração e até mesmo turismo e extração de petróleo por meio do PL 191/20. Este cenário afeta diretamente diferentes povos indígenas ao redor do país, e agrava a conjuntura catastrófica gerado pela combinação da pandemia, da fome, da falta de água, da precarização da saúde indígena e do incremento da violência e repressão promovida pelo agro em terras Guarani e Kaiowá, assediadas continuamente por fazendeiros que promovem arrendamentos e torturas, a exemplo do recente ataque armado contra 3 moradores de Guaiviry, onde Nísio Gomes foi desaparecido e assassinado em 2011.

Frente a isso, nossa campanha busca fortalecer as redes de solidariedade do povo Guarani e Kaiowá, com especial ênfase nas trocas de sementes crioulas e alimentos produzidos na Terra Indígena Dourados Amambaipegua I, com enfoque nas retomadas da região de Caarapó. Todo o dinheiro arrecadado pela campanha será reveritdo para aquisição de sementes crioulas de diferentes lugares e aldeias do Brasil, que serão distribuídas para bancos de sementes na Tey’i Kue com fomento de guardiões de sementes em cada área retomada. O milho branco – avati moroti – é nosso principal enfoque, sustentáculo da roça Guarani e Kaiowá usado no ritual de batismo do milho branco, o Jerosy Puku, que há mais de 40 anos não ocorre na Tey’i Kue. Buscaremos criar condições efetivas para que ele volte a se realizar, fortalecendo a vida espiritual e material do povo, demonstrando que é possível produzir alternativas ao arrendamento e, principalmente, alternativas ao capitalismo na busca pelo Teko Porã.

Para colaborar, deposite qualquer quantia na seguinte conta:

Dados bancários:

Razão social: Instituto para o desenvolvimento da arte e da cultura

CNPJ 07.382.034/0001-37

Banco do Brasil – 001

Agência 0391-3

Conta corrente 119416-x

Número IBAN: BR3900000000003910001194160C1

CÓDIGO SWFIT: BRASBRRJCTA

Enviar comprovante para o e-mail: araguyje@protonmail.com

– ITENS A SEREM ARRECADADOS:

* Sementes crioulas e de adubação verde (custo do frete)

* Ferramentas de trabalho para roça

* Materiais de biossegurança para as comunidades

* Cestas básicas

* Gasolina para o transporte dos materiais

Todo o uso do dinheiro será justificado através de publicação a ser realizada no site da FOB – após a conclusão da Campanha no dia 30 de junho de 2021, quando publicaremos fotos e comprovantes bancários.

TERRA E LIBERDADE!

CLODIODI VIVE, LEONARDO LIVRE!

ABAIXO A PL 191/20!

EXPULSAR E BARRAR A ENTRADA DO AGRONEGÓCIO EM TERRAS INDÍGENAS COM LUTA E RESISTÊNCIA!

AVANÇAR AS RETOMADAS, DESTRUIR O LATIFÚNDIO!


CAMPAIGN IN DEFENSE OF THE GUARANI AND KAIOWÁ PEOPLE, FOOD AUTONOMY AND RECOVERY OF CRIOULE SEEDS

June 14: LAND AND FREEDOM! In memory of those who fall, for the health and autonomy of those that are resisting.

On June 14, 2016, the Caarapó Massacre took place, when Clodiodi de Souza – 26-year-old Guarani and Kaiowá health agent – was brutally murdered by landowners and ruralists after the retaking of Toro Paso, part of the Indigenous Land of Dourados Amambaipegua I, in the State of Mato Grosso do Sul, in Brazil. At the time, more than 10 people were injured, including a 12-year-old child. Before the attack, the farmers hid in COAMO and organized the armed action through Whatsapp, with the involvement of police and private security guards. Currently, only Clodiodi’s father is in prison, accused of crimes he did not commit and sentenced to 18 years in prison, despite being elderly and suffering from chronic and degenerative diseases. The 5 farmers responsible for the articulation of the massacre remain free. Still, in 2020, Jesus de Souza – brother of Clodiodi – died of Covid-19, as a result of the health complications with the bullet that was lodged in his abdomen, fired by the same murderers of his brother.

June 14 is also a day of collective resistance, for which Leonardo was criminalized. It was when collectively the Guarani and Kaiowá of Tey’i Kue and people from other territories recovered in the region faced the cowardly attack of the farmers and advanced for 4 more land recovery of their tekoha, as they refer to the ancestral territory. The “TERRA E LIBERDADE” (Land and Liberty) Campaign is added to the 4th consecutive years of memory and struggle events held in Kunumi Poty Verá in honor of Clodiodi and the defense of the tekoha. Throughout 2020, since the beginning of the pandemic, FOB has carried out fundraising campaigns through the campaign “Only the people save the people!”, resulting in wide distribution of seeds and food production for the community.

Today, with the advance of agribusiness enshrined in the Brazilian State and in indigenous institutions – such as a FUNAI and SESAI militarized by colonels and Bolsonaro/ruralist delegates –, the Bolsonaro government presses to liberate agribusiness in indigenous lands, mainly through monoculture soybeans and other grains, as well as livestock, mining and even tourism and oil extraction through PL 191/20. This scenario directly affects different indigenous peoples around the country and increase the catastrophic conjuncture generated by the combination of the pandemic, hunger, lack of water, the precariousness of indigenous health, and the deepen in violence and repression promoted by agribusiness in Guarani lands and Kaiowá, continually harassed by farmers who promote leases and torture, like the recent armed attack on 3 residents of Guaiviry, where Nísio Gomes was disappeared and murdered in 2011.

In light of this, our campaign seeks to strengthen the solidarity networks of the Guarani and Kaiowá people, with special emphasis on exchanges of Creole seeds and food produced in the Indigenous Land Dourados Amambaipegua I, with a focus on the resumption of the Caarapó region. All the money raised by the campaign will be returned for the acquisition of Creole seeds from different places and villages in Brazil, which will be distributed to seed banks at Tey’i Kue with the promotion of seed custodians in each retaken area. White corn – avati moroti – is our main focus, the mainstay of the Guarani and Kaiowá fields used in the baptism ritual of white corn, the Jerosy Puku, which has not occurred in Tey’i Kue for over 40 years. We will seek to create effective conditions for it to be realized again, strengthening the spiritual and material life of the people, demonstrating that it is possible to produce alternatives to leasing and, mainly, alternatives to capitalism in the search for Teko Porã.

To collaborate, deposit any amount into the following account:

Bank data:

Company name: Institute for the development of art and culture

CNPJ 07.382.034 / 0001-37

Bank of Brazil – 001

Agency 0391-3

Current account 119416-x

IBAN number: BR3900000000003910001194160C1

SWFIT CODE: BRASBRRJCTA

Send receipt to the email: araguyje@protonmail.com

– ITEMS TO BE COLLECTED:

* Creole seeds and green manure (freight cost)

* Work tools for gardening

* Biosafety materials for communities

* Basic baskets

* Gasoline for the transportation of materials

All use of the money will be justified through publication to be carried out on the FOB website – after the conclusion of the Campaign on June 30, 2021, when we will publish photos and bank receipts.

LAND AND FREEDOM!

CLODIODI LIVE, LEONARDO FREE!

GO OFF PL 191/20!

EXPULSING AND BARRING THE ENTRY OF AGRIBUSINESS IN INDIGENOUS LANDS WITH STRUGGLE AND RESISTANCE!

ADVANCING THE RECOVERY OF INDIGENOUS LAND, DESTROYING THE SQUARE!

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