Ao analisarmos criticamente o aparelhamento partidário eleitoral e a estrutura burocrática dos sindicatos de professores e trabalhadores da educação, percebemos questões que estão diretamente relacionadas aos principais fundamentos das organizações sindicais e do próprio Estado. Os dirigentes, filiados aos partidos eleitorais, conduzem a política sindical para um caminho que se distancia dos reais interesses da classe trabalhadora. A base dos trabalhadores da educação fica contrariada com as direções que seu próprio sindicato toma.
Esse problema é possibilitado e agravado pela burocratização dos sindicatos, que cria uma separação autoritária entre a direção sindical e a base, dificultando a participação democrática e a tomada de decisões coletivas. A unicidade sindical, herança do governo de Getúlio Vargas, também poda a liberdade de associação dos trabalhadores; pois ela proíbe a existência de mais de um sindicato por categoria e base territorial. Ou seja, os trabalhadores são reprimidos caso se organizem por fora do sindicato oficial escolhido pelo Estado para sua categoria e território. Isso só beneficia as direções encasteladas que se protegem pela burocracia sindical. Essa situação brasileira é inclusive minoria no cenário internacional.
Essas questões nos leva a compreender que a educação não é uma simples mercadoria, mas sim um direito fundamental e um instrumento de conscientização política capaz de promover uma real transformação social. Diante disso, é imprescindível promover a organização de base autônoma para enfrentar os desafios presentes no cotidiano escolar e nas políticas educacionais, incluindo questões como o piso salarial de professoras/es, a estrutura física das escolas e a formação docente, por exemplo.
É importantíssimo também que esta organização de base envolva todos os trabalhadores da escola! É interessante para o Estado que não exista união entre docentes efetivos, contratados e temporários; professores e técnico administrativo; cargos de nível superior e cargos de nível médio/fundamental.
Por fim, a construção de um sindicato autônomo e comprometido com os interesses da classe trabalhadora é essencial para o futuro da educação em Pernambuco. Somente por meio da união/organização e da luta coletiva podemos garantir que nossas vozes sejam ouvidas e que nossos direitos sejam respeitados, promovendo um sistema educacional que reconheça e valorize diferentes conhecimentos, promova uma ruptura este sistema de dominação e, sobretudo, garanta a igualdade de oportunidades para todos.
PELO DIREITO IRRESTRITO DE ORGANIZAÇÃO DE BASE NAS ESCOLAS!
CONSTRUA O COMITÊ SINDICALISTA REVOLUCIONÁRIO DE PERNAMBUCO!
Este texto foi escrito pelo Comitê Sindicalista Revolucionário de Pernambuco. Se você mora neste território, não deixe de conhecer a proposta do comitê e construir uma alternativa autônoma para a luta do povo trabalhador. Clique aqui.