Na tarde de ontem (09/06) estudantes do Instituto Federal do Piauí travaram a mais importante via da cidade de Parnaíba para exigir melhores condições estruturais em seu campus, que sofre e é ameaçado pelos constantes cortes na educação brasileira. Somente no mês passado, enquanto gasta com cartão pessoal e carnes de primeira qualidade ao exército, Bolsonaro cortou 3,2 bilhões do orçamento para a educação, inviabilizando quase que completamente as condições necessárias para um retorno seguro pós-pandemia e à manutenção básica da vida docente e acadêmica. Em conversa com estudantes da instituição, as principais reivindicações giram em torno dos seguintes problemas:
1) Tendo recursos suficientes até setembro deste ano, os ônibus disponibilizados aos estudantes reduziram a circulação, sujeitando uma espera de até 5 horas.
2) Com os cortes já feitos, a instituição, que mantém o regime de tempo integral, tem reduzido em tamanho, qualidade e quantidade as já poucas refeições. Apesar disso, a quantidade de alunas e alunos no refeitório exige a construção de outro espaço para este fim. As obras do novo refeitório, porém, foram iniciadas em 2020 e estão paralisadas até hoje.
3) As comunicações, também já precárias, tendem a piorar. No momento, a internet do IFPI alcança poucos pontos de acesso, com quedas constantes inclusive em laboratórios que precisam desta ferramenta para que as pesquisas possam acontecer.
4) A quantidade reduzida de bebedouros é também causa constante de transtornos. Com apenas um bebedouro para 300 estudantes, em horários de pico, como intervalos e encerramento do almoço, filas enormes causam atritos, aglomeração e atrasos para o retorno das aulas.
5) Mantendo 4 banheiros (2 masculinos e 2 femininos), o problema se repete: com aglomerações e o sucateamento destes espaços que não possuem sequer itens básicos de higiene, seu uso torna-se inviável frente a quantidade de alunas e alunos da instituição.
É diante destes graves problemas que estudantes do IFPI decidiram por bloquear as vias da Avenida São Sebastião, denunciando as precárias condições de estudo na instituição. Demonstrando a já histórica combatividade, apontam pela prática que o único caminho para a vitória contra os inimigos do povo é a autonomia política e ação direta, e com este espírito, derrotarão o bolsonarismo e quaisquer outras forças que atacarem a educação pública no país.