O processo de colonização na América é marcado pelo extermínio e escravidão dos povos indígenas e do povo preto. Embora o sistema escravista seja anterior ao capitalismo, este último se apropria e se mantêm também pelo racismo, de modo que o Estado – instância máxima de controle de uma classe sobre a outra – é uma máquina de encarceramento e assassinato do povo preto, através do sistema penal e do seu aparato policial, respectivamente.
De forma ilusória, alimenta-se o mito da democracia racial como se não houvesse em curso, como política de Estado, um verdadeiro apartheid – desde a organização urbana (favelas vs bairros nobres) à composição da população nos presídios. Mesmo diante de medidas de governo como a criação do Ministério de Promoção da Igualdade Racial em 2008 pelo governo Lula (PT), o povo preto continua a ser aquele que compõe as estatísticas de maiores vítimas de assassinatos, resultado também das ações do próprio PT que, no mesmo ano, legitimou a intervenção militar nas favelas do Rio de Janeiro implantando as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP’s) que vem promovendo um verdadeiro Estado de exceção, massacrando os moradores das comunidades ao ponto de assassinar e desaparecer com os corpos – Cadê o Amarildo?
Apesar dos mais de 500 anos de violência no cotidiano desses povos, desde a privação de direitos básicos como moradia ao assassinato de um jovem preto a cada 20 minutos, a resistência e combatividade se faz presente, pois não é uma opção mas sim uma condição para manter-se vivo.
Lutar contra a violência do Estado racista e burguês sem buscar conquistá-lo mas sim destruí-lo, a partir da construção e fortalecimento da autoorganização popular nos bairros, comunidades, escolas/universidades, nos locais de trabalho. Sem ilusões com os governos de direita e da esquerda institucional para garantia de direitos, pois não há como ocupar cargos para gerir o Estado que encarcera e assassina o povo preto sem legitimar o genocídio contra esse povo.
CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO PRETO: AUTONOMIA E COMBATIVIDADE
NEM GERIR, NEM ESTREMECER A CASA GRANDE MAS DESTRUÍ-LA !
NEGRAS E NEGROS NA LINHA DE FRENTE POR SUA EMANCIPAÇÃO !