Esse ano de 2014 vem chegando ao final. Ano de Copa e de eleições, de oportunismos e ilusões perdidas. Nesse momento, a classe capitalista, com seus políticos e bancadas, nem espera a troca dos governos para iniciar o que parece ser um dos maiores ataques aos trabalhadores.
Frente a crise internacional que se prolonga, frente ao “legado da Copa”, diversas categorias agora estão sofrendo atrasos no recebimento dos salários, ameaças de não receber direitos como férias, 13º, aposentadoria, dentre outros. Além disso, setores como saúde, educação, transporte, dentre outros, já sofrem cortes de verbas que atingem toda a comunidade trabalhadora. No DF, por exemplo, os hospitais estão sem refeições para visitantes e servidores, faltam medicamentos, além de ter tido atraso nos salários e até hoje os aposentados não terem recebido.
Em diversas cidades pipocam greves e paralisações. Algumas dessas cidades foram sedes da Copa do Mundo, e estes problemas orçamentários tem relação direta com o megaevento. Apesar disso, os partidos e sindicatos reformistas acusam políticos específicos como sendo “irresponsáveis” e como se o problema fosse apenas moral e pessoal, porém, nós sabemos que esses problemas são fruto de uma política geral e nacional, e influenciada pela conjuntura internacional.
Infelizmente, frente a esse “monstro”, muitas das greves são espontâneas e outras mal organizadas. Os sindicatos e sindicalistas “sambam” para se adaptar a essa “nova situação” e mesmo assim demonstram todas as suas limitações. Não houve preparação das massas para a luta, nem política e nem organizativa. O sindicalismo pelego brasileiro atuou como força de sustentação ideológica da Copa e das eleições.
No momento atual em que a burguesia inicia um ataque articulado aos direitos dos trabalhadores o papel que cumpre a CUT e demais centrais é vergonhoso e nefasto. A muito tempo essas Centrais são incapazes de “centralizar” e unificar as lutas, e ao contrário, impedem e sabotam as iniciativas espontâneas nesse sentido.
Além das direções sindicais terem uma política governista, a estrutura organizativa dos sindicatos fragmenta grandes categorias em diversas sub-categorias. Em alguns casos os sindicatos são incapazes de mobilizar greves e paralisações em defesa dos aposentados. No DF os rodoviários fizeram uma série de greves fragmentadas por empresa que duravam poucos dias mas não resolviam a questão, voltando a ocorrer novamente semanalmente durante cerca de dois meses.
O ano de 2015 está se antecipando nas lutas deste final de 2014. Seja os indígenas, os professores ou os trabalhadores terceirizados, todos os setores em luta devem se unificar para construir uma atuação combativa e autônoma para enfrentar o governo e os patrões.