Por Rede de Mídia Classista – RJ (RMC-RJ) Na noite de quinta-feira, dia 21 de maio, a polícia militar realizou mais um assassinato, o de Rodrigo Cerqueira, jovem de 19 anos, morador e trabalhador da região da Providência, centro do Rio de Janeiro.
Enquanto a polícia botava em prática sua política de genocídio, os componentes do Pré Vestibular Social Machado de Assis efetuava a entrega de cestas básicas para os moradores da região. Segue a nota dos companheiros:
Nós do coletivo de profs, estudantes, apoiadores e apoiadoras que constroem o Pré Vestibular Machado de Assis estamos vindo por meio dessa nota, mostrar nossa indignação com os fatos que ocorreram ontem na Ocupação Elma, na rua do Livramento.
A truculência policial que matou dois jovens há poucos dias (João Pedro em São Gonçalo e João Vitor na Cidade de Deus) arrancou a vida de mais um menino no dia 21 de Maio de 2020. Dessa vez foi na Providência com o Rodrigo Cerqueira, estudante que cursava o 2º ano do Colégio Estadual Reverendo Hugh Clarence Tucker. Rodrigo tinha 19 anos e também era ambulante.
No exato momento da ação que matou o Rodrigo, alguns profs, apoiadores e estudantes estavam distribuindo cestas básicas às famílias mais necessitadas de alunos e alunas que estudam na escola e também no Pré Vestibular Machado de Assis, ambos são localizados na Providência. Importante dizer que essas ações de solidariedades estão sendo realizadas semanalmente a partir da iniciativa de uma.mobilização comunitária autônoma, que integra professores da escola, alunos que fazem parte do grêmio estudantil e o Pré Vestibular. Essas ações tem contado com a ajuda de sindicatos e movimentos sociais que estão juntos nessa luta de apoio a população que mais tem passado dificuldades nesse período de pandemia.
Ressaltamos que enquanto toda a população que está indignada com a perpetuação do genocídio não se unir em prol desta luta, nós veremos isso se repetir. Grupos, movimentos, coletivos e pessoas solidárias que estão há anos pautando essa causa precisam de mais apoio, de uma grande mobilização, vencer essa realidade só depende de nós.
Policiais de toca ninja e fuzil nas mãos, sem nenhuma forma de diálogo, já chegaram reprimindo a população que ali estava. E assim como na Cidade de Deus mataram o João no dia anterior, a ação assassina foi bem na hora que estava ocorrendo uma ação e solidariedade com familiares.
Portanto, queremos vir a público dizer que Rodrigo não era estudante do Pré Vestibular machado de Assis, e sim do Colégio Estadual Reverendo Hugh Clarence Tucker, porém muitos estudantes e ex-estudantes do Pré o conheciam, além de profs da escola que são apoiadores do projeto o conheciam.
Rodrigo Cerqueira era estudante, trabalhador, ambulante, negro e pobre… e é mais uma vítima do Estado.
Estamos aqui também prestando todos os nossos sentimentos à família do Rodrigo e amizades que o conheciam.
PAREM DE MATAR NOSSOS ESTUDANTES!
PAREM DE MATAR O POVO POBRE E NEGRO!
RODRIGO, PRESENTE!
Em menos de uma semana, a Polícia Militar de Wilson Witzel matou 17 pessoas, deixando bem clara a demagogia de seu discurso “pró-vida” durante a pandemia. Está clara, que a política de Witzel se baseia no assassinato sistemático da população pobre, seja pelas mãos da polícia, ou jogadas em hospitais sem equipamentos.
Nós, sindicalistas revolucionários, nos solidarizamos com todas as famílias vítimas da violência de Witzel e reafirmamos nossa posição de enfrentamento as políticas genocidas do Estado Capitalista.
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