Rumo à Greve Geral! Construir um Comitê Intersindical e Autônomo de Greve !

Os trabalhadores, a juventude precarizada e o povo brasileiro em geral vêm sofrendo diversos ataques. Os governos FHC, Lula e Dilma, continuando as tradições da burguesia brasileira, intensificaram a repressão, a exploração e eliminação de direitos. Prisões, remoções e arrocho salarial; precarização da saúde e educação; precarização do transporte público; violência urbana.
A forma mais agressiva desses ataques está materializada nos megaeventos. A copa do mundo não apenas tirou dinheiro do povo, como atacou também o sentimento dos trabalhadores, uma de suas “paixões”. Hoje privatizado, o maracanã não representa o que já foi. Quase todas as categorias de trabalhadores enfrentam o arrocho salarial e condições de trabalho precárias: professores, servidores públicos, trabalhadores do setor de serviços, estudantes. Todos têm em comum o fato de enfrentarem a intransigência dos governos municipais, estaduais e federal e dos patrões.
Nos últimos anos quase todas as greves de categorias terminaram em derrotas. Movimentos fortes como a greve dos servidores federais em 2012, as greves da educação do Rio de Janeiro em 2013, por mais combativas que tenham sido, não conseguiram arrancar vitórias econômicas significativas. Isso mostra que é preciso enfrentar primeiro um problema político: os trabalhadores precisam ter maio poder de pressão, e isso exige unificação das categorias em luta e paralisação dos setores estratégicos da produção.
A greve dos garis do Rio de Janeiro mostrou o caminho: enfrentando o sindicato pelego, deu o poder às bases dos garis e trabalhadores da limpeza. Parou o processo de trabalho atingindo os interesses do capital e do Estado. Rompeu com o legalismo ao não se curvar ante as decisões judiciais que decretaram a greve ilegal. Uma greve que não comece com essas características já nasce derrotada.
É por isso que hoje é preciso mais do que nunca fazer uma greve de protesto, uma greve geral que possa mostrar ao Estado, aos governos e ao capital que os trabalhadores estão se reorganizando. Esse protesto deve exatamente mostrar o descontentamento popular com a Copa do Mundo, os megaeventos, a precarização e violência que elas representam. Uma greve que tenha reivindicações classistas e coletivas e que possa parar o Rio de Janeiro e para o Brasil, mostrando que povo não irá arcar com os prejuízos da Copa e para mostrar que a Copa é a negação dos direitos.
Por isso é hora de os trabalhadores darem o troco. O Governo sacrificou todos os direitos básicos para fazer uma Copa do Mundo. Copa essa que vai dar muito dinheiro aos megampresários e às máfias do futebol. Enquanto isso, o povo brasileiro sofre nos hospitais e nas ruas, com inundações e péssimos serviços. E quando protestam são acusados de criminosos e vândalos. Criminoso é o governo Dilma, Cabral, Paes, Alckmin e etc. Eles são assassinos e ladrões. É hora de nos organizarmos para dar o troco. Precisamos realizar uma greve geral de protesto, parar o trabalho nas lojas, nos restaurantes, nos ônibus, metrôs, aviões, fábricas, campos, escolas e universidades. É preciso parar o Brasil para dizer que queremos nossos direitos. É preciso construir uma greve geral para junho de 2014, cruzar os braços e ir para ruas para protestas e exigir: saúde, educação, transporte, liberdade de organização.
Por isso é preciso construir um Comitê Intersindical Autônomo de Greve. Para ser autônomo este Comitê deve:

1) Ser eleito pelas assembleias de base, e não por diretorias e burocracias sindicais. Os delegados devem ter mandatos imperativos e revogáveis;
2) Deve articular a paralisação efetiva dos processos de trabalho em todos os setores da economia possíveis (indústria, serviço público, transporte, educação, comércio e serviços);
3) Convocar as diversas categorias a se organizarem pela base e enviarem delegados ao comitê para construir a greve geral;
4) Propor data de deflação da greve geral e calendário de ações e mobilizações que envolva todas as categorias em luta;
5) Ter uma pauta de reivindicação econômica que expresse a unidade e solidariedade de classe.

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Uma greve geral de protesto é um ato político. A construção desse comitê é um ganho político e organizativo e será pré-condição de futuras vitórias econômicas. Por isso o principal objetivo da greve é articular o protesto econômico (dar o troco dos ataques anteriores) e avançar nos organizativos e de consciência. Enfraquecer o controle do Estado e dos pelegos sobre a organização dos trabalhadores.
Essa greve geral deve durar o tempo dos megaeventos: é uma greve que visa marcar que os trabalhadores tem poder de pressão e irão utilizá-lo, e irão lutar contra os abusos e efeitos nefastos dos megaeventos como a Copa do Mundo. Não é uma greve de tempo indeterminado, mas uma greve intensiva em mobilizações com objetivos políticos e econômicos claros.

Por isso propomos que a categoria convoque a construção do Comitê Intersindical e Autônomo de Greve para articular as categorias em luta pela base e construir a Greve Geral de Protesto em 2014.

Com a Greve Geral, não vai ter Copa!

Uma greve geral só pode ser vitoriosa se ela romper os limites das reivindicações corporativas. Por isso vamos lutar por mais do que salário para uma ou outra categoria. Vamos lutar por reivindicações que beneficiarão o povo trabalhador e explorado como um todo. Por isso exigimos:

1) aumento Geral dos Salários e do salário mínimo;
2) arquivamento do PL 4330 (projeto de lei que transformará os terceirizados em verdadeiros escravos);
3) tarifa zero nos transportes urbanos sem subsídios às empresas e passe-livre irrestrito para todos os estudantes;
4) assentamento de todas as famílias removidas em habitações populares dignas; paralisação imediata de todas as remoções em razão das grandes obras;
5) Demarcação da Aldeia Maracanã como terra indígena; arquivamento dos PL’s/ ADIN de revisão das demarcações das terras indígenas e quilombolas e conclusão de todas as demarcações suspensas por processos judiciais.
6) Educação: atendimento às pautas de reivindicação de docentes das universidades e escolas federais, estaduais e municipais relativas à carreira, salário e autonomia pedagógica.
7) Libertação de todos presos políticos e extinção de todos os processos criminais e administrativos; anulação da Lei Geral da Copa.

Se não temos esses direitos, não vai ter copa.
Vamos parar o Brasil!

rumogg

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