DESAFIAR O CAPITALISMO: UMA CONDIÇÃO PARA A VIDA
Por Secretaria Internacional da FOB
Saudamos calorosamente os povos irmãos da periferia global representados nesta Conferência em Bogotá (Colômbia). Não pudemos estar de corpo presente. Então enviamos estas palavras, que ainda são livres.
Acompanhamos atenciosamente os passos de vários daqueles que convocam esta Conferência. Este é um encontro urgente e necessário. Com paciência e persistência, esperamos que ele ajude a fortalecer novos e comuns caminhos de libertação.
Pois o século XXI nos impõe novos desafios. O capitalismo e o estatismo são demônios inseparáveis que ameaçam nossa integral existência. Eles preparam novas armadilhas para suas velhas opressões e explorações. Empreendedorismo, crédito de carbono, feminismo empresarial, sustentabilidade, mundo multipolar…
Por exemplo, tentam nos vender energias renováveis como solução, mas sem questionar a origem do problema: a insaciável acumulação privada de riquezas que mantém os elevados volumes da produção de mercadorias e a ideologia consumista que vem neste pacote. Assim, atrasam algumas crises e deslocam outras geograficamente, sem nunca resolvê-las.
Diante da crise total que criaram, as classes possuidoras incorporaram (deturpando) algumas de nossas bandeiras. Querem aparentar um “capitalismo humanizado”, “verde”, “inclusivo”, “não violento” … para lucrar com melhor aceitação social.
Por outro lado, seduzem parte das populações e movimentos contestatórios até que estes joguem conforme suas regras, regras que não os ameacem como classe. É o caso das eleições estatais, um caminho que ao longo dos séculos XIX e XX colaborou mais para a integração ao capitalismo e suas maquiagens do que para sua eliminação. O tempo das táticas eleitorais deve passar – que muitas vezes viraram fim em si mesmo, com falta de criticidade aos governos, quando eleitos.
Nesta crise, também as classes dominantes chocam entre si. Vemos conflitos entre elites reacionárias e conservadoras versus liberais e republicanas. Volta nosso necessário combate antifascista. E, com ele, nos assombra um erro do passado: a aliança com a burguesia progressista. Tal aliança adia nossa derrota, cavando nossa própria cova.
É preciso lembrar que o nazifascismo europeu tem como precedentes e aspiração o bonapartismo francês e o racismo norte-americano, ambos responsáveis por erguer seus Estados-nação como impérios capitalistas… “democráticos” e “liberais”.
Camaradas, vivemos um momento que também é resultado de seculares promessas não cumpridas pela modernidade burguesa. Esta crise total faz emergir coisas bizarras. Vivemos uma psique social de expectativas declinantes, geradora de ansiedades, depressões e baixa esperança de futuro. Disseminam alimentos envenenados e tecnologias aprisionadoras. Desenterram expedientes de exceção autoritários, militaristas e fascistas, como se fossem antissistema – não são!
Mas são tempos que também fazem brotar nossas alternativas radicais de transformação. Estas estão surgindo aos montes e em toda parte. Vivemos uma era das insurgências dos povos. Algumas resistem e ganham grande dimensão. Outras mais isoladas são eliminadas, por autofagia ou repressão, ou acabam engolidas por paradigmas moderados e reformistas.
Diante destes desafios, é pertinente a pergunta guia desta Conferência: “Como viver juntos neste mundo?” Pensamos que deva ser por uma confederação internacional, como um autogoverno mutualista a partir de cada povo constituinte, respeitados em suas autonomias locais, a mãe terra e a diversidade dos seres humanos. Uma verdadeira democracia, de baixo para cima e desde as periferias, e não esta democracia dos ricos.
Precisamos de um mundo que caibam vários mundos. Vários, mas não todos. O velho mundo, capitalista e estatista, que não permite os demais, este deve ser derrubado. Ele é inconciliável com a liberdade e a justiça. Só superando o velho para que os novos mundos, que crescem em germe, porém contidos, possam florescer livremente.
Sigamos firmes! Um mundo, uma luta!
Fraterno abraço e bom encontro!
FOB – Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil
Julho de 2023
Damos una calurosa bienvenida a nuestros pueblos hermanos de la periferia mundial representados en esta Conferencia de Bogotá (Colombia). No pudimos estar presentes en persona. Por eso enviamos estas palabras, que aún son libres.
Seguimos con atención los pasos de varios de los que convocan esta Conferencia. Se trata de una reunión urgente y necesaria. Con paciencia y persistencia, esperamos que contribuya a fortalecer nuevos y comunes caminos de liberación.
Porque el siglo XXI nos impone nuevos desafíos. El capitalismo y el estatismo son demonios inseparables que amenazan nuestra existencia integral. Preparan nuevas trampas para sus viejas opresiones y explotaciones. Emprendimiento, créditos de carbono, feminismo corporativo, sostenibilidad, mundo multipolar…
Por ejemplo, intentan vendernos las energías renovables como solución, pero sin cuestionar el origen del problema: la insaciable acumulación privada de riqueza que mantiene los altos volúmenes de producción de mercancías y la ideología consumista que la acompaña. Así, retrasan unas crisis y desplazan geográficamente otras, sin resolverlas nunca.
Frente a la crisis total que han creado, las clases poseedoras han incorporado (tergiversando) algunas de nuestras banderas. Quieren aparecer como “capitalismo humanizado”, “verde”, “inclusivo”, “no violento”… para beneficiarse de una mejor aceptación social.
Por otro lado, seducen a una parte de las poblaciones y de los movimientos contestatarios hasta que se someten a sus reglas, reglas que no les amenazan como clase. Es el caso de las elecciones estatales, una vía que a lo largo de los siglos XIX y XX colaboró más para la integración en el capitalismo y su maquillaje que para su eliminación. Debe pasar el tiempo de las tácticas electorales, que a menudo se han convertido en un fin en sí mismas, con una falta de criticidad hacia los gobiernos cuando son elegidos.
En esta crisis, las clases dominantes también chocan entre sí. Vemos conflictos entre élites reaccionarias y conservadoras frente a liberales y republicanos. Vuelve nuestra necesaria lucha antifascista. Y con ella, nos persigue un error del pasado: la alianza con la burguesía progresista. Tal alianza aplaza nuestra derrota, cavando nuestra propia tumba.
Debemos recordar que el nazifascismo europeo tiene como precedentes y aspiraciones el bonapartismo francés y el racismo estadounidense, ambos responsables de erigir sus Estados-nación como imperios capitalistas…. “democráticos” y “liberales”.
Camaradas, vivimos un momento que es también el resultado de promesas seculares incumplidas por la modernidad burguesa. Esta crisis total pone de manifiesto cosas extrañas.Vivimos en una psique social de expectativas declinantes, que generan ansiedades, depresiones y poca esperanza en el futuro. Difunden alimentos envenenados y tecnologías aprisionadoras.Desentierran expedientes autoritarios, militaristas y fascistas de excepción, como si fueran antisistema – ¡no lo son!
Pero son tiempos que también hacen surgir nuestras alternativas radicales de transformación.Éstas están surgiendo en masa y por todas partes.Vivimos una época de insurgencias populares. Algunos resisten y adquieren gran dimensión.Otras, más aisladas, son eliminadas por la autofagia o la represión, o acaban engullidas por paradigmas moderados y reformistas.Ante estos desafíos, la pregunta que guía esta Conferencia es pertinente: “¿Cómo podemos vivir juntos en este mundo?”. Creemos que debe ser a través de una confederación internacional, como autogobierno mutuo de cada pueblo constituyente, respetando en sus autonomías locales, la madre tierra y la diversidad de los seres humanos. Una verdadera democracia, desde abajo y desde las periferias, y no esta democracia de ricos.
Necesitamos un mundo en el que quepan varios mundos. Varios, pero no todos.El viejo mundo, capitalista y estatista, que no permite otros, debe ser derrocado.Es irreconciliable con la libertad y la justicia.Sólo superando lo viejo podrán florecer libremente los nuevos mundos, que crecen en germen pero contenidos.¡Mantengámonos firmes!¡Un mundo, una lucha!
¡Abrazo fraternal y buen encuentro!
FOB – Federación de las Organizaciones Sindicales Revolucionarias de Brasil