por Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil, seção DF
No dia 24 de Março, no Dia Mundial da Resistência de Afrin, a Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil – FOB organizou um ato em apoio à resistência curda. Foram distribuídos panfletos, estendida faixa, pronunciado gritos de ordem e falas em megafone direcionados aos trabalhadores na Rodoviária de Brasília, capital do Brasil. Durante o Ato, um grupo de capoeiristas pelo fim da violência contra as mulheres realizava um Ato em memória à Marielle Franco, executada dia 14 de março no Rio de Janeiro possivelmente por milícias paramilitares. Lutas que se somam pelo direito à vida, autodeterminação e autodefesa étnico-racial e de gênero. Após agitação e propaganda na Rodoviária, um grupo se dirigiu à Embaixada da Turquia, onde leu o manifesto da FOB condenando o Estado turco e ateou fogo à bandeira da Turquia. (Veja em breve vídeo do ato no site da FOB.) O povo curdo não está só, nossa resistência é internacional!
Fora Turquia de Afrin! O povo curdo grita: liberdade sim!
Todo apoio ao Curdistão! Que siga forte sua revolução!
Leia o panfleto distribuído à população candanga:
SOLIDARIEDADE GLOBAL À RESISTÊNCIA CURDA
O povo curdo nunca teve um território só seu. Milhões de pessoas desse povo vivem em uma região dividida entre Turquia, Irã, Iraque e Síria.
Esse povo tem sido fortemente prejudicado pela guerra civil na Síria, onde governos de países do oriente médio e do ocidente estão promovendo um verdadeiro massacre, que já soma milhões de mortos e feridos, além de uma onda de refugiados buscando abrigo em diversas partes do mundo para fugir dos horrores da guerra. Esse conflito militar ataca principalmente as minorias étnicas, como os curdos, e destrói sua história e sua cultura em nome dos interesses dos governantes das grandes nações.
Assim como os negros nas periferias brasileiras, que sobrevivem por conta própria enfrentando o genocídio da polícia militar e do tráfico, os curdos tem seu direito à cultura, ao trabalho e à dignidade negados, condenados à pobreza, ao isolamento e à violência. Apesar de todo o sofrimento, esse povo tem resistido heroicamente.
Desde 2014 a luta desse povo, por terra e liberdade, tem chamado a atenção de todo o mundo, pelo novo modelo de organização social que estão criando no norte da Síria.
Enfrentando a brutalidade dos extremistas e dos governos da Síria, Turquia, EUA e de países europeus, os curdos optaram por organizar sua vida e seu trabalho coletivamente, criando instituições que garantem uma democracia sem líderes, baseada na participação popular, na ecologia, nos direitos das mulheres, na liberdade cultural e religiosa e no trabalho coletivo: o Confederalismo Democrático.
Esse modelo de sociedade livre sofre repressão dos estados capitalistas tradicionais. Por isso, desde o dia 20 de janeiro a Turquia está invadindo e bombardeando uma região curda no norte da Síria, chamada Afrin.
Hoje, 24 de Março, no o Dia Mundial da Resistência de Afrin, atividades serão realizadas em diferentes partes do mundo em solidariedade aos povos desse território. Em todo o mundo, a solidariedade entre os povos que resistem grita: os curdos não estão sozinhos! Junte-se a nós!
Exigimos o cessar-fogo imediato do governo turco contra os territórios curdos! Basta de massacres! A liberdade vencerá!
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