Por Fórum de Oposições pela Base (FOB)
O ano de 2015 mal começou e já são inúmeros os aumentos de preços impostos pelos governos federal, estadual e municipal em conluio com os empresários. Após as eleições de 2014, as empresas que mais “investiram” nos partidos da ordem já começam a ter o retorno esperado, principalmente as que detém a concessão do serviço dos transportes públicos. O aumento das tarifas de metrô, trem, barcas e ônibus é um ataque frontal à classe trabalhadora. Mas não são somente esses aumentos que afrontam o trabalhador. Diversas tarifas, como a de luz, gêneros alimentícios e aluguéis aumentaram também, novas obras megalomaníacas na Avenida Brasil, principal via da cidade do Rio de Janeiro, já começam a aumentar os transtornos do povo trabalhador, fora o pacote de medidas que retiram direitos do desempregado e dos pensionistas apresentado pelo governo Dilma, visando cortar gastos sociais e defender os lucros daqueles com quem estão lado a lado governando: Os patrões! Além disso, o aumento da repressão e criminalização de movimentos populares e militantes, com assassinatos, prisões e processos, como o processo dos 23 da véspera da final da Copa do Mundo.
Nesse contexto de acirramento dos conflitos de classe é que foi realizado na última segunda-feira, 05/01, o 5º encontro contra o aumento de passagens, convocado pelo MPL-Rio. Ao chegarem ao IFCS (local onde foi realizado o encontro) os participantes se deparavam com um policiamento ostensivo. Estranhamente, 2 ônibus da polícia militar se localizavam em frente ao IFCS. Ao redor do Centro do Rio, outras equipes da polícia militar estavam a postos, como se estivessem se preparando para alguma manifestação. Ao começar a plenária, o MPL- Rio propôs, sem qualquer discussão prévia com a base e sem garantir a defesa de uma proposta contrária, que se realizasse um ato naquele exato momento. Essa atitude anti-democrática do MPL- Rio de fazer inveja aos famigerados congressos da UNE e da CUT — foi encampada por setores governistas como a União da Juventude Socialista (UJS), a juventude do Quizomba do PT e também pelo PCR, numa clara tentativa de evitar que fossem expostas as contradições desses setores e do governo que eles defendem à juventude que luta, como fica claro na perseguição política aos manifestantes com processos criminais, e aos trabalhadores em geral.
Fica evidenciado o atrelamento do MPL da cidade do Rio de Janeiro ao governismo! Sua atitude anti-democrática na plenária foi oportunista e se apoiou numa base insurgente, cansada da burocracia e com muita disposição pra barrar o aumento das passagens a qualquer custo. Saudamos esses setores pela sua combatividade, mas entendemos que a forma como foi conduzido o encontro despolitiza e deseduca a luta, o que na atual conjuntura só interessa ao governismo. Não se combate a burocracia com mais burocracia e autoritarismo! Já é o terceiro encontro em que o debate sobre a ruptura com o governismo e definição das estratégias de luta é evitado!
O FOB entende que é necessário romper totalmente com os setores governistas para ter vitória na luta que se aproxima. A UJS, o Quizomba, O levante Popular da Juventude, dentre outros, fizeram campanha para o governo do PT com toda a sua sujeira e aliança com a burguesia e com os partidos da ordem. Logo, são co-responsáveis pelo aumento das tarifas, pelo pacote de medidas que têm como objetivo cortar gastos sociais e por todos os ataques contra a classe trabalhadora. Além disso, é comum desses setores a prática da delação e da tentativa de criminalizar aqueles que realmente lutam contra os ataques do PT, PCdoB e do PMDB.. Agora querem ser contra as tarifas eximindo o PT e a eles mesmos de culpa?
Tendo em vista o perceptível atrelamento do MPL-Rio ao governismo e sua prática anti-democrática, passando o rodo no último encontro, o FOB apóia a formação de um comitê permanente de luta contra os aumentos, que represente a unidade na luta entre setores anti-governistas e que combata o conjunto de aumentos (passagens, luz, água, aluguéis, etc.) impostos pelos Governos do PT/PCdoB e do PMDB! Nenhuma aliança com os setores governistas! Para barrar os aumentos, acabar com a máfia dos transportes e destruir o governismo, só com a unidade na ação! Só a luta muda, o resto ilude! Avante!
CONTRA A MÁFIA DOS TRANSPORTES, CONSTRUIR A GREVE GERAL!
É BARRICADA, GREVE GERAL, AÇÃO DIRETA É QUE DERRUBA O CAPITAL!