por Coordenação Nacional da FOB
Senhores, patrões, chefes supremos,
Nada esperamos de nenhum!
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair desse antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós diz respeito!
Eugéne Pottier, Hino da Associação Internacional dos Trabalhadores, 1871.
No dia 28 de setembro de 1864, no St. Martin’s Hall, localizado na capital inglesa, ocorreu o Terceiro encontro consecutivo, desde 1862, entre trabalhadores ingleses, organizados nos trade Unions, trabalhadores franceses, organizados em sociedades de resistência e associações de socorro Mútuo, e um conjunto de trabalhadores e militantes socialistas e republicanos radicais de outras Nacionalidades, como alemães e italianos, que se encontravam exilados em Londres. Dessa vez, foi aprovada a organização de uma associação de caráter internacional com o objetivo de organizar a luta dos trabalhadores para além dos limites das fronteiras nacionais.
A fundação da AIT é em grande parte decorrente do Grande ciclo de lutas operárias do século XIX, com agudização do antagonismo entre as classes, ciclo de greves, reação das forças repressivas dos Estados, e pelos seus principais eventos, na forma e no conteúdo de um ciclo insurrecional a partir, especialmente, da década de 1870 – a exemplo da Comuna de Paris (1871) e da Greve Geral Espanhola (1873). Portanto, são as trabalhadoras e trabalhadores que vão se organizar e depois construir uma unidade internacionalista contra os capitalistas, sendo seus líderes ou figuras públicas representantes desse grande movimento iniciado e feito pelo proletariado de cada país.
O Sindicalismo Revolucionário vai ser uma expressão de continuidade da AIT representado, toma forma e sentido nas ações diretas e democracia de base do povo pobre nas periferias do mundo, em cada floresta, campo, favela, fábrica, ocupação, bairro, universidade e colégio.
Muito importante ressaltar que esse é o período de desenvolvimento dos métodos de análise do socialismo, superando o socialismo utópico do qual pontuação que a história iria de encontro a transformação social, e que a burguesia seria convencida pacificamente.
Processos como a Comuna de Paris em 1871 representam o avanço organizacional da época contestando a constituição de um estado como aparelho burocrático de opressão e o capitalismo. A Internacional (AIT) foi uma verdadeira expressão da classe trabalhadora que amedrontou os Estados europeus e sua classe dominante. Mostrou também o caminho que deve ser seguido até hoje: “a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”. Ou seja, sem conciliação de classe e sem participação nos Estados.