[RECC-GO] Organizar as bases com classismo e combatividade!

por Oposição CCA ao DCE-UFG (filiada à RECC/FOB)

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ORGANIZAR AS BASES COM CLASSISMO E COMBATIVADADE!


Em 2015 tivemos o mais recente programa neoliberal para a educação pública, o Pátria educadora de Dilma/PT-PMDB. O nome faz menção a um projeto que fomentará a construção de um projeto emancipatório para a classe trabalhadora, porém o que presenciamos é mais um sistemático ataque ao ensino, como, por exemplo, o fortalecimento da lógica empresarial para as escolas, a continuidade de avaliação para trabalhadores(professores e servidores) e para a instituição escolar, o acompanhamento e afastamento de diretores. Dentre outras medidas que pressionam a autonomia da unidade escolar e colocam explícito o caráter mercadológico do projeto de educação que o governo está adotando.

Há poucos meses o governo Dilma/PT-PMDB anunciou um corte de 9,42 bilhões na educação que reflete o impacto dentro das escolas:em materiais e merenda escolar, além das péssimas condições de trabalho docente. Ao passo que o governo investiu 47% do orçamento público, aproximadamente 1,356 trilhão de reais, para o pagamento da dívida pública, entregando dinheiro aos bancos e demais credores do país, e deixando os trabalhadores e a população a míngua dos seus direitos sociais. Ou seja, dinheiro tem, mas o governo prefere fortalecer os bancos e o capital do que investir em educação.

Diante disso, as universidades federais aderiram a greve devido a falta de verbas e à intensa precarização logo no primeiro semestre de 2015, na tentativa de barrar os ataques contra a educação pública.

Preparação para greve estudantil em Goiânia/UFG e a covarde postura governista

Em Goiânia foi chamada uma assembleia estudantil convocada pela DCE Outras Frequências (JCA,vUJR, Rua e independentes) onde foi deflagrada greve estudantil. A assembleia contou com a presença de cerca de 300 estudantes. Apesar de ser um quórum baixo, considerando os mais de 15 mil alunos que estudam na regional de Goiânia, foi até acima do previsto, considerando que essa assembleia já foi chamada no decorrer da greve dos professores e técnicos-administrativos.

A Greve foi aprovada por contraste por uma ampla maioria dos estudantes, exceto por dois ou três estudantes que estavam com a camiseta da UNE na assembleia. Isso mostra mais uma vez que a UNE se coloca do lado do governo e não da luta dos estudantes e pela educação.

Durante a Assembleia foram elencadas algumas pautas, como por exemplo: autonomia universitária; democracia dentro dos espaços da universidade; produção de conhecimento; contra turno; aumento da disponibilidade das passagens; assistência estudantil (construção de RU’s nos campi do interior, ampliação e construção de CEU e discussão do projeto de universidade), além do imediato cancelamento do calendário acadêmico.

Comando de Greve Estudantil: Da crise de estrutura a tentativa de implosão da UJR

Durante o final da Assembleia foi votado se o Comando de Greve Estudantil manteria a mesma estrutura do Comitê de Mobilização que fez uma trabalho de agitação para a assembleia ou se discutiria uma outra estrutura de comando que tivesse uma relação com as bases do curso. Infelizmente a proposta de continuidade da estrutura do Comitê de mobilização venceu, o que ao nosso ver foi algo prejudicial pois essa concepção de comando superestrutural limitaria a relação com as bases.

Temos que colocar que essa estrutura já foi experimentada na greve de 2012 e trouxe graves prejuízos para o andamento da greve estudantil. A composição do comando sem uma representação eleita na base abre brecha para que uma burocracia estudantil pense a greve sem a consulta da base, sem elaborar ferramentas de luta reais e, por consequência, transforme o comando em um mero espaço de disputa política vazia, sem a participação dos estudantes.

Na greve de 2012 o setor paragovernista (PSTU,PSOL) defendeu que o comando deveria ser composto por “quem fosse à reunião do comando”, mesmo que este nunca tivesse organizado sua base, nem em tempos de aula! Essa compreensão de Comando de greve dos setores paragovernistas (PSOL,PSTU) explicita sua prática oportunista de distanciamento das bases e coloca todo o movimento a perder, pois sem o apoio do conjunto dos estudantes o Comando pode se torna um espaço superestrutural a serviço apenas de estudantes profissionais que se dedicam exclusivamente aos espaços de decisão do movimento, sem ao menos irem às suas bases. Para construirmos uma greve forte é necessário dar poder às bases e construir Comandos de greve a partir de comitês de greve eleitos em cada curso por meio de assembleias geral de curso para que o Comando possua uma representação de base e possa refletir as necessidades eminentemente de cada local.

Essa crise organizativa no Comando, aliada ao oportunismo de algumas correntes, contribuiu para surgimento de problemas internos. O mais grave foi a tentativa de implosão do Comando por parte dos militantes da UJR, que compõem o DCE -Outras Frequências-, através de uma denúncia falsa de machismo a três militantes ativos do Comando que fazem parte do MEPR e da UJC, onde os acusados foram expostos injustamente na nota de denúncia. A militante da UJR e do DCE em sua denúncia relata ter se sentido agredida por ter recebido deboche e crítica ao DCE pelos companheiros citados. Explicitando uma confusão de uma crítica política com uma agressão de gênero.

Romper com a superestrutura e o grevismo no Comando de greve! Fortalecer a greve estudantil pelas bases com classismo e combatividade!

É necessário compreender que apesar da conjuntura desfavorável de esvaziamento do Comando e tentativas de implosões, além do problema estrutural que já foi exposto, podemos fazer a greve avançar tendo uma leitura correta do contexto. Precisamos romper o grevismo, ou seja, a simples deflagração da greve com o objetivo apenas de conscientizar a sociedade. Assim não poderá haver ganhos significativos. Pelo contrário, temos que defender a ação direta de massas como via de enfrentamento com o governo, porque compreendemos que este só acata nossas propostas na medida em que avançamos na ação direta (piquetes, fechamentos de ruas, ocupações de prédios públicos etc.).

É importante salientar que greve na educação federal deve exercitar uma unidade real de todas categorias (Professores, Estudantes, Técnico-administrativos e Terceirizados) unificando suas pautas e rompendo com corporativismo e o reboquismo de greve de apoio que setores reformistas do movimento estudantil geralmente defendem. Ressaltamos a importância da unidade de todas as categorias visando a construção da greve geral pela base por meio do classismo e combatividade para combater os projetos neodesenvolvimentistas e anti-povo do Estado e do Capital, sobretudo, a educação privatista e elitista vigente. Nesse sentido a Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) convoca todos/as estudantes e agrupamentos combativos para:

  1. Construção de um bloco combativo dentro do Comando de greve estudantil da UFG, com único objetivo fazer avançar nossa greve em contraposição com métodos festivos e reformistas dos setor parlamentarista do comando como UJR, JCA, PSTU e PSOL.
  2. Centralidade do comando na organização das bases, através de assembleia, reuniões e debates nos próprios cursos, rompendo assim com método superestrutural do comando.
  3. Convocamos a base para radicalização da greve através de ocupação da reitoria, construção de piquetes e atos e/ou fechamento de ruas e rodovias.
  4. Construir uma unidade mais sólida e orgânica com setores combativos dos professores, dos técnicos e dos terceirizados para buscar unidade de reivindicações e métodos de lutas dentro das reuniões conjuntas do CLG’S para posteriormente criarmos um campo classista combativo unificado de todas as categorias da UFG.

IR AO COMBATE SEM TEMER! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
PARA BARRAR A PRECARIZAÇÃO GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!
ORGANIZAR AS BASES,RADICALIZAR A GREVE E PREPARAR A REBELIÃO ESTUDANTIL!

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