No dia 6 de outubro, o Governo do Estado de São Paulo (PSDB) anunciou a “reorganização” das escolas estaduais, com a alegação de separar as escolas de ensino fundamental e médio, dividindo os ciclos para aplicar medidas pedagógicas especificas para cada faixa etária e inibir os conflitos existentes entre os alunos das diferentes idades, e para que cada município administre as escolas de acordo com as suas especificidades. Essa “reorganização” implica na verdade no fechamento de 94 escolas para cortar gastos públicos, aumentando ainda mais a quantidade de alunos em sala de aula, fechamento de várias turmas noturnas e EJA (ensino para jovens e adultos) gerando grande evasão, devido ao fato de estudantes, principalmente trabalhadores, serem transferidos para escolas distantes do local de moradia, além de que a municipalização das escolas oferece maior possibilidade de privatização dos serviços prestados e a contratação de trabalhadores terceirizados. A comunidade escolar não foi consultada sobre essa reformulação que implicará em uma deterioração ainda mais grave das escolas paulistas, já muito sucateadas.
A partir do comunicado dessa nova medida do Governo de SP, alunos de todo o estado se mobilizaram em manifestações se colocando contra o fechamento e precarização do ensino público e tomaram as ruas de várias cidades em atos massivos e combativos.
Avançando para uma modalidade superior de luta, os estudantes iniciaram uma jornada de ocupação de escolas e hoje são cerca de trinta e sete escolas estaduais ocupadas na grande São Paulo e no interior, que dão um exemplo de organização e combatividade contra a precarização das escolas públicas, que afeta diretamente a vida dos estudantes pobres.
Em pronunciamento feito pelos ocupantes da escola Fernão Dias Paes, em SP, os estudantes afirmam que a escola não será desocupada enquanto o governo não atender a pauta de não fechamento de nenhuma escola, turma ou turno, convocando os estudantes de todo o Estado a ocuparem suas escolas contra a “reorganização” decretada pelo governador.
A E.E. Augusto Melega de Piracicaba, interior de SP, já retrocedeu na decisão de fechar a escola, o que mostra o caminho acertado da luta dos estudantes secundaristas. Ainda faltam 93 escolas, por isso a urgência de cada vez mais escolas, universidades e escolas rurais serem ocupadas, para barrar o fechamento de ciclos, turnos e turmas!
As medidas de ajuste fiscal na educação, como o corte de 10bi promovido pelo governo Dilma/PT, e todas as medidas dos governos federal e estadual que atacam os direitos de diversas categorias repercutem na vida de todo o povo. As burocracias sindicais e estudantis (UNE, UBES, APEOESP) não possuem intensão e nem capacidade política de conduzir a luta pela manutenção dos direitos dos trabalhadores, por isso é preciso romper com as entidades governistas e conduzir uma luta diária, independente e audaciosa como demonstram os ocupantes das escolas em São Paulo. É tarefa de todos os lutadores do povo construir a solidariedade à luta dos estudantes paulistas em todos os locais de trabalho, estudo e moradia, na cidade e no campo, fortalecendo e ampliando a potencialidade da ação direta dos estudantes proletários!
A Rede Estudantil Classista e Combativa declara total apoio às ocupações e saúda as companheiras e companheiros estudantes secundaristas, pela luta e organização exemplares, que têm se mostrado fortes contra as medidas neoliberais do Governo de SP e seu aparato repressivo, a polícia militar fascista, que vem reprimindo todas as manifestações e sitiando as escolas ocupadas. A ocupação unificada das escolas de todo o Estado é a medida mais eficaz para barrar esse projeto de sucateamento do ensino público!
Só a luta organizada e combativa é eficaz contra nossos inimigos de classe! Avante estudantes e trabalhadores do povo!
Não vai passar! Nossas escolas vocês não vão fechar!