Nós da Oposição de Resistência Classista (ORC) viemos manifestar a nossa solidariedade à professora temporária Luiza Oliveira, da regional de Planaltina, que foi impedida de concorrer ao comando de greve por manobras burocráticas da diretoria do SINPRO-DF. Viemos também nos solidarizar com todas e todos os temporários que estão aderindo a greve, apesar de toda a pressão e perseguição do GDF, das regionais e das direções de escolas, por entenderem que essa greve é de toda a classe trabalhadora.
Porém, como nós já vínhamos afirmando: para vencer a batalha contra as reformas neoliberais é necessário derrotar a burocracia sindical. Na última semana tivemos, infelizmente, mais um exemplo disso. A professora Luiza foi impedida de participar da eleição para o comando de greve com a alegação de que não estaria lotada em nenhuma escola no momento!! Mesmo sendo filiada ao sindicato, ter participado e ter sido perseguida na última greve (2015), ter sido lotada e devolvida (por erros da regional) já de duas escolas esse ano, além de ter passado em primeiro lugar no último concurso de temporário para sua regional. Mesmo assim os diretores do SINPRO impediram uma temporária de concorrer ao comando de greve!!
A QUESTÃO É GRAVE: o SINPRO legitimou e SE UTIIZOU da situação de precarização e instabilidade que afeta todos os professores temporários para garantir seu poder. E isso é inadmissível para uma categoria que está em guerra contra um governo fascista que está perseguindo os temporários e tentando cassar seu direito de greve! O mínimo que o Sinpro deveria fazer é uma nova eleição do comando de greve em Planaltina e uma autocrítica sobre sua postura equivocada.
Mas por outro lado, nós sabemos que a diretoria pelega do SINPRO foi criada nessas práticas burocráticas tão comuns nas assembleias gerais, no comando de greve, nas reuniões de delegados sindicais, etc. Que é a prática antidemocrática da CUT, CTB e da burocracia sindical que não possui mais confiança da base e quer manter seu poder através de manobras burocráticas e do centralismo.
A pergunta que fica é: A quanto tempo os diretores liberados do SINPRO não pisam numa sala de aula??? Qual a sua legitimidade então para falar em nome da categoria que está dia a dia resistindo nas escolas e impedir uma temporária de participar do comando de greve???
É chegada a hora dos professores e professoras acordarem e dizerem NÃO às práticas antidemocráticas da diretoria do SINPRO. DIZEREM NÃO AS FALSAS DIVISÕES ENTRE OS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO (professores efetivos, temporários, terceirizados da limpeza, merenda, auxiliares administrativos). Essa é uma condição necessária para levar nossa greve até a vitória! Organizarem em cada regional comitês de mobilização abertos, não-corporativos e autônomos para tocar a luta pelos nossos direitos. Fortalecer uma nova concepção sindical baseada no trabalho de base, autonomia, ação direta, democracia de base, classismo, princípios a muito tempo perdidos por essa diretoria do SINPRO.
***Leia o relato/análise da professora Luiza: https://www.facebook.com/lu.luliss/posts/1296533210435255