Boletim: Piauí ultrapassa 109.051 casos confirmados e a 2.327 mortes mas volta às aulas é acordada pelo Governo, TRT e Sindicatos

Boletim: Piauí ultrapassa 109.051 casos confirmados e a 2.327 mortes mas volta às aulas é acordada pelo Governo, TRT e Sindicatos

FOB – Piauí

A realidade do Piauí em tempos de pandemia

O mundo passa por uma grande crise de saúde e econômica, no Brasil o número de mortes causados pela pandemia do covid-19 já ultrapassa 5.358.498 de casos. Só no Piauí o número já chegou 109.051 casos confirmados e a 2.327 mortes. O Piauí tem 99,6% do seu território com casos confirmados e cada vez mais que a doença se interioriza se torna mais letal.

O motivo não é tão difícil de descobrir. É que a precarização do sistema de saúde do nosso Estado também está interiorizada, a maioria das cidades do interior do estado não tem condições médicas para fazer atendimentos em situações mais graves. A população se vê obrigada a recorrer a transferência para capital quando algum familiar está no interior sem atendimento.

Covardia e ineficiência dos sindicatos e o complô entre empresários e o governador

O governador do estado, Wellington Dias (do PT) planejou no último dia 09 de outubro uma reunião de portas fechadas entre Sindicato dos Professores e Auxiliares da Administração Escolar do Estado do Piauí (SINPRO – CTB – PCdoB) e o Ministério Público, estes por sua vez, fizeram um acordo para garantir à voltas as aulas. A única reivindicação do Sindicato, que deveria representar os professores e auxiliares, foi submeter os funcionários a um teste antes do início das aulas.

É importante pontuar que apenas um teste não garante a segurança dos funcionários. Ainda existe uma lacuna sobre os protocolos de segurança para o dia-a-dia do trabalhador da educação e em nenhum momento o Sindicato defendeu um treinamento sanitário amplo. O que garantirá que professores e auxiliares não peguem a doença no decorre das aulas? E o restante da comunidade escolar (estudantes, vigias, merendeiras e trabalhadores da limpeza)? Porque eles não terão nenhum direito ao teste?

O que sabemos é que a maioria dos trabalhadores da educação, pais e estudantes opinam contra o retorno das aulas presenciais e diante do contraste entre a opinião da base e suas representações políticas e sindicais a decisão de volta às aulas foi parar na Justiça. Sindicatos como o SINPRO, SINEPE e SET reunidos junto do Governo assinaram a volta às aulas

Na manhã da terça-feira (22) a cúpula da Seduc e as gerências regionais de educação do estado elaboraram um cronograma de preparação da rede de ensino com retorno de aulas presenciais no dia 19 de outubro. Outros Sindicatos da categoria de professores como o SINTE-PI postaram nota de repúdio em seu site institucional. Das 456 escolas estaduais, a Seduc recebeu protocolos de retorno de cerca de 200 instituições. Sendo aprovados 155 para retornarem às aulas de modo presencial ainda neste mês de outubro.

É evidente que o Governo do Estado não entende a realidade da vida escolar pública e deixou a decisão nas mãos do ensino privado e sindicatos pelegos. O estado garante que o protocolo do decreto estadual nº 19.219 vai proporcionar plena segurança contra contaminação dentro da escola, no entanto quem já viveu a realidade escolar sabe que a aplicação de qualquer medida do Governo enfrenta a dificuldade estrutural que cada escola pública já enfrenta. E a maioria das escolas do Piauí se encontra em situações precárias, antes da pandemia as condições sanitárias eram ruins: banheiros quebrados, falta de produtos básicos de higiene ou a falta de estrutura maior como há no interior do estado, casos de escolas feitas de barro e sem carteiras e mesas há anos.

Outros pontos relevantes são: como garantir que adolescentes fiquem com máscaras em todo o período escolar? se algum aluno, professor ou outro membro da comunidade escolar ficar doente o Estado vai arcar com o tratamento de saúde? Se estas questões não foram relevantes na reunião do Sindicato com o governo é porque vale aqui um velho Ditado: a corda sempre quebra para lado mais fraco, que nesse caso são os dos trabalhadores das escolas e do estudante.

Twitter de estudante da UESPI (Universidade Estadual do Piauí) mostra a ingerência com materiais que deviam possibilitar acessibilidade na pandemia

Agora nessa primeira semana já é perceptível ver a baixa adesão dos estudantes: menos de 80 escolas no Estado inteiro retornaram e nenhuma escola teve 100% de alunos convocados realmente indo para as aulas.

CONTRA AS VOLTA AS AULAS: BOICOTE E GREVE PELA VIDA

Somos uma organização política não eleitoral, não somos representativos e portanto não colocamos nossos ternos para reuniões decidir o que nossos filiados querem. São os filiados e não-filiados que participam das decisões. Trabalhamos com a base. Se você tiver interesse participe da campanha aberta “Contra as voltas às aulas: Greve pela Vida”.

Para participar é fácil:

  1. Envie vídeos mandando seu recado ou texto com fotos das condições da sua escola.
  2. Participe das atividades de agitação, lambes, panfletagens que convocamos.
  3. Convoque sua comunidade escolar para boicotar as voltas as aulas e chame a gente.

Envie uma mensagem no Instagram ou envie um e-mail para: fobpiaui@tutanota.com

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