O trabalhador belenense, como qualquer trabalhador dentro do sistema capitalista, sofre com as opressões de origem estatal desde quando o Brasil é chamado de Brasil. Pulando para 2020, ano da pandemia do Coronavírus, todos os problemas se destacaram mostrando o quanto são urgentes cada reivindicação: o fim das chacinas nas periferias, a corrida do povo preto, quilombola, indígena e ribeirinho por uma vaga dentro da universidade, o acesso à informação verídica e de qualidade para a população ribeirinha, o acesso à educação fundamental, o incentivo à cultura e arte local, ter um posto de saúde digno para as práticas médicas, se proteger do Coronavírus, receber o auxílio emergencial entre outras demandas. Essas são algumas das lutas que o povo enfrenta todo dia, o Estado/Capital que tenta a todo custo se manter, nos escraviza com intuito de continuar enriquecendo. A manutenção desse sistema liga-se diretamente com a manutenção de nossa exploração e subordinação.
No ato dia 07 de julho, por exemplo, manifestantes que defendiam a luta contra o racismo e a saída do presidente Bolsonaro do poder, foram censurados pelos policiais que os aguardavam em peso no Mercado de São Braz (ponto de encontro comum entre manifestantes de esquerda). Pois, defendiam o Decreto de número 95955, onde é proibido “licenças, autorizações ou alvarás para a realização de eventos de qualquer natureza, públicos ou privados, com presença de mais de 10 (dez) pessoas, por prazo indeterminado.” Porém, na semana anterior, o comércio da capital e os shoppings reabriram, e com isso, as aglomerações voltaram a aparecer. Isso nos leva as seguintes indagações: por que a aglomeração em shoppings e comércio é legitima e o protesto do povo é censurado? Por que em “protestos” bolsonaristas há diálogo, mas com os estudantes e trabalhadores há repressão?
Estão aproveitando do momento em que todas as atenções estão voltadas ao vírus e usando de instrumentos “legítimos” para nos silenciar e anular outras questões de relevância para nossa sobrevivência. Mas, não são apenas eles que estão fazendo uso da organização. É de extrema importância que nós, povo trabalhador, se insurja e se organize. As nossas decisões, as nossas expressões, a nossa organização são maiores que qualquer poder que vem de cima. Essa e outras experiências servem para mostrar a gritante necessidade de estarmos cada vez mais unidos e organizados. O sindicalismo revolucionário se apresenta como uma potente forma organizativa para povo belenense lutar contra a raiz de todos os seus males: o Estado e o Capital.
A organização que caminha pela via do sindicalismo revolucionário aqui no Brasil é a FOB – Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil, cujo objetivo, de modo geral, é lutar para a emancipação das trabalhadoras e trabalhadores por meio da greve geral como instrumento principal e a defesa e busca do socialismo em oposição ao capital. E por isso, se autodenomina como uma organização-movimento classista, socialista e internacionalista. Sendo assim, iniciamos o Comitê Sindicalista Revolucionário em Belém para propaganda e difusão do sindicalismo revolucionário. Convidamos todos os lutadores e lutadoras do povo para conhecer e construir a FOB no Pará.