Por RMC
Ao longo do dia 09 de novembro de 1988, três operários da Companhia Siderúrgica Nacional foram mortos pela ação do Exército Brasileiro. Foram eles: Carlos Augusto Barroso (19 anos), Walmir Freitas Monteiro (27 anos) e William Fernandes Leite (22 anos).
Eram trabalhadores que reivindicavam melhorias nas suas condições de vida e trabalho. Mas em seu caminho, estava o Exército do genocida Duque de Caxias com suas armas prontas para matar o povo e manter os privilégios dos ricos.
Em 7 de novembro de 1988, cerca de um mês após a promulgação da Constituição “Cidadã”, trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda/RJ, decidiram entrar em greve. Suas pautas? Reajuste salarial, estabilidade no emprego, jornada de trabalho de 40 horas semanais e readmissão dos demitidos em 1987.
Através da ocupação da CSN e do bairro de Vila Santa Cecília, os trabalhadores iniciaram uma das mais combativas greves do período do pós-ditadura com a larga utilização de métodos de autodefesa.
O Estado Brasileiro, fruto de um acordo entre setores da burguesia e o setor militar, visando destruir o movimento grevista utilizaram o Exército. Durante a ação dos militares, três trabalhadores foram mortos. As mortes dos trabalhadores até hoje são lembradas como O “Massacre de Volta Redonda” e são uma clara demonstração de como os militares atuam contra o povo.
O Massacre de Volta Redonda deve ser relembrado, principalmente no contexto atual de Intervenção Militar no RJ e com a eleição de Jair Bolsonaro/Mourão(PSL/PRTB) e Witzel (PSC), onde a atuação dos militares se desenvolve em larga escala e que abre o caminho para a repressão contra o povo.
Segundo a Agência Pública, desde 2010, 32 pessoas foram mortas pelas Forças Armadas em ações de Garantia de Lei e Ordem (GLO). Todas as vítimas eram pobres e moradores de favelas. Em toda a sua história, o Exército demonstra seu caráter genocida contra o povo, desde os massacres realizados na Cabanagem até a recente Ditadura Militar.
Os trabalhadores da CSN demonstraram o caminho para a luta do povo contra o Exército: Ação Direta. As máscaras utilizadas pelos trabalhadores amotinados em 1988 devem ser recuperadas e vestir o rosto das trabalhadoras e trabalhadores dos dias de hoje.
Que Carlos, Walmir e William não sejam esquecidos. Não esquecemos, Não perdoamos!
Que Raimunda, Matheus e Marco Aurélio, assassinados pelo Exército nos anos 2000, não sejam esquecidos. Não Esquecemos, Não Perdoamos!
PUNHO CERRADO AO INIMIGO, MÃO ESTENDIDA AO COMPANHEIRO!!!
https://www.youtube.com/watch?v=tmw9QeUHmsc