Rememorar o 11 de novembro, data de execução dos mártires de Chicago

No dia 11 de novembro de 1887 foram executados na forca os trabalhadores
George Angel, Albert Parsons, Adolph Fischer, Louis Lingg e August Spies; Samuel Fieldman , Miguel Schwab e Oscar W. Neeb condenados à prisão perpétua, este último tendo se suicidado. O movimento grevista que deflagrou a luta pelas 8 horas de trabalho foi protagonizado pela ação desses trabalhadores, na praça Heymarket, em Chicago, de 1° a 4 de maio de 1886. Sentenciados no dia 9 de outubro do mesmo ano os oito dirigentes sindicais, pela falsa acusação de uma bomba explodida nos meetings (comícios) seguida de um conflito, entraram para história como os redentores da causa proletária mundial como os Mártires de Chicago.

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O primeiro de maio e onze de novembro, este último ainda que renegado e esquecido no calendário de lutas, foram lembrados e cristalizaram na memória da classe trabalhadora como datas que simbolizam a luta por melhores condiçõe de trabalho. No Brasil, se passou a comemorar estes dias simbólicos de luto e luta a partir de 1891, por anarquistas e socialistas. Não somente por reivindicações imediatas e parciais, essas datas tomam para si um sentimento internacionalista e coletivo, que só pode ser resgatado no seio da classe trabalhadora a partir da reconstrução do sindicalismo revolucionário e de uma ampla retomada na consciência de classe.

Esta data esquecida, de sumária importância para o proletariado do mundo inteiro, deve ter seu papel recolocado na memoria e na história dos trabalhadores. Hoje no Brasil, as ameaças aos mínimos direitos trabalhistas, conquistados com o batismo de sangue e o suor derramado de milhões de trabalhadoras e trabalhadores, se consagram com um governo neo fascista, cujo papel é destruir por completo as reivindicações laborais e banir por definitivo qualquer mobilização que vise transformações reais e objetivas para o proletariado brasileiro.

É nesse contexto de calúnias e ameaças reais aos trabalhadores/as, sendo capitaneadas pelo governo ultra direitista a serviço do patronato e do capital financeiro neoliberal, que urge deflagar uma união maciça dos/as trabalhadores/as. Fortalecendo os laços de solidariedade existentes no proletariado dentro de uma perspectiva autônoma, classista e combativa de união sindical, podemos ser o sinaleiro e a proposta objetiva de reconstrução do sindicalismo revolucionário. É incorporando tais princípios que podemos alavancar nossa ação conjunta, de oposição, enfrentamento e combate.

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Rememorar o 11 de novembro é desenpoleirar a data que solidifica como aço os anseios mais profundos de transformação econômica e social da classe trabalhadora. A investida burguesa com sua justiça parcial sem as vendas nos olhos, sua balança pendida e espada no pescoço proletário condenaram não só oito martíres, mas ainda ceifam a vida milhões de trabalhadores/as no mundo inteiro. Ademais, o peso simbólico desta data invoca o martírio e a redenção, a coragem e astúcia dos que no cadafalso defenderam às últimas consequencias o socialismo, para conferir ao proletariado seu papel revolucionário na árdua luta do trabalho contra o capital.

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