No dia 28 de abril o Distrito Federal teve seus setores econômicos mais importantes paralisados pela greve geral contra a reforma da previdência, reforma trabalhista e a terceirização. Rodoviários, metroviários, professores da rede pública e privada (do ensino superior e básico), carteiros, bancários, operários da CAESB, e diversas outras categorias cruzaram os braços. Para conter a fúria dos trabalhadores o GDF junto ao Governo Federal preparam um esquema de guerra e estado de exceção na esplanada dos ministérios.
Na manhã do dia 28 foram levantadas barricadas em seis pontos da cidade: BR-020 (Sobradinho), EPNB, BR-070, BR-040, DF-001 (Gama), além da entrada do Aeroporto Internacional JK. Os atos foram realizados por movimentos sociais, sindicalistas, estudantes e comitês de mobilização. Essas ações no amanhecer do dia foram fundamentais. No Restante do Brasil centenas de barricadas foram erguidas e fecharam estradas, ruas e locais de trabalho. Em muitas cidades do Brasil as barricadas pela manhã foram acompanhadas por grandes manifestações pela tarde com 20 a 100 mil trabalhadores nas ruas.
Porém, no DF e em várias outras cidades a Central Única dos Trabalhadores (CUT) orientou seus militantes e sindicatos filiados a construírem atos passivos e festivos. Em alguns espaços viu-se dirigentes sindicais defendendo que a tática era “ficar em casa”, e os mais descarados (como ocorreu no Sinpro) diretores sindicais organizaram churrascos no dia da greve geral. No Rio de Janeiro a burocracia sindical queria transformar a greve geral num “showmício”. No DF diretores da CUT chegaram ao cúmulo de dar entrevista negando a existência de ato na esplanada e orientando os trabalhadores a não participarem do ato (http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/04/27/internas_economia,591789/presidente-da-cut-df-amanha-nao-tera-manifestacao-tera-greve.shtml). Ou seja, não só não construíram a mobilização como boicotaram a existente, com a arrogância típica da burocracia sindical: “se não sou que estou organizando, não existe”.
Em cima da hora (na mesma semana) outras centrais sindicais, sindicatos locais e movimentos sociais convocaram um ato para a esplanada, às 11h. Nesse ato, nós da ORC compusemos o Bloco Autônomo convocado por professores/as da base. Como o Sinpro também estava boicotando o ato, os professores se organizaram de forma autônoma para participar. O Bloco Autônomo reuniu mais de uma centena de trabalhadores. Apesar do ato em si ter sido muito aquém e a CUT ter conseguido atingir parcialmente seu objetivo desmobilizador, o Bloco Autônomo demarcou uma alternativa de luta e organização para diversas categorias presentes. O processo de reorganização da classe trabalhadora segue necessário e possível.
O que fica para os trabalhadores combativos do DF é a necessidade de construir instrumentos de luta autônomos e onde os próprios trabalhadores tenham o poder sobre suas organizações. A burocracia sindical do DF não pode fazer mais o que fez. A classe trabalhadora organizada de baixo para cima é mais inteligente e mais forte que a espera de “orientações” de líderes sindicais pelegos. Os Comitês de Mobilização e outras inciativas de organização por local de trabalho e por bairros tem sido uma alternativa para furar a camisa de força imposta pela burocracia sindical. É necessário conformar um amplo campo autônomo que reúna trabalhadores, estudantes e movimentos sociais para radicalizar a luta pelos direitos do povo e contra a reforma da previdência.
RECONSTRUIR O SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO!
É BARRICADA, GREVE GERAL, AÇÃO DIRETA É QUE DERRUBA O CAPITAL!