O povo negro em geral é afetado pelo assassinato, pelo encarceramento em massa e pelos piores postos de trabalho, em geral os menos qualificados e que ganham menos, seja no trabalho formal ou informal. A realidade é que a mulher negra trabalhadora e o homem negro trabalhador são explorados, pelo fato de serem trabalhador, e oprimido pelo fato de serem negros e mulher.
O povo negro tem passado por um verdadeiro genocídio. Só nos últimos dez anos foram mais de 400 mil homens e mulheres negras assassinadas. As taxas de mortalidade de mulheres negras é 65,8% superior à de não negras. O Brasil tem 2,7% dos habitantes do planeta e 20,4% dos homicídio, sendo 77,9% de negro, a maioria entre 12 e 29 anos. Os homens negros representam 77% das vítimas de homicídios no país. Praticamente de cada 10 assassinatos, 8 são contra homens negros. Isso numa população que pouco mais da metade é negra. A violência letal contra pessoas negras foi 162% maior que entre não negras. Da mesma forma, as mulheres negras representaram 66,0% do total de mulheres assassinadas no Brasil
Nas prisões temos mais de 820 mil pessoas amontoadas em presídios, a maioria membros da classe trabalhadora e negro. A maioria das pessoas presas são jovens negros: 46,4% dos presos têm entre 18 e 29 anos e 67,5% são de cor/raça negra . Ao longo dos últimos anos, o percentual da população negra encarcerada tem aumentado. Se em 2011, 60,3% da população encarcerada era negra e 36,6% branca, em 2021, a proporção foi de 67,5% de presos negros para 29,0% de brancos.
Até junho de 2019, a maior parte dos presos em todo o país havia cometido crimes relacionados a drogas, como tráfico, associação criminosa, indução ao uso de drogas, entre outros crimes. Eram 304 mil presos nesta categoria, 39,4% do total. Em seguida, aparecem os crimes contra o patrimônio, responsáveis pelo encarceramento de 284 mil presos no pais, 36,7% do total. Crimes contra a pessoa, como homicídio, aborto, ameaça, violência doméstica e auxílio a suicídio, entre outros, correspondem a 11,3% do total de presos até junho do ano passado, 88 mil pessoas. Além disso, 28,5% da população carcerária em prisão provisória, ainda sem julgamento. Os dados que demonstram que encarceramento estão relacionados muito mais aos crimes contra o patrimônio, em geral sem violência física. Ou seja, os presos são homens negros que cometeram algum tipo de crime contra a propriedade ou pela venda de droga. Mas ao mesmo tempo são os homens negros que são assassinados e não há esclarecimento sobre esses casos. Toda essa população encarcerada acaba em grande parte servido para aliciamento e força de trabalho barata para as facções criminosas.
No mercado trabalho as desigualdades persistem. O desemprego é maior em homens e mulheres negras. As condições de trabalho e salariais são também as piores entre o povo negro, principalmente entre as mulheres. São visíveis as dificuldades que as mulheres negras enfrentam no mercado de trabalho. No segundo trimestre de 2022, elas vivenciavam taxa de desocupação de 13,9%. Para os homens negros, a taxa era de 8,7%; para as não negras, de 8,9%; e para os homens não negros, foi observada a menor taxa, de 6,1%. As médias de rendimento também comprovam a desigualdade de remuneração por raça/cor. Os brancos recebem, em média, mais do que os negros. No segundo trimestre de 2022, enquanto o homem não negro recebeu R$ 3.708 e a mulher branca, R$ 2.774, a trabalhadora negra ganhou, em média, R$ 1.715, e o homem negro, R$ 2.142. Esses números indicam que a mulher negra recebeu, em 2022, 46,3% do rendimento recebido pelo homem branco. Para o homem negro, essa proporção foi de 58,8%. (DIEESE)
Os governos não se cansam de aumentar recursos para militarização da sociedade. Para matar e prender nunca falta dinheiro. Banqueiros, investidores e a burguesia rural tem sempre o Estado ao seu dispor para aumenta rua riqueza e continuar o capitalismo e o racismo. Aumento do efetivo policial, armas e equipamentos são sempre defendidos por políticos da esquerda e da direita. Enquanto isso, falta investimento social, principalmente para o pleno emprego e para ajudar aqueles que saem do sistema prisional, que tem menos chance ainda numa sociedade desigual.
O movimento negro autônomo e combativo já indicou o caminho: a) superar a ideologia da tutela estatal, fomentada pelo Estado e pela linha do Sindicalismo Social-democrata, como a campanha “Não Vote, Reaja”; b) fomentar a autodefesa por local de trabalho, moradia, estudo e lazer como forma de desenvolver seu associativismo de base; e c) ocupação dos territórios com criação de redes de solidariedade e autodefesa popular entre sindicatos, coletivos comunitários, estudantis e movimentos sociais antidiscriminatórios.
É fundamental a união entre os trabalhadores e trabalhadoras na luta de classes contra o patrão, mas é fundamental que os trabalhadores brancos apoiem e adotem as exigências especiais das mulheres negras e dos homens Negros e outros povos não brancos como sendo de toda a classe trabalhadora. A classe trabalhadora branca tem que assumir a posição antirracista e de consciência de classe; para unir toda a classe Trabalhadora. Os trabalhadores negros e brancos devem assumir e apoiar as exigências da luta antipatriarcal. Assim, confrontar diretamente e derrubar o Estado Capitalista e seus governantes. Não queremos migalhas e que alguns dos nossos virem aqueles que vão nos oprimir e explorar. A cooperação e a solidariedade de todos os trabalhadores são essenciais para uma revolução Social plena, e não apenas da parcela branca.
GREVE GERAL CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO!!!
PELA AUTODEFESA DO POVO NEGRO!!
FIM DO ENCARCERAMENTO DO POVO PRETO E FIM DAS GUERRAS AS DROGAS
PELA REVOGAÇÃO IMEDIATA DA LEI Nº 11.343, 2016 E REPARAÇÃO A TODOS OS PRESOS ENQUADRADOS NESSA LEI!
