Nenhum apoio à greve policial no Ceará!

Nenhum apoio à greve policial no Ceará!

Na terça-feira (18/02) começou a tramitar na Assembleia Legislativa do Ceará o projeto de lei que trata sobre o aumento dos policiais militares do estado. O aumento eleva o salário do soldado de R$ 3.400 para R$ 4.300 parcelado em três vezes, até 2022. Ainda na noite de terça-feira, próximo ao carnaval, grupos da reacionária polícia militar do estado se amotinaram em alguns batalhões da capital, Fortaleza, e demais cidades importantes do estado.

O amotinamento repete a tática utilizada nas greves de 2011/12 quando os policiais se escondiam nos batalhões e deixavam suas esposas e filhos nas portas, supostamente impedindo a saída dos policiais para a rua. A consequência na época foi a projeção de Wagner/PROS, um ex policial que logo se elegeu vereador e depois deputado. Este ano pretende lançar candidatura para a prefeitura de Fortaleza junto com PSDB e demais partidos de direita. Portanto essa greve também tem o objetivo de projetar tal candidatura reacionária.

A resposta do governo Camilo/PT e de sua base aliada foi a rápida abertura da CPI das Associações Militares. O governo quer saber de onde vem e no que é gasto o milionário orçamento das cinco associações de policiais do estado. A “radicalização” vista na quarta feira (19/02), primeiro dia de greve foi uma clara resposta a tal CPI.

As/os socialistas revolucionárias/os e as greves policiais

As afirmações de setores pequeno-burgueses de que “os policiais são trabalhadores”, ou que é “impossível fazer a revolução sem a divisão nas forças armadas” são disparates. A primeira porque não é possível considerar os policiais como parte da classe trabalhadora. Apenas as correntes políticas reformistas e de orientação pequeno-burguesadefendem essa posição, pois a natureza da polícia é a manutenção da ordem burguesa, reprimindo e exterminando.

A segunda, quando observamos que quando os diversos teóricos socialistas tratam da quebra da hierarquia militar, estes se referem a soldados e marinheiros, que, no contexto do século XIX e começo do XX, eram hegemonicamente trabalhadores que foram recrutados compulsoriamente para as forças armadas de seus respectivos países lutar em guerras imperialistas. Estes soldados e marinheiros, trabalhadores, coletados pelas elites, tinham seu potencial revolucionário pelo fato serem subalternos na hierarquia e não constituírem tropas profissionais, o que permite seu potencial revolucionário em contextos insurrecionais. Bem diferente da polícia que é um corpo profissional, com opção de classe pela repressão.

A ocupação dos batalhões e as experiências de auto defesa são ensinamentos para o conjunto da classe trabalhadora, porém as correntes pequeno-burguesas que defendem o apoio a greve da PM são incapazes de seguir estes exemplos. Inclusive se possuíssem inserção no movimento seriam os primeiros a discordar da ação temendo retaliações.

Por fim, 2019 terminou com manifestações combativas dos servidores do estado contra a reforma da previdência estadual levada a cabo por Camilo/PT em dezembro último, e os policiais simplesmente não se mobilizaram contra os ataques, pelo contrário, combateram os servidores. Esse fator junto a recente greve das/dos petroleiras/os e o silencio dos policiais demonstram o caráter essencialmente corporativista desta greve. Portanto, os policiais não se veem como parte da classe trabalhadora como o reformismo tenta pintar, mas como algo realmente externo.

O governo Camilo/PT e a reação burguesa bolsonarista

Camilo Santana/PT fortaleceu constantemente a polícia, tanto realizando concursos como garantindo melhores armamentos para reprimir o povo cearense. Além disso colocou como secretário de administração penitenciária, Mauro Albuquerque em 2019 e desde lá vem sendo denunciado pela pratica de TORTURAS, todas praticadas nas barbas do governo de esquerda. Ou seja, o governo de esquerda fortaleceu o já extenso aparato repressor do estado. Quem precisa de Bolsonaro quando se tem o PT no governo?

A ação espetaculosa do populista pedetista Cid Gomes em Sobral demonstra o que já sabemos: que este (e seu  clã político) nunca respeitou nenhuma categoria em greve, e quis fazer, com suas próprias mãos, aquilo que já fazia através da polícia, com os que lutam, seja professores, médicos e agora a polícia. Porém encontrou uma categoria com experiência na violência que soube responder a altura a ação do populista. A tarefa das/dos revolucionárias/os é se preparar para a violência do Estado assim como os amotinados.

Nós, do campo do Sindicalismo Revolucionário defendemos uma sociedade socialista, e não existe espaço para a defesa daqueles que reprimem e assassinam o nosso povo nas aldeias, campo e favelas. Preparar a auto-defesa popular já!

NENHUM APOIO A REACIONÁRIA GREVE DA POLÍCIA!

PREPARAR A AUTO DEFESA POPULAR!

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