Por uma Greve Combativa Contra os Ajustes do MDB de Temer e Pezão

               Desde 2012 os movimentos grevistas vêm crescendo no Brasil, conforme aponta o balanço das greves de 2016 do Dieese.[1] Não por acaso, nesse mesmo período constatamos o aprofundamento da política neoliberal em todas as esferas administrativas do Estado, atacando severamente os direitos e as condições de trabalho e sobrevivência dos trabalhadores. Segundo o levantamento do Dieese foram registradas 2.093 greves em 2016, das quais “cerca de 81% das greves incluíam itens de caráter defensivo na pauta de reivindicações e nesse intervalo de intensa atividade paredista, itens relativos à defesa de direitos passaram a compor grande parte da pauta reivindicatória dos trabalhadores”. As nossas greves da rede estadual em 2011, 2013, 2014 e 2016 são exemplos desse fenômeno. Todas elas tiveram na pauta central o combate ao Plano de Metas, às perdas salariais e à resistência às retiradas dos nossos direitos por um governo que aplica severamente o a política neoliberal, que só beneficia as grandes empresas capitalistas e seus representantes políticos. Várias outras greves em todo o país se inscrevem nesse contexto e muitas delas tiveram em comum outro fato: a crise entre base e direção das entidades sindicais.

          A greve dos caminhoneiros, iniciada há mais de  uma semana, mais do que evidenciar a fragilidade do sistema brasileiro de transportes e os prejuízos da política privatista e entreguista da Petrobrás, traz à tona os mesmos elementos das lutas recentes: a resistência aos efeitos nefastos do aprofundamento da política neoliberal e; a ruptura entre a base mobilizada e as direções pelegas. Não se trata portanto de um fenômeno isolado, mas de mais uma resposta às medidas de austeridade contra o povo trabalhador. O diferencial está no fato de que a greve dos caminhoneiros iniciou atrelada aos interesses dos patrões, por isso a caracterização do locaute. A burguesia mais uma vez apostou na conciliação de classes, talvez na ilusão de que funcionasse como muito bem funcionou durante anos sob as batutas do PT/CUT e PC do B/CTB. Porém a patronal e as organizações pelegas perderam o controle do movimento, que segue desafiando o governo federal.

               Toda essa política de retirada de direitos dos trabalhadores, aumento da superexploração, elevação do custo de vida e o entreguismo ao imperialismo não poderiam, assim como não podem ocorrer tranquilamente, sem a resistência dos trabalhadores. No entanto, essas inúmeras greves precisam ser unificadas para que tenham efetividade, caso contrário, apenas continuaremos protelando a vitória total dos inimigos, que atacam em unidade. O contexto é favorável para realizar a unidade das lutas: o governo está mais enfraquecido, embora irredutível em manter sua política; a produção e circulação do capital estão fortemente comprometidas; há um clima geral de solidariedade com a greve dos caminhoneiros. Além do mais é preciso estar lado-a-lado com as demais categorias para combater a intrusão da direita no movimento dos trabalhadores.

                Sabemos que um movimento de massas é heterogêneo e que os diferentes campos políticos e mesmo os patrões e os governos tentam cooptá-los. Em nossas próprias greves da educação temos vários trabalhadores e trabalhadoras que aderem ao movimento, mas no dia-a-dia reproduzem os discursos e as práticas conservadoras da direita. Também é comum observarmos a cooptação de alguns diretores do sindicato pelo governo. Logo o que acontece na greve dos caminhoneiros não difere muito do que ocorre nas nossas. Talvez a diferença esteja no fato de que rejeitamos e combatemos publicamente esses desvios e eles ainda precisam avançar nesse sentido.

                  Em algum momento explodiria um grande movimento de massas contra os ajustes. Ocorreu de serem os caminhoneiros os novos protagonistas, mas a conjuntura exige que toda a classe trabalhadora entre em cena. Nós, trabalhadores e trabalhadoras da rede estadual de educação seguimos sendo massacrados pelo governo neoliberal do MDB e precisamos seguir o exemplo dos caminhoneiros e partir para a luta usando da ação direta e combatividade. Sabemos que as eleições do nosso sindicato estão próximas, mas elas podem esperar, a luta não pode! A hora é agora. Por isso convocamos todos profissionais da educação a partir para a ação e assumir sua responsabilidade na defesa de seus direitos e do povo. Nesse sentido defendemos que seja realizada uma assembleia extraordinária da rede estadual de educação com a pauta específica de avaliação da conjuntura e de  deflagração da greve. Também defendemos que todas as redes sindicalizadas ao SEPE realizem o mesmo movimento e façamos uma grande greve unificada da educação do Rio de Janeiro. Nosso sindicato sempre foi vanguarda na luta dos trabalhadores e deve honrar sua história colaborando na deflagração de uma GREVE GERAL contra os ajustes do MDB de Temer e Pezão.

 GREVE GERAL CONTRA O ESTADO E O CAPITAL!

NÃO TEMOS UMA DEMOCRACIA A DEFENDER, MAS UM AJUSTE A COMBATER!

NÃO À INTERVENÇÃO! SIM À REVOLUÇÃO POPULAR!

[1](https://www.dieese.org.br/balancodasgreves/2016/estPesq84balancogreves2016.html).

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