Protestos contra a privatização do SUS, da CEB e da Rodoviária ocorrem no DF

Protestos contra a privatização do SUS, da CEB e da Rodoviária ocorrem no DF

Rede de Mídia Classista

Ocorreram esta semana dois protestos no DF contra privatizações de serviços públicos. O primeiro pelo SUS, dia 31/10 (sábado), o segundo pela CEB e Rodoviária públicas, em 05/11 (quinta).

O ATO PELO SUS foi convocado por um ativista comunitário e ocorreu na Praça Zumbi dos Palmares, Conic, e caminhou em direção à Rodoviária. Ele foi uma resposta ao polêmico decreto de Bolsonaro que instaurava um estudo para privatizar unidades básicas de saúde. Entenda o caso AQUI. O ato reuniu cerca de 100 pessoas e muitas organizações políticas. Atos semelhantes estavam previstos para ocorrer pelo Brasil.

O Sindicato Geral Autônomo (SIGA) esteve presente. Um filiado do SIGA fez uso da palavra chamando atenção que muitos sindicatos oficiais acabam colaborando com a privatização da saúde ao abandonar a luta pelo SUS e adotar a defesa corporativa de planos de saúde privado. Além disso, denunciou que o subfinanciamento do SUS, antesala das privatizações, está relacionado as isenções de impostos aos mais ricos e grandes fortunas.

Ainda em sua fala, finalizou apontando que este subfinanciamento é uma das características da estrutura neoliberal do Estado e que qualquer candidato que assuma o governo irá gerenciá-lo assim. Dessa forma, o poder popular, tão falado durante as falas, não seria resultado do voto em candidatos, mas exclusivamente da organização e força do povo.

O SEGUNDO PROTESTO ocorreu em frente ao Palácio do Buriti. Inicialmente convocado pelo STIU, sindicato dos trabalhadores da CEB, contra a privatização da Companhia Energética de Brasília, foi reforçado pela organização de trabalhadores ambulantes contra a privatização da Rodoviária, a “Assembleia Popular pelo direito ao Trabalho”. O ato reuniu cerca de 100 trabalhadores. O SIGA também esteve presente. Nas falas durante o ato, foi denunciado o repertório de privatizações do governo Ibaneis que, além da CEB e da Rodoviária, também ameaça entregar ao capital privado o Metro e a Caesb.

Quanto a CEB, foi denunciado que há informações obscuras para vender a empresa, que não apresenta deficit, mas lucro. E alertado a população que a venda da Companhia Energética pode, como ocorreu em Goiás e tantos estados, aumentar o preço da energia e piorar o atendimento à população e as condições de trabalho dos empregados.

Trabalhadoras ambulantes também tomaram a palavra. Nos últimos meses, estas trabalhadoras e trabalhadores viram intensificar a guerra da AGEFIS e da Polícia Militar na apreensão e roubo de suas mercadorias, humilhações e repressão. Uma trabalhadora relatou que, depois de aprender a mercadoria que é o ganha pão familiar, um PM teria desejado que ela passasse fome. As investidas dos órgãos são diárias. Mas os ambulantes criam táticas de resistência para continuar a trabalhar. A intenção do GDF e da Administração do Plano Piloto é privatizar a Rodoviária, onde os ambulantes, diante do desemprego, encontram alternativa para trabalhar.

Um ponto em comum relatado nos dois protestos foi que o governador Ibaneis (MDB), quando candidato, teria assumido compromisso de não privatizar a CEB e garantir o trabalho dos ambulantes da Rodoviária. Há vídeos e documentos assinados, inclusive. Para ganhar voto, vale tudo. E hoje as duas promessas são descumpridas. Isso mostra que não se deve confiar em candidatos e políticos profissionais, pois uma vez no governo eles servem aos interesses privados, e não da população.

OUTRAS PRIVATIZAÇÕES foram anunciadas recentemente. Uma delas é a intenção de parceria público-privada para destinar a área do Posto de Saúde nº 08 do Gama, parado há 5 anos com obras inacabadas, ao hospital particular Maria Auxiliadora. O hospital fica ao lado do posto de saúde e pretende usar a área para construção de um estacionamento privado, numas das avenidas centrais da cidade. Esta iniciativa de favorecer a iniciativa privada, sem ouvir a comunidade, conta com a articulação entre o deputado Daniel Donizet (PL) e Ibaneis (MDB). Setores da comunidade organizada do Gama já iniciaram campanha contra mais esta privatização de área e saúde pública. A luta continua!


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