REACENDER AS CHAMAS DE JUNHO! Construir a Greve Geral Insurrecional

por Sindicato Geral Autônomo (SIGA-DF), filiado à FOB

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Os poderosos precisam sentir o calor das ruas novamente! Em 2019 completam 6 anos do Levante de Junho, quando em 2013 protestos combativos incendiaram o Brasil de norte e sul colocando governos na parede. Hoje, o povo deve mostrar novamente seu poder de pressão. Bolsonaro-Mourão (PSL-PRTB) fazem duras ameaças como a reforma da previdência, cortes na educação, militarização da sociedade, terrorismo de Estado, pautas conservadoras e privatizações. É preciso resistir ativamente!

O Levante de Junho de 2013

Entre 17 de junho e 7 de setembro de 2013, houveram protestos em pelo menos 577 ou cerca de 10% dos municípios brasileiros. O que levou o povo às ruas? Aumentos de tarifa de transporte em pelo menos 20 capitais desde 2012, forte repressão policial, investimentos escandalosos na Copa do Mundo que contrastavam com a péssima qualidade dos serviços públicos e décadas de grito entalado na garganta do povo brasileiro.

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O “20 de Junho” foi um dia simbólico: em Brasília manifestantes cercaram o Congresso Nacional e quase tomaram o Palácio do Itamaraty; no Rio de Janeiro a Assembleia Legislativa foi tomada por manifestantes. Era o poder do povo pela força das ruas. Neste dia, ocorreram protestos em pelos menos 136 municípios, mobilizando cerca de 2 milhões de pessoas. Isto representou cerca de 1% da população brasileira. Parece pouco? Mas foram os maiores protestos no Brasil em três décadas. Suficientes para que prefeitos e governadores revogassem aumentos do transporte em pelo menos 104 cidades de 17 estados, por exemplo. Empresários e a mídia se desesperavam. Governos do executivo e legislativo perderam temporariamente o comando. Hoje, precisamos triplicar esta mobilização.

O Levante e as Greves

O Levante de Junho de 2013 foi um movimento que caminhou junto com um Levante de Greves no Brasil. Segundo o DIEESE, em 2013 ocorreram 2.050 greves, aumento de 134% sobre o ano anterior. Somente nas 932 greves em que foi possível mapear, foram mobilizados 2.017.306 grevistas. Foi o maior número de greves até aquele ano desde o início da série histórica em 1983. Entre 2014 e 2016 a quantidade de greves continuou nestas proporções. Isto revela a insatisfação da classe trabalhadora com as políticas econômicas e sociais do governo Dilma (PT); o Levante de Junho e o Levante das Greves mostram isso.

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As greves em 2018 continuam em números maiores do que antes de 2013. E podem voltar a subir, pois as condições de trabalho, salário e direitos estão piorando no Brasil, a exemplo da possibilidade de terceirização irrestrita e da reforma trabalhista aprovadas no governo Temer (MDB). Há um crescimento de ações grevistas em categorias profissionais mais vulneráveis, como terceirizados. Boa parte destas mobilizações foram defensivas: direitos não cumpridos por governos e patrões e atrasos salariais. Ou reivindicações mínimas como reajuste salarial, vale alimentação e condições de trabalho.

A vitória de Bolsonaro e o crescimento da direita são reações desesperadas aos Levantes de 2013, e não sua continuidade. Bolsonaro não é um homem contra o sistema, como diz. Ele é a cria feroz do próprio sistema tentando salvar as taxas de lucro da burguesia. Usa da própria ilegalidade para garantir o poder.

2019: A Revolta Popular entre falsos aliados e o governo Bolsonaro

Neste ano, duas grandes manifestações contra os cortes na educação e a reforma da previdência de Bolsonaro ocorridas nos dias 15/5 e 30/5 revelaram que a necessidade de lutar supera o medo. No dia 15/5, cerca de 222 cidades registraram protestos; no dia 30/5, foram ao menos 129 cidades com protestos.

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Pela quantidade de cidades com protesto, impossível não comparar com o Levante de Junho de 2013. Mas há um detalhe, a qualidade e fôlego das manifestações ainda estão moderadas. Existe uma revolta contida contra o Governo Bolsonaro. Sua popularidade é a mais baixa em presidentes de primeiro mandato da história: 30% acham o Governo ruim ou péssimo.

Esta revolta e impopularidade precisam ser transformadas em protestos de tom mais combativo. Embora grandes, as manifestações ainda moderadas se explicam por alguns fatores, como: 1) os aparatos policiais buscar reprimir e prender, causando intimidação; 2) os trabalhadores e movimentos sociais independentes e combativos podem melhorar a ação ofensiva e autodefesa dos atos e aumentar a mobilização das bases nos locais de trabalho, estudo e moradia para disputar forças com partidos e movimentos pelegos; 3) há um grande esforço para controlar e castrar a combatividade nos atos dirigidos por partidos como PT e PCdoB, suas centrais como CUT e CTB e seus movimentos e sindicatos como UNE e CNTE, interessados acima de tudo na corrida eleitoral de 2022.

4-cut_covardeEstes partidos, centrais e movimentos oficiais não querem a revolta contra Bolsonaro. São falsos aliados. Querem governar a insatisfação popular. Por isso muitas vezes falam mais em Lula do que contra a reforma da previdência. Hora animam, mas logo freiam as manifestações. Isso ocorreu em 2017 após a greve geral de 28/4 e o Ocupa Brasília em 24/5. Vendo a revolta se generalizar nos protestos eles temem perdem o controle.

Um exemplo é o DF, onde as Centrais Sindicais sequer chamaram manifestação de rua na greve geral de 14/6. Patético! Outro sinal foi o acordo entre 25 governadores dia 11/06, incluindo partidos ditos “oposição” (PT, PCdoB, PSB, PDT), pela aprovação da reforma da previdência com poucas modificações, mas mantendo a destruição da previdência para milhares de trabalhadores. Negociando nossos direitos pelas nossas costas!

Construir a Greve Geral Insurrecional

Foi decretado para 14/06/19 pelas Centrais Sindicais um dia de Greve Geral. Mas para resistir a toda ofensiva bolsonarista, que age com tripé militar-liberal-conservador, não basta uma greve de um dia, com táticas recuadas e controlada pela burocracia.

A situação da classe trabalhadora no Brasil exige táticas de organização e pressão que envolva mesmo quem não está diretamente empregado. Segundo IBGE (abril, 2019), o Brasil tem:

  • 4,9 milhões de desalentados (desistiram de procurar emprego)
  • 13,2 milhões de desempregados (procuram emprego)
  • 23,9 milhões de trabalhadores por conta própria

Sem a Reforma da Previdência, estes trabalhadores já tem dificuldades para se aposentar; caso a Reforma seja aprovada, tornaria a aposentadoria um direito ainda mais distante. Os cortes na educação também deixam mais distante o direito dos filhos da classe trabalhadora ao ensino técnico e superior público.

PROTESTOS DE RUA são, portanto, uma tática de permitir a participação destes setores. Pois dizer apenas que “greve é parar a produção” não faria sentido para um desempregado, camelô ou estudante. Além disso, travar com barricadas as ruas das cidades e estradas são táticas de PARALISAÇÃO INDIRETA DA PRODUÇÃO, pois funcionam para impedir a circulação de mercadorias e serviços, como na greve de caminhoneiros, afetando patrões e pressionando o governo. Outras táticas como ocupar temporariamente órgãos estatais, liberar cancela de pedágios, danificar propriedades de grandes empresas, resistir à repressão policial são exemplos de táticas para a DEFENSIVA ATIVA.

O Levante de Junho e o Levante das Greves de 2013 inauguraram um novo ciclo na luta de classes no Brasil. Hoje são os governos e a burguesia que estão com a ofensiva. Assim, a defensiva dos trabalhadores não pode ser nem passiva nem covarde, deve ser ativa e ousada para preparar um contra-ataque! A greve geral não pode ser um teatro para partidos e sindicatos oficiais negociarem nossos direitos nos gabinetes. Precisamos preparar mobilizações e greves que mostrem a revolta popular, reacendendo as chamas de junho pelo poder das ruas! Defender com nossas próprias mãos o destino de nossas vidas!

NEM BOLSONARO, NEM O PT: TRABALHADORES NO PODER!

PRA DEFENDER A PREVIDÊNCIA: É BARRICADA, AÇÃO DIRETA E RESISTÊNCIA!

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