São Paulo, 5 de novembro de 2024 – Na tarde desta terça-feira, um grupo de militantes sociais se reuniu nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo para exigir a libertação do professor Adriano Gomes da Silva, preso há 50 dias após ser condenado por um crime que não cometeu. Mesmo sob a constante vigilância da polícia e enfrentando uma chuva torrencial, os manifestantes não se intimidaram e seguiram firmes na defesa de Adriano, um preso político do Estado de São Paulo.
A manifestação começou pouco depois das 17h, com os ativistas posicionando-se discretamente entre as barracas de camelôs, tentando evitar o cerco da polícia, que já estava presente na área antes mesmo do ato começar. Em um gesto de resistência, os manifestantes aguardaram a retirada dos veículos policiais das escadarias do Teatro Municipal, momento em que tomaram o espaço e ergueram uma faixa com os dizeres: “LIBERDADE AO PROFº ADRIANO!”. Diante dos agentes repressores, venceram a unidade e a coragem.
“Adriano Gomes é um preso político, vítima do Estado burguês que persegue e pune todo aquele e toda aquela que ousam se posicionar contra suas políticas desumanas!“, denunciou um dos participantes do ato. De acordo com os manifestantes, Adriano foi preso em 2018 após protestar contra a violência policial numa ação de despejo no Butantã, zona oeste de São Paulo, e acusado pela polícia de desacato. “Ainda que Adriano tivesse cometido desacato, crime pelo qual a justiça burguesa paulista o condenou há mais de 10 meses de prisão, por que o mantém preso em regime fechado se sua sentença é no semiaberto?”, questiona uma manifestante indignada.
Uma das militantes, lembrou o contexto de injustiça social que motivou o professor a se manifestar contra a ação de despejo, em 2018: “Como qualquer trabalhador explorado que luta para criar seus filhos, como qualquer pessoa indignada com esse sistema de exploração, como qualquer pessoa sem direito à moradia, à saúde e à educação, como alguém pode ficar em silêncio diante de tanta desigualdade promovida pelas classes dominantes? Lutar não é crime!“, exclamou, em tom de revolta.
Enquanto os manifestantes faziam sua manifestação, a polícia observava de perto, posicionando-se em frente ao teatro com suas viaturas, mantendo uma vigilância constante. Durante todo o ato, os agentes de repressão faziam rondas na área. Contudo, o grupo de apoiadores de Adriano não se dispersou, permanecendo firme em sua reivindicação pela liberdade do professor.
O protesto durou cerca de uma hora, sendo encerrado pouco antes das 19h. Apesar da presença da polícia, os manifestantes se retiraram tranquilamente, mas deixaram claro que a luta pela liberdade de Adriano Gomes da Silva continua.
A ação foi uma demonstração de resistência contra um sistema opressor, que tenta silenciar e pune aqueles que ousam questionar suas práticas.