29M em Dourados: É PRECISO ORGANIZAR A REBELIÃO!

29M em Dourados: É PRECISO ORGANIZAR A REBELIÃO!

No dia que antecede a data marcada para várias manifestações contra o governo genocida Bolsonaro-Mourão, a justiça burguesa do Mato Grosso do Sul, através do Ministério Público Estadual (MPE) – com a desculpa de evitar aglomeração – baixa um decreto impedindo qualquer tipo de ato público no dia 29/05, criminalizando abertamente a luta contra Bolsonaro e o fascismo no Brasil. Afirmaram que todos os presentes seriam indiciados criminalmente, e ameaçaram os responsáveis para organização do ato, vinculados ao Comitê de Defesa Popular de Dourados. Contraditoriamente, mas operando na mesma lógica, essa mesma justiça burguesa ameaça de despejo 40 famílias que moram no bairro Guajuvira, em Dourados. Alegando cumprimento de uma decisão de reintegração de posse, representantes do judiciário local se fazem participantes de mais uma ação genocida do Estado. Para além de ignorarem a fragilidade documental do processo, ousam executar um despejo no momento mais drástico pelo qual o país passa na pandemia e, em especial, Dourados – atualmente em lockdown frente ao absoluto descontrole da disseminação do vírus. Um processo dessa ordem é, por si, digno de revolta. Mas a proposta de executar um despejo é decretar a morte das 200 pessoas que reivindicam direitos básicos de vida digna: teto e saúde.

Foto cedida pela Campanha Contra a Intervencao na UFGD

Sendo assim, se torna indispensável tomar as ruas e confrontar o terrorismo de Estado, enquanto a miséria e a fome se agigantam, enquanto os ricos e poderosos promovem chacinas do campo à cidade e a saúde pública chega ao colapso – como também ocorre neste momento em Dourados. Frente ao decreto do MPE, o Comitê de Defesa Popular – composto por diversos partidos, sindicatos e movimentos – decidiu por retirar-se da manifestação. Em contraposição, contra a criminalização e em defesa das lutas populares contra Bolsonaro, a FOB se somou ao chamado pela continuidade da manifestação junto aos estudantes independentes e combativos, incluindo a Alvorada do Povo, que resistem pela educação na cidade, se contrapondo à atual intervenção na reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Na praça, a mobilização simbólica realizou um ato de propaganda com panfletagem, discursos em defesa da educação, em solidariedade às famílias do bairro Guajuvira, às lutas indígenas e camponesas pela terra e em defesa das pautas centrais de vacina, comida, educação e saúde. Os setores revolucionários conclamaram pela queda de Bolsonaro e realizaram marcha ao redor do centro, mobilizando os trabalhadores/as do comércio.

Foto cedida pela Campanha Contra a Intervencao na UFGD
Foto cedida pela Campanha Contra a Intervencao na UFGD

O Mato Grosso do Sul (MS) é palco de um dos piores cenários de conflito agrário, gerado pelos grandes latifundiários e pelo Estado terrorista. Demarcamos nossa posição na mobilização em defesa das retomadas Guarani e Kaiowá, que resistem no MS e são exemplo histórico e permanente de resistência ancestral, relembrando os 5 anos do dia 14 de junho como dia de memória e luta, quando ocorreu o Massacre de Caarapó em 2016, que tirou a vida do agente de saúde Guarani Kaiowá Clodiodi de Souza e resultou na prisão de seu pai, Leonardo de Souza, em 2018. Na manifestação, a juventude e as organizações revolucionárias também realizaram a defesa e propaganda dos 4 camponeses da Liga dos Camponeses Pobres (Acampamento Manoel Ribeiro) – Ezequiel, Luis Carlos, Estefane e Ricardo -, presos injustamente em Rondônia pela mesma polícia que, no MS, criminaliza a luta pela terra Guarani e Kaiowá e levou preso o guerreiro Leonardo.

Foto cedida pela Campanha Contra a Intervencao na UFGD

Não temos alternativa e não temos nada a perder: ou levantamos uma grande rebelião, ou pereceremos. A palavra de ordem neste momento é Greve Geral em defesa da vida de nosso povo!

CONSTRUIR A GREVE GERAL E ORGANIZAR A REBELIÃO!

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