Seção de Trabalhadores(as) da Educação do Sindicato Geral Autônomo – SIGA
Os governantes já criaram seus lemas a respeito do novo coronavírus. O do governo federal é “ninguém fica pra trás”, e o do GDF é “juntos contra o coronavírus”. Porém, nós, o povo, fomos deixado para trás pelos ricos e poderosos, que não nos querem junto deles.
A letalidade da COVID-19 é maior em pessoas negras que em pessoas brancas (55% vs. 38%), e em pessoas com baixa escolaridade que em pessoas com ensino superior (71% vs. 23%). As regiões do país que possuem menos recursos e trabalhadoras e trabalhadores que possuem menor rendimento (Norte e Nordeste), são justamente as que estão em pior situação frente a pandemia. E no Distrito Federal, especificamente, a diferença também é clara, pois a maioria dos casos de COVID-19 é em pessoas que moram nas regiões periféricas. O maior número de contágios é em Ceilândia, e a maior proporção de contágio, no Paranoá. Aqui, as mulheres, que são submetidas a duras jornadas de trabalho dentro e fora dos seus lares representam mais da metade das infecções do vírus. Apesar de tamanha tragédia, o governador Ibaneis Rocha (MDB) cedeu à pressão dos empresários, que permanecerão seguros em suas casas, e obrigará docentes e estudantes a se amontoarem em verdadeiras câmaras de propagação do coronavírus (transportes públicos, salas de aula, áreas de administração escolar e de convívio comum). É a simulação de uma normalidade que não existe, um “novo normal” que é mortífero, que é macabro, que normaliza mortes.Leia também:
Novamente, mostrando que muitos ficarão para trás e que não estamos juntos, a situação na rede privada de ensino é menos ruim. O sindicato dos proprietários de escolas particulares (SINEPE/DF) levantou que 70% das famílias não pretende enviar suas crianças e adolescentes às escolas no primeiro momento. Diante disso, os empresários da educação decidiram que quem optar, poderá seguir com ensino remoto em vez de voltas às aulas presenciais. A questão é que provavelmente isso resultará em trabalho dobrado e não remunerado para professoras e professores, que deverão se desdobrar para ministrar aulas em dois formatos. No caso da rede pública de ensino, o governador Ibaneis prefere economizar na produção de teleaulas, na contratação do pacote de dados e no fornecimento de equipamentos tecnológicos para os estudantes realizarem o ensino remoto, e cede à pressão de empresários liberando o ensino presencial. As medidas de segurança estabelecidas no Decreto são insuficientes. Desconsideram que muitos alunos da rede pública se deslocam de ônibus, que o retorno das aulas amplia a circulação e contato de pessoas na cidade e não o distanciamento social, que as salas de aula são mal ventiladas, que a comunidade escolar não está treinada para os cuidados contra a transmissão biológica e sanitização necessária. Diante desse cenário, não devemos retornar às aulas presenciais! A pandemia afeta o aprendizado, mas esse pode ser recuperado; uma vida, jamais! Não vamos esperar os casos de Covid-19 e as primeiras mortes aparecerem! Não retornar às aulas presenciais: boicote das famílias e greve dos trabalhadores da educação pela vida!
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