Entregadores e entregadoras são obrigados a sair de casa em pleno pico da pandemia para garantir o pão de cada dia, enfrentando além do Coronavírus, o sol, a chuva, a fome, a exaustão e muitas vezes a morte. O breque dos aplicativos em todo Brasil é uma grande paralisação em defesa da vida desses trabalhadores e trabalhadoras e por condições dignas.
Este é um movimento forte por que vêm da base, vêm da necessidade concreta de sobrevivência dos trabalhadores contra a ganância das empresas como Uber, Rappi, Loggi, Ifood e James. É um grito de revolta que se expande para outras categorias de trabalhadores e faz tremer a Casa Grande, os governantes e as grandes empresas capitalistas.
Na história, não houve verdadeira conquista de direitos para o povo sem luta, sem guerra. A classe dominante brasileira que nunca deixou de ser escravista, sempre quer tirar o couro do trabalhador no trampo ou abandoná-lo desempregado para morrer nas favelas e periferias de nosso país. É hora de dar um basta nessa patifaria, é hora dos trabalhadores revidarem, só assim haverá conquista e avanços.
AUTOGESTÃO DOS ENTREGADORES: CONSTRUIR O SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO
União e organização coletiva é poder, para sair do isolamento e brecar as humilhações cotidianas é fundamental que os trabalhadores se organizem em associações, cooperativas e sindicatos próprios e autônomos. A greve é um instrumento de poder dos trabalhadores, e é o único argumento capaz de tocar verdadeiramente o coração (e o bolso) dos empresários e capitalistas.
No Brasil a associação dos Entregadores Antifascistas vem sendo um importante meio para a organização e consciência dos entregadores, além da luta pelas reivindicações do movimento, no Rio Janeiro está sendo criada uma cooperativa chamada Despatronados onde os trabalhadores gerenciam o próprio aplicativo de entregas sob princípios de igualdade e autogestão, com controle direto pelos trabalhadores.
O atual modelo dos aplicativos revela a nova face do capitalismo a qual Bolsonaro admite sem vergonha: é melhor um emprego sem diretos do que morrer de fome. A isso respondemos que emprego sem direitos é escravidão! Porém essa precarização e retirada de diretos não se resume aos entregadores e nos últimos anos os trabalhadores brasileiros sofreram diversas derrotas em relação aos seus direitos.
As centrais sindicais pelegas como CUT, Força Sindical, CTB e outras são cúmplices dessa retirada de direitos dos trabalhadores desde a época dos governos petistas aos dias de hoje. O sindicalismo pelego optou por sacrificar os trabalhadores e esperar as eleições, sem organizar nenhum plano de lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Se olharmos novamente para a história não foi através de eleições que os trabalhadores conquistaram seus direitos, foi através das lutas de rua e da solidariedade. Para mudar a realidade que vivemos é necessária uma nova pratica sindical revolucionária através de associações autônomas e não restritivas, ou seja, estender esse movimento para todo o ramo de transportes e entregas, se articular com entregadores de outros países como já vem sendo feito e estimular todas as categorias a realizar as greves de solidariedade como instrumento fundamental para a conquista de direitos dos entregadores e trabalhadores.
Construir e fortalecer as cooperativas e associações autônomas de entregadores!
Estender a paralisação para as demais categorias e construir a Greve Geral!
Solidariedade entre nós para combater a ganância das empresas e capitalistas!