No dia 1 de fevereiro de 2020, os petroleiros e petroleiras deflagraram um movimento grevista que durou cerca de 20 dias e se tornou a maior greve da Petrobrás desde a greve histórica de 1995. Para entender mais sobre esse importante movimento, a Rede de Mídia Classista da FOB (RMC), entrevistou Luiz Mário, dirigente do Sindipetro-RJ e da FNP.
RMC: Como foi participação dos petroleiros e petroleiras do Rio de Janeiro durante o movimento grevista deflagrado em 1 de fevereiro?
Luiz Mário: Como era previsto, as áreas de produção, plataformas, refinarias, terminais e térmicas tiveram grande adesão, atingiu 122 unidades operacionais, e infelizmente, nossas áreas administrativas com pouquíssimos heróis. Cerca de 22.000 petroleiros em greve.
RMC: Quais foram as motivações e as reivindicações da greve?
Luiz Mário: O motivo foi a demissão em massa da FAFEN, cerca de 1.000 trabalhadores e o fechamento da unidade, fábrica de fertilizantes, ferindo o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), retomada das reuniões de acompanhamento do ACT, suspensão das privatizações, suspensão da doação de ativos e mudança da política de preços dos combustíveis.
RMC: Muitos ficaram surpresos e até perplexo com a suspensão da greve. Como você avalia a suspensão da greve?
Luiz Mário: A suspensão da greve é um desastre, pois a Greve Geral por tempo indeterminado e ocupação do Brasil é a via de eliminar o nazismo do nosso país e reconstruir um novo, estendê-la viabilizaria novas adesões à greve, além de engrossar as greves de moedeiros, Dataprev, Serpro. Fomos negativamente influenciados pelos partidos interessados em eleições municipais e sindicais que ocorrerão neste ano.
RMC: Quais as perspectivas para o movimento dos/as petroleiros/as depois dessa greve?
Luiz Mário: Buscar nossa unidade na base, para rapidamente nos mobilizarmos para uma nova greve.
Quantas pessoas da base do RJ aderiram a greve?