Global May Day 2019 | Convocação Internacional para o 1º de Maio

Cada sindicato/grupo/associação organiza as suas atividades de forma autônoma, com suas próprias prioridades. A seguinte convocação faz parte de um plano de trabalho em comum que ajudará a dar identidade visual para estas atividades e a apoiar a comunicação em nível mundial. Inscreva-se ou contate a lista de e-mail do Global May day 2019 [globalmayday[AT]lists.riseup.net] se quiser apoiar a convocação e/ou entrar em contato com outras pessoas para firmar parcerias.

Site: https://globalmayday.wordpress.com

Facebook: https://www.facebook.com/globalmayday


Global May Day 2019
1o de Maio de 2019

Todo ano, multidões tomam as ruas e entram em greve no dia 1o de maio, para comemorar o Dia Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores. Através desta convocação, que foi iniciada por diversos sindicatos de base da FAU (Free Workers’ Union) e da IWW (Industrial Workers of the World), queremos encorajar os grupos de base e sindicatos de todo o mundo a conectar suas atividades do Primeiro de Maio e, através disso, trazer visibilidade à dimensão transnacional da luta.

Nós, trabalhadoras/es e estudantes, estamos juntos, solidariamente, porque todos nós estamos envolvidos na mesma luta contra os interesses do capital, independente de nosso local de moradia. Cortes de orçamento em serviços sociais, terceirização, achatamento dos salários, privatizações, aumento dos custos de vida, assim como das taxas e mensalidades na educação, são apenas alguns sintomas diretamente relacionados ao sistema econômico global. Um sistema baseado na exploração e na competição, que leva à comercialização de todos os aspectos de nossas vidas.

A constante cobrança de produtividade é doentia, seja no local de trabalho, na universidade ou na escola, e vem aumentando, até para crianças e jovens. A lógica da economia de mercado e a estrutura de Estado-nação que lhe corresponde querem que a adaptação aos ditames da competitividade e da produção de lucros tenham prioridade sobre o desenvolvimento das capacidades necessárias para a emancipação.

Não queremos apenas incomodar; queremos vencer.

Dada a natureza transnacional do sistema capitalista, é necessário que os trabalhadores se conectem em nível global. Criando redes através das fronteiras, as interconexões mundiais que moldam nossas condições locais podem ser visibilizadas. Além disso, esta conexão entre trabalhadores abre novas possibilidades e novos terrenos para a luta contra a exploração e contra condições de vida e de trabalho precárias. O poder de barganha das/os trabalhadoras/es aumentaria tremendamente se uníssemos as partes da mesma cadeia produtiva. Vamos imaginar a diferença que teria feito se os mineiros em greve em Marikana (África do Sul) e os trabalhadores das indústrias químicas da BASF na Alemanha estivessem em contato e tivessem unido suas lutas, sendo que a BASF é a principal compradora dos recursos produzidos por aqueles mineiros. Conexões deste tipo poderiam ter alterado bastante, ou mesmo evitado o massacre de 2012. Outro exemplo são os trabalhadores do setor vestuário no Sri Lanka (que produzem têxteis para a empresa varejista H&M), que lutaram por salários dignos em 27 de novembro de 2018. No mesmo dia, vários grupos na Europa e nos Estados Unidos organizaram atividades em solidariedade, em frente a lojas da H&M. Isto mostra que a pressão pode ser gerada através de uma rede de trabalhadores dentro da mesma cadeia produtiva, desde aqueles que produzem, passando pelos que trabalham no comércio, até os que compram a mercadoria.

Isto vale também para as greves que acontecem na Amazon. Por exemplo, o sindicato ver.di convocou greves em 2016 em centros logísticos por toda a Alemanha. Como os centros logísticos da Polônia começaram a ser usados como locais de evasão, o sindicato IP organizou ações solidárias. Neste momento estão sendo formados grupos de ação em centros da Amazon pelo mundo afora, grupos que estão se conectando em rede cada vez mais.

Por fim, as/os trabalhadoras/es da TI estão resistindo a condições de trabalho precárias, e estão se organizando através das fronteiras. Como exemplo, queremos apontar a iniciativa Game Workers Unite! e mencionar o boicote dos trabalhadores do Google, ao qual aderiram dezenas de milhares de pessoas em 50 cidades em novembro do ano passado.

Com um Primeiro de Maio de 2019 coordenado transnacionalmente, queremos realizar o objetivo coletivo de uma vida melhor através da criação de redes e da construção da solidariedade numa escala mundial. Especialmente em tempos de aumento do nacionalismo e do racismo, enfatizamos a luta comum e não aceitamos que nos coloquem uns contra os outros.

Por uma vida melhor para todas e todos, através de todas as fronteiras!

#1world1struggle


ORGANIZAÇÕES ADERENTES:

Bangladesh Anarcho-Syndicalist Federation – Bangladesh
Free Workers’ Union (FAU) – Alemanha
Inter-Factory Workers’ Federation (FBLP) – Jakarta, Indonésia
Forum for IT Employees (FITE) – Índia
Garment Workers’ Trade Union Center (GWTUC) – Bangladesh
Industrial Workers of the World (IWW)

S.I. Cobas, Itália

Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil (FOB) – Brasil

Dabindu Collective – Sri Lanka

Student Union (AStA) of the University of Hamburg – Alemanha

International Committee SAC-Syndikalisterna, Suécia

Schwarz-Roter 1.Mai, Hamburg

Anarchist Collective Cologne

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