Por FOB-RJ Marielle presente! Anderson Presente!
Organizar uma Greve Geral contra o Extermínio do Povo Negro!
Marielle Franco, ativista da luta das mulheres e do povo negro, militante e vereadora do PSOL, foi assassinada. O trabalhador, motorista, Anderson Pedro Gomes também foi assassinato. O crime é assassinato político, mais um na lista de vários assassinatos de lideranças comunitárias do campo e da cidade. Marielle foi assassinada, certamente, em razão das denúncias que realizou contra Polícia Militar e o Estado de Execção que impera nas favelas do Rio de Janeiro e da denúncia do genocídio do povo negro e pobre. Mulher, assassinada no mês do dia internacional das mulheres, mostra que o caráter Patriarcal e racista da “Democracia” brasileira não comporta uma mulher negra e da favela que questiona o Estado de Exceção e a violência da polícia.
São cumplices desse crime todos os chefes de Estado, todos os que permitiram a autonomia da polícia corrupta, todos os que apoiaram o delírio desenvolvimentista às custas do sangue da favela, todos os que apoiam a militarização: Cabral, Paes, Pezão e todos os seus aliados na esquerda e na direita que alimentaram as condições para a emergência das milícias, do Estado de Exceção para os garantir os megaeventos e da política de guerra as drogas. É um crime que tem muitos culpados e não apenas os que puxaram o gatilho e os que deram a ordem. Essa é a essência do assassinato político, mais um capítulo do genocídio do povo negro no Brasil sustentado em múltiplas partes da sociedade.
Manifestamos nossa solidariedade aos familiares, aos militantes do PSOL e os seus companheiros mais próximos. Manifestamos nossa solidariedade a companheira e a família do Anderson Gomes. Todo ativista que tomba em defesa da causa dos trabalhadores deve ser reconhecido por todas as forças políticas e ideologias. Registramos então nosso repúdio veemente ao assassinato político e reafirmamos a necessidade de aprofundar a luta, de aprender com essa dura lição a necessidade de combater o sistema pelo único meio possível: a organização e ação direta de massas.
É também louvável as reações de solidariedade e a mobilização que já se gerou no Rio de Janeiro, embebida na dor e indignação. Mas não podemos esquecer que a morte de Marielle foi um capítulo a mais das mortes em Acari, no Alemão e em todas as favelas do Rio, que ela e outras organizações populares denunciam. E teremos avançado mais no dia em que a morte dos pretos e pobres anônimos gerarem tanta indignação e mobilização quanto a morte da ativista Marielle.
Mas agora é momento de luto e de luta. Devemos organizar e construir uma greve geral contra o extermínio do povo negro, uma Greve Geral Já! Convocar atos semanais, parar o Rio de Janeiro e exigir a desmilitarização das favelas e punição imediata dos culpados. Devemos demonstrar que esse crime não intimidará os lutadores, ele incendiará a luta. Vamos mostrar que a luta não é em vão e que essa covardia custará caro ao sistema podre e corrupto do Estado burguês brasileiro.