Profissionais da Saúde pública do Rio de Janeiro denunciam atraso de salários em plena pandemia

Profissionais da Saúde pública do Rio de Janeiro denunciam atraso de salários em plena pandemia

Não há dúvidas que os profissionais das redes públicas de saúde encontram-se na linha de frente no combate a pandemia da Covid-19, trabalhando em condições precárias, sem os equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, sem os insumos necessários, falta de pessoal e sem o número suficiente de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs).

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Diante desse cenário, os profissionais da Saúde pública do Rio de Janeiro, da rede municipal e estatual, denunciam também o atraso no pagamento dos salários. São médicos, enfermeiros, assistentes sociais, técnicos em enfermagem, pessoal de apoio, todos com os salários atrasados.

Na rede municipal, as denúncias são feitas pelos profissionais dos hospitais Albert Schweitzer, em Realengo, o Pedro II, em Santa Cruz, e o Ronaldo Gazolla, em Acari, esse último foi transformado em centro de referência no tratamento da Covid-19. Do mesmo modo, quem trabalha na Coordenação de Emergência Regional do Leblon (CER Leblon) e nas clínicas da família da Zona Oeste também está com os salários atrasados. No hospital de campanha do Rio Centro, o problema se estende aos profissionais que trabalham na segurança da unidade, que estão sem receber o pagamento do vale-refeição e do adicional de periculosidade.

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A rede municipal de saúde sofre há anos com o descaso, com as políticas de desmonte e, mais recentemente, com as privatizações via gestão das Organizações Sociais (OS’s). O Hospital Albert Schweitzer, originalmente da rede estadual, foi municipalizado em 2016. No final do ano passado, a prefeito Marcelo Crivella ameaçou devolver o hospital para a o governo do estado. Ou seja, enquanto prefeito e governador não se entendem, os trabalhadores estão com salários atrasados e o povo sem atendimento adequado.

O Hospital Pedro II é administrado pela OS Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM/PAIS), mas o Hospital Ronaldo Gazolla é administrado pela empresa pública municipal RioSaúde. Já a CER Leblon era administrada pela SPDM/PAIS, mas a partir de 1 de abril passou para a RioSaúde. As clínicas da família da Zona Oeste são administradas pela OS Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (IPCEP).

Na rede estadual, as denúncias de atraso de salários são de profissionais de saúde que atuam nos seguintes hospitais: Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, administrado pela OS Instituto dos Lagos; Hospital Azevedo Lima, em Niterói, administrado pela OS Instituto Sócrates Guanaes; Hospital de Traumatologia e Ortopedia, em Nilópolis, administrado pela OS Associação Mahatma Gandhi; Hospital Anchieta, no Caju, administrado pela Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro; e do hospital de campanha montado ao lado do estádio do Maracanã, administrado pela OS Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS).

Os profissionais de saúde que trabalham nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Governo do Estado em Botafogo, Copacabana e Taquara denunciam que estão há dois meses com salários atrasados. Essas UPAs eram administradas pela OS Instituto Diva Alves do Brasil (Idab) até 20 de março, mas a partir dessa data a OS VivaRio assumiu a gestão. Entretanto, a mudança da OS não resolveu o problema, pois os salários continuam atrasados.

Durante a sua gestão, o Idab quarterizou a contratação dos médicos das UPAs, fazendo acordo com a Soniprev. Ao assumir as UPAs, o VivaRio também fez acordo com a Soniprev para a contratação dos médicos e médicas. O que é um total absurdo, uma vez que, a Soniprev está devendo salários, e mesmo não cumprindo o mínimo de qualquer contrato de trabalho, que é pagar os salários, a empresa continua como a quarterizada que contrata os médicos e médicas para as OS’s.

Todo esse descaso com a Saúde pública no segundo estado brasileiro em casos de Covid-19, com 19.467 casos confirmados, e em números de mortes, com 2.247 óbitos confirmados, segundo as informações disponíveis no dia 14 de maio. Além disso, existem cerca de 900 pacientes que esperam vagas em leitos de UTIs.

Exigimos o pagamento imediato de todos os salários atrasados!

Exigimos as garantias de todos os direitos trabalhistas e de seguridade social!

Exigimos condições adequadas de trabalho, com EPIs e insumos!

Exigimos a estabilidade no emprego de todos os trabalhadores e trabalhadoras!

Em defesa da Saúde pública e de seus profissionais!

Pelos nossos direitos à saúde, trabalho e renda!

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